Facebook e Microsoft se juntam a banco de dados para coibir grupos extremistas
Por Alveni Lisboa • Editado por Douglas Ciriaco | •
Empresas gigantes de tecnologia, como Facebook e Microsoft, aderiram a um sistema contraterrorista para combater supremacistas brancos e milicias digitais de extremistas. Segundo a agência Reuters, essas empresas vão alimentar um banco de dados compartilhado para identificar os integrantes desses grupos e o tipo de conteúdo para coibir disseminação de mensagens negativas.
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Até então, o banco de dados do Fórum Global da Internet para Contra o Terrorismo (GIFCT) se concentrava em vídeos e imagens de grupos terroristas tradicionais, criado com base em uma lista da Organização das Nações Unidas. Esse sistema reunia principalmente conteúdos de organizações extremistas de inspiração religiosa, como o Estado Islâmico e a Al Qaeda.
A expectativa, contudo, é de que outros grupos que promovem violência e agressões contra minorias também sejam incluídos no rol do combate ao terrorismo. Para isso, as plataformas sociais devem começar a analisar os links compartilhados por simpatizantes destes movimentos para listá-los no banco.
Twitter e Google também participam da iniciativa e já estão compartilhando hashes, representações numéricas únicas dos conteúdos removidos de seus serviços, inclusive do YouTube. Outras plataformas usam o hash para identificar o mesmo conteúdo e também excluí-los de sites, sistemas e outros locais.
Essa técnica de compartilhar os hashes é mais eficaz porque permite uma identificação mais precisa do conteúdo, o que possibilita uma remoção em massa e muito mais ágil do que se fosse necessário buscar um a um os perfis compartilhadores.
Reddit, Snapchat, Instagram, Verizon, LinkedIn, Airbnb, Mailchimp e Dropbox são outros exemplos de empresas que integram o time das plataformas em combate aos conteúdos nocivos.
Combate ao ciberterrorismo
O GIFCT é uma organização mundial independente, criado em 2017 após os ataques terroristas que deixaram mortos em Paris e Bruxelas. Após pressão dos Estados Unidos e da Europa, o banco de dados passou a armazenar vídeos, fotos e textos relacionados a grupos extremistas inclusos na lista de observação do Conselho de Segurança da ONU.
A meta agora é ampliar o banco de dados para incluir cada vez mais arquivos e trazer novos membros. Com essa rede fortalecida, as plataformas terão um importante aliado para combater os crimes de ódio na web, que podem transpor as barreiras virtuais e passar para o ambiente físico.
Redes sociais são duramente criticadas por terem se omitido no policiamento de conteúdos impróprios, como violência, racismo, misoginia, boatos e teorias conspiratórias. Com o argumento de não censurar conteúdos, essa falta de atitude permitiu a proliferação de grupos extremistas que cresceram enormemente graças ao apoio do algoritmo das plataformas.
O que você achou da iniciativa? É uma boa alternativas das redes sociais ou elas deveriam seguir outro caminho? Deixe sua opinião nos comentários.