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Relógio usa IA para auxiliar no diagnóstico precoce de Parkinson

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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DragonImages/Envato Elements
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Bastante populares, os smartwatches ganham cada vez mais recursos para o uso na área de saúde, como o monitoramento cardíaco, a detecção de quedas e até a glicemia (nível de açúcar no sangue). Agora, cientistas da Cardiff University, no Reino Unido, descobriram a capacidade do wearable em prever casos da doença de Parkinson em até sete anos antes do diagnóstico, com a ajuda de Inteligência Artificial (IA). O uso do dispositivo para esta finalidade deve ser feito com acompanhamento médico, em ambientes de pesquisa.

O segredo por trás do smartwatch no diagnóstico do Parkinson está no acelerômetro. Este é um sensor de movimento que permite detectar o nível de aceleração do dispositivo e, consequentemente, de quem o carrega no pulso. Aqui, vale apontar que ter dados sobre o movimento de um paciente é fundamental para o rastreio da doença que está intimamente ligada com a piora da coordenação motora.

“Sabemos que, conforme a doença de Parkinson se desenvolve, há mudanças na velocidade do movimento. Por isso, investigamos se a acelerometria poderia funcionar como um marcador prodrômico [que antecede os primeiros sintomas] para a doença de Parkinson e, finalmente, permitir o diagnóstico precoce”, afirma Kathryn Peall, uma das autoras do estudo, em nota.

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Smartwatch detecta sinais precoces de Parkinson

Publicado na revista científica Nature Medicine, o estudo britânico usou a IA para analisar dados de mais de 100 mil voluntários que usaram smartwatches, entre os anos de 2013 e 2016. Os participantes tinham entre 40 e 69 anos, e usaram o dispositivo por pelo menos uma semana. Em seguida, um modelo de IA comparou os dados com informações de indivíduos diagnosticados com Parkinson.

A ferramenta identificou, com sucesso, a maioria dos possíveis casos da doença. “Nossos resultados mostraram que uma redução pré-diagnóstico na taxa de aceleração foi exclusiva da doença de Parkinson e não foi observada em nenhum outro distúrbio que examinamos”, acrescenta Cynthia Sandor, outra pesquisadora do estudo, sobre a descoberta.

Mais pesquisas sobre a doença de Parkinson

Apesar do sucesso no experimento, a estratégia ainda não está pronta para o uso em larga escala. Os autores afirmam, no artigo, que é necessário estabelecer melhor o grau de precisão, já que um diagnóstico positivo para a doença neurodegenerativa pode ter graves impactos na vida de um indivíduo. A estratégia também deve ser testada em outras populações, fora do Reino Unido.

Mesmo que, de modo preliminar, a possibilidade de um diagnóstico simplificado e feito com antecedência de anos para o Parkinson é bastante promissor. Outros pesquisadores testam a IA na detecção da doença através da respiração. Hoje, a maioria dos quadros são identificados quando a doença está em um estágio avançado, marcado por tremores, lentidão dos movimentos e mudanças no caminhar praticamente irreversíveis. Neste estágio, a ciência oferece poucas opções de tratamento.

Por outro lado, a descoberta associada ao uso de smartwatches já pode ser usada para facilitar o recrutamento de voluntários para novos estudos sobre o Parkinson. Afinal, os indivíduos que se enquadram nos critérios da IA são fortes candidatos a desenvolverem a doença, e podem contribuir ativamente em estudos que buscam novas opções de tratamento.

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Fonte: Nature Medicine e Cardiff University