Extensão do DuckDuckGo bloqueia novo sistema de anúncios do Google no Chrome
Por Alveni Lisboa | Editado por Douglas Ciriaco | 13 de Maio de 2022 às 17h16
A DuckDuckGo atualizou sua extensão para o navegador Chrome para bloquear dois novos tipos de anúncios segmentos do Google. Essa dupla faz parte do Privacy Sandbox, em fase beta, e promete ser menos invasivo do que as propagandas antigas.
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Em uma postagem oficial do blog, a DuckDuckGo ressaltou que o complemento é capaz de barrar o Google Topics e o FLEDGE. Quem preferir, poderá simplesmente desativar a configuraçao Privacy Sandbox do Chrome por ali mesmo.
"Embora alguns sugiram que o Topic seja uma forma menos invasiva de segmentação de anúncios, nós não concordamos. Por que não? Fundamentalmente, é porque, por padrao, o Google Chrome ainda monitora a sua atividade online", explica o diretor de produtos da DuckDuckGo, Peter Dolanjski, na publicação.
A empresa diz que esse monitoramento é convertido em informações sobre cada pessoa, e isso é entregue para o algoritmo de anúncios. Na avaliação dos especialistas em segurança da DuckDuckGo, os dados repassados são suficientes para identificar seu comportamento sem o seu consentimento, assim as propagandas tendem a ser mais eficázes.
Rastreamento mais "light"?
A iniciativa Privacy Sandbox foi lançada pela gigante das buscas como uma solução para direcionar anúncios aos usuários com mais proteção. Isso porque ela faria a segmentação por grandes públicos de interesse semelhante, em vez de apenas focar individualmente nos hábitos do usuário.
Essas duas metodologias são alternativas aos famigerados FLoCs (Federated Learning of Cohorts), ou "Aprendizagem Federada de Corte", em tradução livre. Quando foram anunciados, gigantes da tecnologia foram imediatamente contra a implantação, inclusive a DuckDuckGo, fato que obrigou o Google a trabalhar em soluções alternativas.
A empresa disse que o FLEDGE (First Locally-Executed Decision over Groups Experiment) é apenas uma versão repaginada dos anúncios de remarketing, aquelas propagandas que seguem o usuário após navegar em um site de comércio eletrônico, por exemplo. A diferença primorial está na forma como isso ocorre: com base em um identificador pessoal criado nos computadores das pessoas, em vez de usar os cookies de terceiros.
Monitoramento dos hábitos do usuário
Ao visitar um site onde o anunciante deseja fazer o remarketing, ou seja, tentar convencê-lo a comprar algo que você desistiu de início, as pessoas hoje instalam cookies de rastreamento. Isso possibilita ao dono do site identificar suas ações por lá: páginas visitadas, ações executadas e onde a navegação foi interrompida.
No modelo novo, o anunciante pode dizer ao Chrome para colocar aquela pessoa em um grpo de interesse. Quando você visitar outro site com anúncios, o navegador fará um leilão da propaganda com base nos seus grupos de interesse e segmentará as propagandas específicas para seu perfil.
O Google se mostrou bastante aberto a críticas desde o início da construção da Privacy Sandbox, principalmente dos defensores da segurança e da privacidade. O órgão de fiscalização de concorrência do Reino Unido chegou a avaliar o sistema e deu um selo de aprovação mais cauteloso no início do ano.
O objetivo das empresas do setor é eliminar gradualmente o uso dos cookies de terceiros. Isso porque esse registro de informações tão sensíveis é visto como algo preocupante por quem lida com tecnologia. De toda forma, a estimativa é que os testes continuem até o ano que vem. Até lá, o Google precisará se esforçar para convencer de que sua solução é mais eficaz e menos invasiva do que o modelo atual.
Fonte: DuckDuckGo