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Android 13 ganha 1ª prévia com ícones temáticos e foco em privacidade

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 10 de Fevereiro de 2022 às 16h53

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Alveni Lisboa/Canaltech
Alveni Lisboa/Canaltech

O Google anunciou a chegada do novo Android 13 Developer Preview #1 nesta quinta-feira (10). A previsão é que o sistema operacional chegue aos dispositivos para testes em algum momento do segundo semestre deste ano. Enquanto isso, os desenvolvedores já podem colocar às mãos em uma versão preliminar do Android 13 para começar a fazer ajustes nas aplicações.

Por enquanto, vários vazamentos já revelaram o que o Android 13 deve introduzir no ecossistema do Google. São coisas como mais opções de cores do visual Material You (com opções mais variadas), preferência de idioma individualizada para os aplicativos e novos ícones temáticos.

Como está é uma versão prévia e exclusiva de desenvolvedores, é muito provável que apenas recursos mais "profundos" estejam presentes. O Google ainda pode adicionar outras novidades ao longo dos próximos meses, por isso é preciso ficar ligado nos updates.

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Ícones temáticos e ajustáveis

O Android 12 já havia incluído uma opção oculta para ícones que ofereciam imagens monocromáticas e simplificadas dos produtos do Google. É possível configurar combinações de cinza com preto (ou vice-versa), e optar por padrões de ícones com formatos diferentes — como os arredondados exibidos no print de tela.

Embora essa ideia não tenha avançado no Android 12, por ser complexa demais, agora o Google publicou toda a documentação para o recurso "beta" no Android 13. Nesta nova versão, os desenvolvedores só precisarão fornecer um ícone de duas cores e efetuar uma pequena modificação no XML do ícone original para torná-lo adaptável ao padrão.

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Quem já usa launchers de telas iniciais para o Android não verá novidade nisso, mas usuários regulares podem ficar felizes em ter mais opções de personalização do telefone. Ainda não dá para saber se essa moda vai pegar, porque os ícones monocromáticos podem não funcionar tão bem em apps desconhecidos, o que poderia levar o usuário a se confundir.

Essa ideia de ícones temáticos, na verdade, é bastante antiga e funciona bem quando um único designer cria um conjunto com os ícones mais populares. O problema de se levar isso para o sistema operacional seria a necessidade de que todos os criadores da Play Store fizessem uma versão monocromática e adaptável. Você conseguiria imaginar um ícone do Power Point que não fosse vermelho ou que o Facebook não fosse azul?

Acesso controlado a fotos

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Um dos recursos mais interessantes dessa prévia do Android 13 é relacionado à privacidade do usuário. Hoje, ao conceder acesso à galeria, a pessoa permite que um aplicativo veja todas as suas fotos. No futuro, o Google trabalha para inserir um recurso no qual você pode selecionar quais imagens terá acesso, o que evitaria a exposição de imagens íntimas ou de documentos, por exemplo.

Esse seletor de fotos integrado deve substituir o gerenciador de arquivos para conceder acesso restrito ao armazenamento. Após configurar quais arquivos serão compartilhados o app somente terá acesso a esses conteúdos, tanto para fotos quanto para vídeos.

A má notícia para os desenvolvedores é que os programas precisão integrar a nova API do seletor de fotos nas suas soluções. Quem não o fizer poderá ter o acesso bloqueado às imagens dos usuários.

Sistema modular

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Embora o acesso restrito a fotos seja uma novidade projetada para o Android 13, o Google não descarta levá-lo para versões mais antigas por meio da adição do Project Mainline (ou "atualizações do sistema Google Play", se preferir). Trata-se de um grande projeto para tornar os componentes do sistema atualizáveis por meio da Play Store, sem exigir do usuário o download completo das novas versões.

Outra vantagem seria para sistema de comunicação de softwares mais antigos. O Bluetooth, por exemplo, é um padrão com diversas frequências e em constante mutação, o que impede dispositivos mais antigos de ter suporte a fontes recentes. Se a atualização modular for implementada, o usuário poderia atualizar a versão de suporte ao Bluetooth para rodar apps e periféricos mais novos.

A menção ao Bluetooth foi feito pela própria equipe do Google, que já trabalha em um modelo para entregar uma intercomunicação padronizada em suas diferentes vertentes.

