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Review Nothing Ear(1) | Alguma coisa além do hype?

Por| Editado por Léo Müller | 02 de Maio de 2022 às 17h44

Review Nothing Ear(1) | Alguma coisa além do hype?
Review Nothing Ear(1) | Alguma coisa além do hype?
Nothing Ear(1)
Nothing Ear(1)
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O Nothing Ear é a primeira geração de fone de ouvido TWS da marca que dá nome ao modelo. A empresa pertencente ao co-fundador da OnePlus — Carl Pei — trouxe ao mercado de áudio uma alternativa à altura dos AirPods Pro.

Com vários recursos diferenciados que fazem sentido para o público que busca um dispositivo Bluetooth, o Ear(1) se destaca pelo design que usa e abusa de transparência, qualidade sonora e o conforto no uso.

O fone de ouvido lançado com ares de protótipo e que movimentou o mercado de financiamento coletivo — crowdfunding — no primeiro semestre de 2021 chega para tentar provar que é mais do que um hype.

E será que o Nothing Ear(1) conseguiu cumprir com essa missão? O acessório realmente vale a pena para quem se interessa por importação? Confira a minha opinião na análise completa.

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Prós

  • Design futurista
  • Carregamento wireless
  • Pareamento rápido
  • App com funções variadas
  • Ótima sonoridade

Contras

  • Poucas opções de recursos via toque no fone
  • Aplicativo sem tradução
  • Interrupções no áudio para alertar o nível de carga
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Design e construção

Olhar para o Nothing Ear(1) é ter uma visão do que os usuários pensam quando se dizem interessados em um produto com visual futurista. Sem demagogia, esse é o fone TWS mais bonito que eu tive a oportunidade de usar.

Apesar de o design ser altamente inspirado nos AirPods, a empresa conseguiu dar alguns elementos complementares para demonstrar que se trata de outro produto, e isso ajuda o público a identificar de cara que é um fone “by Nothing” e não “by Apple”.

  • Dimensões: ‎2,8 x 2,1 x2,3 cm (cada fone); 5,8 x 5,8 x 2,3 cm (estojo);
  • Peso: 4,7 g (cada fone); 57,4 g (estojo).
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O Ear(1) usa e abusa da transparência tanto nos fones quanto no estojo. Nos acessórios, toda parte que fica nas conchas dos ouvidos é revestida, mas a parte externa possui uma capa translúcida que permite a visualização de alguns componentes internos.

Já no case, toda a área que possui placas é revestida, mas o local em que os fones são guardados também é transparente. Para facilitar a conexão do produto com o compartimento, a empresa aproveitou a paleta de cores da identidade visual para usar ao seu favor.

Case do Nothing Ear(1) (Imagem: Ivo/Canaltech)
Case do Nothing Ear(1) (Imagem: Ivo/Canaltech)

Isso porque o fone direito possui um ponto vermelho que se repete no estojo, enquanto o esquerdo traz um círculo branco com o mesmo propósito. Assim, na hora de guardar o produto, não tem a possibilidade de errar a posição deles.

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Dentro do case, é possível encontrar quatro conectores — dois de cada lado — para plugar os fones e iniciar o carregamento deles. Além disso, existe uma luz de LED para indicar quando o estojo está com a carga máxima (verde) ou precisando de mais energia (vermelha).

A única conexão física presente no compartimento do Nothing Ear(1) é a entrada USB-C para o seu carregamento. Entretanto, também existe um botão disponibilizado para auxiliar a conectividade com diversos dispositivos, bem como resetar o produto.

Além de indicarem o posicionamento certo no case, os pontos presentes nos fones Ear(1) ajudam a mostrar a área sensível ao toque para uso dos comandos presentes nos acessórios. Apesar de ser algo atrativo, não dá para personalizar as opções e aumentar versatilidade ao produto.

  • 2 toques: dar play ou pausar músicas, atender ligações ou desligar;
  • 3 toques: avançar de faixa;
  • Pressão: alternar entre ANC, modo transparência e ambiente;
  • Deslizar para cima ou para baixo: aumentar ou reduzir o volume.
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Área sensível ao toque do Nothing Ear(1) (Imagem: Ivo/Canaltech)
Área sensível ao toque do Nothing Ear(1) (Imagem: Ivo/Canaltech)

O design do Nothing Ear(1) é muito confortável para quem deseja um produto para uso por longas horas. O formato que explora bastante a transparência dá a ele uma sensação de futurismo que é extremamente agradável no mundo da tecnologia.

