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4 coisas que Elon Musk pode mudar no Twitter

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 25 de Abril de 2022 às 20h05

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Pixabay/Tumisu
Pixabay/Tumisu
Elon Musk

Após concluir a compra do Twitter, o empresário Elon Musk deve fazer algumas mudanças para deixar a rede social de acordo com suas ideias. O bilionário é hoje uma das figuras mais importantes da rede, com elevado poder de influência, não somente entre seus seguidores, mas na economia mundial.

Logo que foi anunciada a compra de 9,2% das ações, antes do arremate final, ele chegou a abrir uma enquete para questionar seus seguidores sobre a implantação do botão de editar tuítes. Mas essa não foi a primeira nem a última incursão para pressionar os executivos na tentativa de mudar algo.

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Não é de hoje que Musk critica alguns pontos da rede do passarinho. Mesmo antes de comprar parte das ações da mídia e rejeitar o assento no conselho, o magnata dono da Tesla e SpaceX já tinha feito alguns apontamos sobre posturas da rede social.

"A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento, e o Twitter é o centro digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade", declarou em comunicado. "Também quero tornar o Twitter melhor do que nunca, aprimorando o produto com novos recursos, tornando os códigos do algoritmo abertos para aumentar a confiança, derrotando os bots de spam e autenticando todos os humanos. O Twitter tem um potencial tremendo — estou ansioso para trabalhar com a empresa e a comunidade de usuários para desbloqueá-lo".

Confira quatro coisas que Elon Musk quer mudar — e poderá fazê-lo, se a compra for aprovada — no Twitter:

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4. Ajuste na moderação de conteúdo

Uma das maiores críticas de Musk ao Twitter é a política de definição de quais assuntos podem ou não ser abordados na rede. Antes de anunciar a participação na empresa, no fim de março, ele já havia feito uma enquete para saber se os usuários acreditavam que o Twitter protegia a liberdade de expressão.

Na época, ele disse que os resultados seriam muito importantes. Cerca de 70% dos quase 2 milhões de pessoas que participaram da enquete responderam que não. O influenciador chegou a perguntar se deveria existir uma nova rede social que liberasse totalmente as pessoas para falarem o que bem entendessem.

Embora a Constituição dos Estados Unidos da América garanta a liberdade de expressão, com base na chamada Primeira Emenda, essa regra não se aplica a empresas privadas como o Twitter. Cada rede social pode criar suas próprias regras sobre o que é ou não permitido, conforme valores dos donos ou normas definidas por conselhos de administração.

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O questionamento de Musk não é o primeiro, já que existe uma longa lista de pessoas que se dizem "censuradas" pela plataforma. Ele mesmo foi punido por violar as regras do Twitter contra desinformação sobre o coronavírus, em 2020, quando disse que crianças eram imunes à covid-19 — o que é mentira.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é um exemplo de personalidade que teve sua conta banida após acusação de incentivar os ataques ao Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021. Um dos pedidos mais frequentes à Musk desde que comprou parte da rede era para que permitisse a Trump retornar.

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Aqui no Brasil, vários políticos e influenciadores conservadores já tiveram suas falas excluídas pela plataforma. O próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, já teve vídeos e posts deletados da rede por atividades que o Twitter julgou que violam seus termos de uso.

Não dá para saber o quanto Elon Musk influenciará nessa política de moderação. Hoje, as decisões não são determinadas pelo conselho nem pelos acionistas, todas seguem critérios técnicos adotados pelos diretores da plataforma. Se o bilionário mudar isso, é provável que o Twitter sofra mais com questões que já o atormentaram no passado, como uso por grupos criminosos, por extremistas e para disseminação de desinformação e discursos de ódio.

3. Combate aos bots

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O mercado de tokens não fungíveis (NFTs) e criptomoedas, embora tenha crescido exponencialmente em 2021, ainda é alvo de muitos criminosos. O Twitter é um dos terrenos mais férteis para aplicação de golpes, porque a própria rede é incentivadora dos pagamentos com moedas digitais e não combate o uso de robôs para criação de contas falsas.

Musk chegou a ser alvo de várias tentativas de roubo de identidade. Algumas contas se passaram por ele para levar pessoas a comprar moedas de sites falsos ou fazer doações para projetos que não existiam. O bilionário estava entre as contas de alta relevância do Twitter que foram hackeadas para impulsionar um golpe que envolveu o bitcoin.

