Exame de sangue com IA prevê Parkinson anos antes
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 19 de Junho de 2024 às 15h46
![Polina Tankilevitch/Pexels](https://t.ctcdn.com.br/chwRFNib_5nsnOLzGtvrlMYx6zE=/640x360/smart/i907223.jpeg)
A University College London e o University Medical Center Goettingen se uniram para lançar um exame de sangue que, por meio da ajuda de inteligência artificial, pode detectar o Parkinson anos antes do início dos sintomas. Os detalhes foram descritos na terça-feira (18) na Nature Communications.
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O estudo começou com a coleta de amostras de sangue de pessoas com Parkinson ou sem, para fins de comparação. A partir disso, o grupo conseguiu encontrar oito proteínas que podem ajudar a prever se a pessoa vai ter a doença ou não.
A equipe então começou a fazer testes com 72 pacientes com risco de distúrbios cerebrais (principalmente o Parkinson) para detectar esses oito marcadores de proteínas. Para que o estudo funcionasse, todos foram acompanhados ao longo de dez anos.
Com a ajuda da IA, o grupo conseguiu prever com exatidão que 16 pessoas desenvolveriam Parkinson. A ferramenta inclusive se mostrou potente no que diz respeito a detecção precoce, já que a previsão foi eficaz mesmo sete anos antes do início dos sintomas.
E já que estamos falando de eficácia, o teste conseguiu prever que 79% desenvolveriam a doença. No entanto, os outros participantes do estudo seguem sob acompanhamento.
Exame de sangue prevê Parkinson
O próximo passo da pesquisa é prever Parkinson através de um teste ainda mais simples e rápido, que exigiria apenas uma gota de sangue — como aqueles testes de diabetes, em que se fura o dedo.
Mas o teste também não se limita à detecção, e pode também atuar esclarecendo a diferença entre o Parkinson e outras condições semelhantes.
![Exame de sangue ajuda a detectar Parkinson de forma precoce (Imagem: Unsplash/National Cancer Institute)](https://t.ctcdn.com.br/gXfIan2fbxX3-90lsvBfNYbBpqA=/1024x0/smart/i871193.jpeg)
A expectativa é que esses testes sejam usados para monitorar a eficácia da terapêutica experimental, conforme afirmam os próprios pesquisadores.
"Parkinson emergiu como a doença neurodegenerativa de crescimento mais rápido no mundo e atualmente afeta cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo. Consequentemente, há uma necessidade urgente de estratégias modificadoras e de prevenção da doença", justifica o estudo.
"O desenvolvimento de tais estratégias é dificultado por duas limitações: existem grandes lacunas na nossa compreensão dos primeiros eventos na fisiopatologia molecular de Parkinson, e faltam biomarcadores e testes fiáveis e objetivos em biofluidos facilmente acessíveis", completam os pesquisadores.
IA na detecção do Parkinson
Felizmente, temos a IA como uma verdadeira aliada na detecção do Parkinson, como vemos ao longo dos anos. Um estudo da ACS Central Science já mostrou a ferramenta como uma forma de identificar a doença anos antes dos sintomas, enquanto a Cardiff University busca desenvolver um relógio que usa IA para auxiliar no diagnóstico precoce de Parkinson.
Fonte: Nature Communications