Acelerar eletrificação pode afetar qualidade dos carros, diz CEO da Stellantis
Por Felipe Ribeiro • Editado por Jones Oliveira |

Diversos países no mundo estão modificando suas normas e leis para acelerar o processo de eletrificação dos carros. O objetivo primário é o de diminuir a poluição causada pela indústria automotiva, e algumas empresas avançam com o lançamento de diversos modelos zero emissão. Isso, porém, tem custado muito dinheiro e o ano "mágico" de 2035 não para de se aproximar.
- Futuro elétrico: o que vai acontecer com os carros a combustão?
- Fiat só fabricará carros elétricos a partir de 2030; Brasil segue como incógnita
Para o CEO da Stellantis, o português Carlos Tavares, acelerar esse processo pode afetar diretamente a qualidade dos automóveis. Além disso, se as montadoras, de modo forçado, anteciparem etapas e tornarem os carros mais populares, a queda no nível desses veículos pode ser bem perceptível.
"O que está decidido é impor à indústria automotiva uma eletrificação que acarreta custos adicionais de 50% em relação a um veículo convencional. Não há como transferirmos 50% dos custos adicionais para o consumidor final porque grande parte da classe média não terá como pagar", disse Tavares, à Reuters.
Outro ponto abordado pelo executivo foi toda a cadeia de produção e mão de obra. Se as empresas não tiverem uma linha de fabricação que se justifique — já que os custos vão aumentar —, o natural é que empregos sejam perdidos e, consequentemente, a produtividade da indústria, já que há uma série de mudanças e adequações a serem feitas.
Como trabalha a Stellantis?
Segundo a Reuters, a Stellantis, hoje formada por montadoras como Fiat, Chrysler, Jeep, Peugeot, Citroën, entre outras, vai alocar um investimento de 30 bilhões de euros até 2025 para o desenvolvimento de carros elétricos em todas essas marcas.
No Brasil, os dois carros elétricos mais famosos sob a batuta do grupo são os recém-lançados Peugeot e-208 GT e o Fiat 500.
Fonte: Reuters