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Configurações rápidas modificadas

Uma das pequenas mudanças observadas na prévia do Android 13 é nos blocos das configurações rápidas. A primeira permite alternar para o modo de uso com somente uma mão, no intuito de oferecer mais facilidade e garantir acessibilidade para o usuário.

Já a segunda opção é um modelo de correção de cores. Não está claro o que ele faria, mas pode ter relação com o ajuste para pessoas daltônicas ou com dificuldades em identificar determinadas tonalidades.

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Outra opção nova é a adição de um bloco de configurações para o uso de QR Codes. O componente parece liberar alguns recursos específicos para aprimorar o uso da câmera para escanear conteúdos neste formato, embora ainda não se saiba o que poderá mudar.

A interface do usuário do seletor de saída de mídia foi redesenhada. O controle deslizante de volume está maior e mais bonito, com a possibilidade de ajuste individualizado mais claro para cada dispositivo pareado.

Conexão Wi-Fi sem acesso à localização

No Android 12 e anteriores é impossível de conectar a dispositivos Wi-Fi próximos sem conceder acesso à localização. Isso pode soar bastante invasivo para muita gente, por isso deve mudar no Android 13. O Google mantém um enorme banco de dados crowdsourcing da localização de cada SSID do planeta, fato que implica no acesso à localização física dos roteadores acessos sem fio.

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Quando alguém se conecta a um Wi-Fi público está dizendo indiretamente para o Google onde você está. Com a permissão "NEARBY_WIFI_DEVICES", os aplicativos terão uma lista de dispositivos próximos sem precisar dizer exatamente onde você está ou solicitar permissão de localização.

Espera-se que essa mudança facilite a configuração de aplicativos para hardwares que exigem conexão Wi-Fi, como robôs autônomos e alto-falantes inteligentes. Além disso, dificultaria para um criminoso descobrir a sua localização a partir da invasão de um dispositivo.

Hifenização de texto instantânea

Isso pode parecer algo que apenas jornalistas ou escritores usam, mas vai muito além e deve facilitar a vida dos desenvolvedores. A "hifenização mais rápida" permite ao Android exibir textos automaticamente ajustados à tela, coisa que não ocorre naturalmente — sim, desenvolvedor precisa prever isso durante a programação.

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O Google trabalha em uma solução mais simples desde o Android 9 e ela pode chegar somente agora, quatro anos depois no Android 13. Até então, exibir textos é uma tarefa complexa porque envolve recursos variáveis como fontes, espaçamentos entre linhas e letras, direção do texto, quebra de linha e a hifenização. No padrão atual, o sistema precisa ler todo o arquivo de fonte, identificar a letra, decidir a forma de exibição, medir a caixa delimitadora e armazenar as em ache as palavras.

Todo esse passo a passo é feito em um tempo incrivelmente rápido, mas sujeito a muitos erros. É por isso que de vez em quando alguém pode se deparar com textos fora de caixas ou botões estranhos — sem contar na queda de desempenho do programa. No caso da hifenização, as operações são ainda mais complexas porque depende do sistema entender exatamente onde cada sílaba deve ser interrompida para entregar uma gramática correta associada a um layout belo.

O Android 10 chegou a desativar a hifenização por padrão por entender que 70% do tempo gasto na medição do texto era na inserção correta do hífen. Mas no Android 13, um novo método promete ser até 200% mais rápido e deve amenizar o impacto na renderização dos softwares. Não está claro como isso funcionará, por isso será necessário aguardar mais detalhes do Google no futuro.

Quando o Android 13 será lançado?

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O cronograma de lançamento do Android 13 não deve ser muito diferente do seu antecessor, embora o Android 12L possa dar uma bagunçada nos planos. É provável que o Google libere versões para desenvolvedor em fevereiro e março para iniciar os betas abertos a partir de abril.

A plataforma mais estável só deve chegar a partir de julho, com o lançamento final previsto para o final do ano, ainda sem uma data estimada. O Google colocou os prazos com dois meses de antecedência, o que demonstra certa confiança no avanço dos trabalhos, mas também pode significar que esta será uma versão bem mais modesta do que o Android 12.

A única certeza que se tem é que a linha Pixel deverá ser a primeira a receber o novo Android 13. Os aparelhos Pixel 3a devem perder o suporte oficial em maio de 2022, portanto ficarão de fora do processo de lançamento antecipado em neste ano.

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Fonte: Google, Android Imagens, Mishaal Rahman