OnlyFans culpa os bancos pelo banimento de conteúdo sexual explícito; entenda
Por Igor Almenara | Editado por Douglas Ciriaco | 24 de Agosto de 2021 às 14h38
O OnlyFans fechou a semana passada com um importante aviso para seus usuários: a publicação de conteúdo sexual explícito será banida da plataforma a partir de 1° de outubro. Para esclarecer a mudança, finalmente o CEO da companhia, Tim Stokely, comentou sobre o assunto e foi categórico na hora de escolher um culpado por esse movimento: os bancos.
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A revelação aconteceu em uma entrevista para o Financial Times que contatou o CEO em busca de mais detalhes sobre a virada de estratégia da plataforma. Segundo Stokely, três grandes instituições financeiras — Bank of New York Mellon, Metro Bank e JPMorgan Chase — rejeitaram qualquer participação no OnlyFans devido ao “risco à reputação” implicado pela veiculação de pornografia. Aí, para manter as funções de pagamento aos criadores, o site teria que mudar.
“Nós não tivemos escolha senão mudar a nossa política”, contou o executivo. A menção aos bancos como os culpados pela alteração tira da mira as bandeiras de cartões MasterCard e Visa, companhias que coagiram plataformas a mudar a abordagem quanto à veiculação de conteúdo sexual explícito.
Mudanças ainda podem rolar
No OF, o banimento não tira de vez conteúdo adulto da plataforma — e até nudez é permitida, embora com ressalvas. Nada está escrito em pedra, então há a chance de a alteração não ser o suficiente para tornar o serviço mais atraente para investidores. Daí, cortes mais profundos seriam necessários.
O CEO não comentou, mas a estreia do OnlyFans como aplicativo na Play Store e na App Store também pode ter colaborado com a decisão, já que o Google e a Apple não dão espaço para conteúdo sexual. Lá, o OFTV, como o app foi batizado, teria um rigor ainda maior, proibindo inclusive nudes.
A virada de políticas do OnlyFans tem precedentes na internet — Tumblr, Patreon e eBay adotaram abordagens semelhantes. Agora, vale observar se a decisão da empresa realmente renderá os frutos esperados, já que a renovação nas políticas terá forte impacto na receita de criadores de conteúdo sexual da rede.
Fonte: Financial Times