— Jucyber

O som do Nothing Ear(1) é bom?

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A respeito do som reproduzido pelo Nothing Ear(1), é preciso considerar o tipo de dispositivo em que se está utilizando os fones. Isso porque, no computador, o uso dele é limitado ao formato disponibilizado por padrão pela marca.

Felizmente, as opções de ajuste via toque estão disponíveis também para quem pluga os acessórios via PC, e isso é ótimo para quem se adapta fácil com a navegabilidade e não quer abrir mão disso.

Entretanto, além de conectá-lo no celular ser muito mais fácil, também dá para explorar opções diferenciadas de configuração do áudio para usufruir das frequências favoritas com maior potência.

O Nothing Ear(1) tem som de ótima qualidade (Imagem: Ivo/Canaltech)
O Nothing Ear(1) tem som de ótima qualidade (Imagem: Ivo/Canaltech)
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Em músicas, o impacto desses ajustes é sensacional, pois dá para sentir mais os graves, médios ou agudos. Dessa forma, os gêneros ficam com uma distribuição de tons mais coerente com o meu gosto pessoal.

Logicamente, seria muito melhor se o ajuste fosse feito automaticamente para dar ao aparelho que está em sua primeira geração uma equalização inteligente. De qualquer forma, o Nothing Ear(1) consegue ser eficaz dentro de suas poucas limitações de áudio.

Um dos pontos positivos desse produto é o volume, pois com os fones em 20% já dá para ouvir com qualidade qualquer tipo de conteúdo. Além disso, o tempo de resposta na sincronização entre voz e vídeo é bem interessante.

Para quem joga, a Nothing ainda disponibiliza uma opção para reduzir a latência via aplicativo. Dessa forma, ao utilizar os acessórios em games multiplayer — como Free Fire e PUBG —, a experiência de tiro no campo de batalha não terá atrasos.

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O Nothing Ear(1) tem baixa latência (Imagem: Ivo/Canaltech)
O Nothing Ear(1) tem baixa latência (Imagem: Ivo/Canaltech)

A qualidade sonora entregue pelo Nothing Ear(1) é equivalente ao esperado em um produto premium. As configurações de equalização disponíveis no aplicativo da empresa ajudam a dar ainda mais versatilidade ao som do produto.

— Jucyber

Bateria e conectividade

E já que dei alguns exemplos de configurações do aplicativo, nada mais justo do que dar detalhes a respeito desse app. O “Ear(1)” pode ser baixado em celulares Android ou iPhones, e isso faz com que o uso seja mais completo.

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Nele, o usuário encontrará um layout minimalista no qual existem informações importantes a respeito da quantidade de bateria disponível em cada fone bem como no estojo que acompanha o produto.

A tela inicial mostra os Ear(1) e logo abaixo as palavras “Hear” e “Touch” — que significam “Escutar” e “Tocar” em tradução literal — e ao clicar nelas aparecem mais algumas opções de configuração e explicação a respeito da usabilidade dos fones de ouvido.

Em “Hear” é possível encontrar as configurações de áudio. Tanto os ajustes no nível do cancelamento ativo de ruídos — ANC — quanto a equalização das frequências podem ser realizados nesse submenu.

Já em “Touch” estão as instruções para uso da área sensível ao toque dos fones, que já descrevi em detalhes no início da análise. Algo que deixa a desejar é a falta de uma opção de personalização dos comandos, pois ajudaria a flexibilizar o uso de acordo com o dispositivo conectado.

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Conexão com o App Ear(1) (Captura: Jucyber/Canaltech)
Conexão com o App Ear(1) (Captura: Jucyber/Canaltech)

Um ponto negativo desse aplicativo é não ter uma tradução para o português.

A respeito da conexão, o Nothing Ear(1) possui Bluetooth 5.2, que é uma das versões mais recentes dessa tecnologia e que traz diversas vantagens para a experiência de uso. Uma delas é a compatibilidade com o pareamento rápido — fast pair — que permite a conectividade dos fones com o celular ao abrir o case.

Quando o assunto é bateria, os fones não trazem números surpreendentes em suas especificações. De acordo com a marca, o Ear(1) é capaz de alcançar até 6 horas de autonomia com o ANC em uso.

