Huawei quer continuar usando os serviços da Google, garante executivo
Por Felipe Junqueira | 30 de Março de 2020 às 16h05
Por muito tempo, a Huawei garantiu que tem plano para manter seus smartphones comercialmente viáveis para todos mesmo com o embargo imposto pelos EUA. A posição oficial da companhia tem sido a de buscar alternativas tanto para os serviços do Google, com o Huawei Mobile Services, como para toda a parte de hardware.
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Em entrevista ao site da revista Wired, Richard Yu, diretor-executivo da fabricante chinesa, deixou claro que, se puder, voltará a fazer negócios e usar os serviços do Google. O exercutivo ainda observou que a empresa levou muita receita para as empresas americanas e que “ainda esperamos continuar a cooperar com o Google”.
“Queremos usar todos os serviços do Google e a Play Store como esoclha primária no Huawei Mobile Services para oferecer mais opções. Queremos permanecer na plataforma Android”, disse Yu. Por enquanto, a companhia segue usando o código do sistema do Google, aproveitando que a plataforma é aberta, no entanto, uma parceria oficial e mais próxima pode garantir atualizações mais rápidas, especialmente de segurança.
Para voltar a trabalhar ao lado do Google, a Huawei precisa receber uma licença do governo dos Estados Unidos. A Gigante das Buscas teria tentado ela própria uma autorização para voltar a fazer negócios com a Huawei, de acordo com Sameer Samat, vice-presidente para o Google Play e Android. A Microsoft conseguiu uma licença para negociar com a chinesa no final de 2019.
Mudanças nos próximos dois anos
Na entrevista, Yu também falou sobre algumas mudanças que espera no mercado para os próximos anos. Ele acredita que a App Gallery, loja de aplicativos proprietária da Huawei, ainda precisa de um a dois anos para oferecer experiência completa aos usuários. E que estão trabalhando com Xiaomi, Oppo e Vivo para integrar mais dispositivos à plataforma, algo que pode mudar se uma licença dos EUA para negócios com o Google for concedida.
Além disso, o executivo acredita que o investimento pesado em câmeras para smartphones deve continuar também pelos próximos dois anos, desacelerando um pouco depois. Aí, as telas dobráveis já devem chegar a um preço mais acessível, tornando-se, possivelmente, a tecnologia do momento. Por enquanto, diz Yu, a tecnologia é cara e causa prejuízo.
Fonte: Wired