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Top Gun: Maverick | O que é a velocidade de Mach 10 que o personagem alcança?

Por| Editado por Jones Oliveira | 06 de Junho de 2022 às 10h00

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Divulgação/Paramount Pictures
Divulgação/Paramount Pictures

Embora seja muito divertido, o novo Top Gun: Maverick sofre do mesmo mal de seu antecessor: a linguagem técnica. É muito bom ver Tom Cruise dando cambalhota em um caça, mas ainda segue complicado entender todo o linguajar aeronáutico que ele e os demais pilotos adotam na maior parte da trama. A gente simplesmente aceita e finge, por exemplo, que sabe o que eles querem dizer quando o herói ultrapassou a velocidade de Mach 10.

E por mais que essa não seja uma informação essencial para poder aproveitar o longa, ter uma mínima noção do que isso significa ajuda a ter uma visão mais clara do quão ousado é Pete “Maverick” Mitchell (Cruise), o herói rebelde e destemido. Afinal, ele destruiu um protótipo secreto em pleno voo ao alcançar essa velocidade e nada mais justo do que a gente saber o porquê disso.

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O que é velocidade Mach?

De forma bem resumida, Mach é a velocidade de um objeto em comparação com a velocidade do som. Trata-se de um referencial usado principalmente na aviação, já que é uma das poucas áreas em que conseguimos ver esse fenômeno acontecer.

Isso significa que cada nível de Mach escalona em 1.225 km/h, que é a velocidade do som em condições normais de temperatura e pressão. Essa é, portanto, a velocidade de um veículo em Mach 1. Já o Mach 2, por exemplo, acontece quando chega à marca de 2.450 km/h — ou seja, duas vezes a velocidade do som.

Isso faz com que esses veículos já possam ser considerados supersônicos, ou seja, acima da velocidade. Já a partir do Mach 5 (6.130 km/h), a nave já passa a ser considerada hipersônica. Nessa lógica, quando Maverick rouba o avião DarkStar e chega à marca de Mach 10,2, ele alcançaria uma velocidade impressionante de 12.495 km/h.

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É por isso que, para poder pilotar o caça, o personagem precisa usar equipamentos especiais, já que é difícil até mesmo respirar na cabine. Além disso, a própria movimentação e a aplicação de outras forças — a própria gravidade — se alteram drasticamente. Isso não é algo da ficção, mas efeitos reais e baseados em conceitos físicos que são levados em consideração nos testes de aviões que chegam a essas velocidades hipersônicas.

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Em grandes altitudes

Só que existe um pequeno truque para facilitar que esses aviões cheguem a essas velocidades hipersônicos. Isso porque a velocidade do som não é exata e muda de acordo com algumas variáveis. Lembra quando falamos de condições normais de temperatura e pressão? Pois é: em ambientes de baixa pressão, ele passa a ser um pouco mais lento e, portanto, mais fácil de ser alcançado e ultrapassado.

É por isso que esses aviões super e hipersônicos costumam voar a grandes altitudes. O caça Lockheed SR-71 Blackbird, do exército dos EUA, precisou chegar a 85 mil pés — cerca de 25,9 quilômetros de altitude — para alcançar a velocidade de Mach 3,3, de 3.529 km/h. Isso porque, a essa altura, a velocidade do som fica na casa dos 1.062 km/h.

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Isso explica porque, em Top Gun: Maverick, a destruição da Darkstar parece acontecer quase fora da órbita da Terra. Para facilitar alcançar o Mach 10 que ele e sua equipe precisavam, o caça foi projetado para voar nessas alturas quase estratosféricas para que a velocidade necessária fosse menor do que no nível do mar.

Usando os mesmos parâmetros reais do Blackbird, ou seja, supondo que o personagem de Tom Cruise também voou acima dos 25 km para testar o caça, o Mach 10,2 que ele alcança é algo próximo dos 10,8 mil quilômetros por hora.

É possível chegar nessa velocidade?

Embora todos esses números pareçam inalcançáveis, boa parte deles não só já foram atingidos como superados pela aviação moderna. Alguns ainda estão em níveis experimentais, é verdade, mas outros já nos apresentaram o Maverick da vida real.

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Lembra-se quando eles chamavam o personagem de Tom Cruise de “o homem mais rápido do mundo”? Pois, fora das telas, esse título pertence a William J. Knight, que pilotou um avião X-15 em 1967 e chegou à velocidade de Mach 6,7 (7.274 km/h). Na época, ele precisou ser impulsionado por um foguete, mas nem isso tira o peso do feito.

Já no nível mais insano da coisa, há tentativas de chegar à marca do Mach 20, ou seja, algo próximo dos 21 mil km/h. Em 2011, por exemplo, a Agência de Projetos de Pesquisa Avançados dos Estados Unidos (DARPA, na sigla em inglês), testou o Falcon, um projeto experimental que atingiu essa velocidade impressionante, mas por um curto período de tempo.

Para isso, ele precisou ser lançado por um foguete para a órbita da Terra para mergulhar de volta à atmosfera. A ideia, no caso, era analisar o controle de aerodinâmica e de proteção termal do veículo mais do que ver se ele era viável. Por isso mesmo ele não era tripulado.

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Fonte: Inovação Tecnológica, DARPAtv, ScreenRant, Superinteressante, Aerocurso