Nos meus testes práticos, com o volume em 50% e o recurso de cancelamento de ruídos ligado no modo “Maximum”, consegui utilizar o produto por 3 horas e 49 minutos.

Sendo assim, acredito que o tempo estimado varie bastante de acordo com a intensidade do ANC. Com o mesmo volume, mas com o modo desligado, o tempo total de uso foi de 6 horas e 46 minutos.

Algo que me incomodou bastante são as "falhas no áudio" a cada 10% de queda na capacidade da bateria dos fones, pois dava a sensação de que eles iriam parar a qualquer momento. Essas falhas são, na verdade, interrupções que o fone faz na música de propósito para indicar ao usuário a quantidade de bateria que ainda lhes resta.

Como vantagem, o estojo oferece mais 3 recargas, mas o tempo é variado. Para quem só utiliza com o cancelamento ligado, são 24 horas e para aqueles que preferem ouvir o que está ao redor, são 34 horas.

Pareamento rápido e recurso do app Ear(1) (Captura: Jucyber/Canaltech)
Pareamento rápido e recurso do app Ear(1) (Captura: Jucyber/Canaltech)

Ficha técnica

  • Dimensões: ‎2,8 x 2,1 x2,3 cm (cada fone); 5,8 x 5,8 x 2,3 cm (estojo);
  • Peso: 4,7 g (cada fone); 57,4 g (estojo);
  • IPX4
  • Driver: 11,6 mm;
  • Codec: AAC e SBC;
  • Conexão: USB-C;
  • Bluetooth: 5.2.

Concorrentes diretos

O Nothing Ear(1) foi desenvolvido com o propósito de bater de frente com os AirPods da Apple. Por isso, eles são os principais concorrentes desse produto. Esse equipamento da gigante de Cupertino se destaca pelo conforto e integração com o sistema.

Isso porque a empresa conseguiu ajustar o modelo para funcionar em totalidade com qualquer equipamento da marca, seja celular, tablet ou computador. Além disso, o chip de áudio disponibilizado nele traz uma tecnologia focada em entregar a experiência sonora premium que os usuários tanto busca.

AirPods Pro (Imagem: Ivo/Canaltech)
AirPods Pro (Imagem: Ivo/Canaltech)

Em conforto, os dois fones são equivalentes, mas a qualidade sonora do Nothing Ear(1) ainda é mais encorpada, e a maior vantagem disso está na possibilidade de tirar o fone do case e ter um aproveitamento musical que dispensa o uso das configurações complementares disponíveis.

Uma vantagem dos AirPods em relação ao Ear(1) é a venda local, pois o dispositivo da Apple pode ser encontrado no Brasil por uma média de R$ 1.900. Entretanto, para quem prefere importar — considerando as taxas em 60% — o fone da Nothing sai por R$ 790, e isso representa uma boa economia.

O Nothing Ear(1) é só hype?

O Nothing Ear(1) parecia se tratar de um fone de ouvido focado em fazer uso de influenciadores famosos para se estabelecer no mercado até que outras gerações fossem anunciadas com maior consolidação e qualidade.

Entretanto, esse produto vai além do hype e consegue demonstrar que é possível conhecer a primeira linha de um dispositivo sem grandes inovações, mas que começa com o pé direito e gera interesse pelo que está por vir nas próximas versões.

A Nothing entregou tudo — alerta de trocadilho — com o design futurista dos fones e do estojo, que ajudam a dar uma identidade visual marcante. A qualidade sonora chama a atenção dos mais apegados ao som que permite identificar cada frequência e as opções de equalização são um atrativo complementar.

Review Nothing Ear(1) | Alguma coisa além do hype?

Para completar os pontos positivos, o Ear(1) disponibiliza o modo ANC híbrido, e essa opção ajuda a personalizar o nível de entrada dos ruídos de acordo com o ambiente e a necessidade do usuário, algo que é muito importante para quem gosta de ter esse controle.

Em contrapartida, a bateria não traz grandes surpresas e acaba ficando um pouco abaixo do esperado por quem deseja utilizá-lo por longas horas. Mas, mesmo com esse ponto negativo, o Nothing Ear(1) vale muito a pena, principalmente considerando a faixa de preço desses fones de ouvido — abaixo de R$ 800 — para quem escolher importá-lo.