90% dos hospitalizados por covid não tomaram as duas doses, aponta hospital
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 27 de Outubro de 2021 às 14h30
Para evitar o risco de agravamento de casos da covid-19, a vacinação contra o coronavírus SARS-CoV-2 é uma importante medida. Inclusive, os efeitos dessa proteção podem ser medidos entre os pacientes hospitalizados em decorrência da doença no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na cidade de São Paulo. Segundo levantamento interno, nove em cada dez pacientes hospitalizados não tomaram as duas doses da vacina, o que equivale a 90% das internações.
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De acordo com a CNN, o levantamento foi feito com base em 1.172 pacientes internados na instituição pública de saúde. Vale lembrar que, com a pandemia da covid-19, o hospital voltou todas as suas atenções para o tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus.
Do total de pacientes hospitalizados, 1.034 não haviam completado o esquema vacinal — duas doses ou imunizante de dose única — e 138 estavam completamente imunizados contra a covid-19. Considerando todos os internados do levantamento, 274 pacientes evoluíram para o óbito, sendo que 237 não haviam recebido nenhuma dose da vacina, 21 apenas a primeira dose e 16 haviam recebido as duas doses.
“Isso mostra o que desde o começo a gente tem dito: o papel da vacina é proteger pessoas. A gente não consegue todas, mas o máximo de proteção, no máximo de indivíduos”, afirmou o infectologista do Emílio Ribas, Jamal Suleiman.
No momento, o médico reforça a importância das doses de reforço contra a covid-19. “É fundamental que as pessoas acorram aos sistemas de saúde para receber esses agentes imunizantes, o que inclui a dose de reforço nos indivíduos elegíveis para essa abordagem”, destacou o médico.
Estudos apontam importância da vacinação contra a covid-19
A maior incidência de hospitalização e mortes entre aquelas pessoas que não completaram o esquema vacinal reforça a importância da proteção fornecida pelos imunizantes contra a covid-19. Inclusive, estudos brasileiros já apontaram para este fato.
Para medir os dados de efetividade — taxa de eficácia no mundo real — das vacinas CoronaVac e da Covishield (AstraZeneca/Oxford), um grupo internacional de pesquisadores analisou dados coletados entre janeiro — o mês em que a campanha nacional de imunização foi iniciada no Brasil — e junho deste ano. Vale observar que, neste período de pesquisa, a variante predominante do coronavírus no Brasil era a Gama (P.1), descoberta pela primeira vez em Manaus, no estado do Amazonas.
De acordo com o estudo, foi possível computar no levantamento 60.577.870 brasileiros vacinados, incluindo detalhes como diagnóstico da doença, hospitalização, admissão na UTI e óbito. Na análise, foi possível observar que a vacina CoronaVac tem efetividade de 75% contra internações e óbitos. Já a fórmula da AstraZeneca/Oxford apresentou 90%.
Fonte: CNN