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O agora dono do Twitter reclamou em janeiro que a plataforma estava gastando tempo demais em produtos como exibir fotos de perfil com NFTs em vez de trabalhar em mecanismos de combate a bots de spam ou uso de contas falsas para aplicar golpes. Muitos robôs são usados para subir palavras-chave, como nome de moedas ou de empresas, para os "Assuntos do momento" e assim dar veracidade a fraudes. Eles também se tornaram em arma política para influenciar o debate público em vários países.

Com o poder nas mãos, será que o magnata vai pedir aos funcionários que acabem com o "problema mais irritante" do Twitter? É bem provável que esta seja uma das diretrizes fundamentais dele para derrotar os bots de spam e garantir autenticação para todos os perfis reais de humanos.

2. Botão de editar tuítes

Essa é uma das demandas mais antigas do Twitter e existe desde o lançamento da rede. O botão de editar tuítes permitiria ao usuário corrigir algo que foi digitado errado, substituir um link quebrado ou inserir uma foto em uma publicação. Hoje, a única forma de superar erros é apagar e recomeçar o post do zero, algo bastante incômodo para a maioria das pessoas.

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Para suprir essa carência, o Twitter chegou a anunciar a inclusão de uma maneira de desfazer tuítes como parte do seu plano de assinatura Twitter Blue. Mas é claro que as críticas foram imensas, porque se trata de uma função importante demais para ser oferecida como um pacote pago.

Quando já era dono de uma parte do Twitter, Musk publicou uma pesquisa para seus seguidores dizerem se queriam um botão de edição na rede. Foram mais de 4 milhões de votos registrados e uma ampla margem de apoio à ideia.

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Neste caso, o CEO da Tesla não disse se acredita ser necessário ter um botão de edição. Fato é que no dia seguinte, o próprio Twitter disse que trabalhava em um recurso semelhante desde o ano passado e que isso não tinha nada a ver com a pesquisa de Musk. A ferramenta deve começar a ser testada e pode ser implantada em breve para os usuários, mas ainda não há previsão.

O Twitter sempre foi receoso quanto a essa opção porque ela poderia levar a problemas de alteração de conteúdo. A pessoa escreve alguma coisa hoje e meses depois troca o significado do que foi dito, algo que pode gerar muitos problemas para quem interagiu com a publicação. Para resolver isso, é provável que a plataforma traga algumas travas de segurança para impedir essa prática maliciosa, como, por exemplo, restringir o tempo hábil para correções ou incluir um alerta de edição e um histórico de alterações.

1. Algoritmo aberto

Conhecido como o coração de uma mídia social, o algoritmo de recomendação de conteúdo é um dos diferenciais de qualquer plataforma. São eles que determinam muitas vezes o que as pessoas veem online, levando publicações do seu interesse para passar mais tempo navegando na plataforma.

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No caso do Twitter, a crítica é quanto ao uso desse sistema em vez da exibição dos posts em ordem cronológica. Em março, a rede social até chegou a reverter uma mudança que mostraria o feed algoritmo por padrão, algo que dificultaria o acesso às publicações mais recentes.

Musk sugeriu que o algoritmo da rede deveria ser de código aberto para permitir o acesso de todos. Ele não especificou qual seria a implicação disto, mas consultou seus seguidores sobre o anseio deles: o resultado deu 83% de 1 milhão de entrevistados favoráveis ao open source.

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Isso nunca foi cogitado abertamente porque é parte da "mágica da rede social". Abrir o algoritmo de recomendação significaria dar acesso a qualquer pessoa sobre o seu funcionamento, o que, em teoria, permitiria replicar o sistema para qualquer outra plataforma. Apesar disso, o fundador do Twitter, Jack Dorsey, pareceu endossar os resultados ao concordar com a necessidade de oferecer escolha ao usuário.

Ainda sobre o algoritmo, Musk chegou a dizer que os usuários deveriam ter acesso a métricas mais precisas dos tuítes, para entenderem se a distribuição foi boa ou ruim, sem "manipulação nos bastidores". O bilionário defende a liberação total do código do Twitter no Github para que as pessoas possam procurar erros, corrigir falhas e até sugerir melhorias.

Se essas (ou outras) coisas serão realmente implementadas não dá para saber. O modelo de gestão atual do Twitter vai além da mera opinião de uma só pessoa, portanto pode haver alguma resistência por parte de diretores e outros membros do alto escalão. De qualquer forma, será difícil barrar Musk e seus 83 milhões de seguidores, números muitos superiores ao próprio CEO, Parag Agrawal, e o fundador da rede, Jack Dorsey, juntos.

Você acha que o dono da Tesla vai implementar essas mudanças ou ainda haverá mais surpresas por aí? Interaja com as redes sociais do Canaltech e dê sua opinião.

Fonte: CNET