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Leonid Radvinsky | Quem é o dono do OnlyFans?

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 29 de Agosto de 2023 às 12h22

Divulgação/OnlyFans
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Leonid Radvinsky é um bilionário ucraniano e dono do OnlyFans. Nascido na cidade de Odesa em 1982, o economista que imigrou para os Estados Unidos ainda criança tem um histórico de investimentos no campo da tecnologia, com a compra de uma parcela de 75% de uma das maiores plataformas de conteúdo erótico do mundo sendo seu maior e mais lucrativo negócio.

A aquisição aconteceu em 2018, quando ele assumiu o controle da maior parte da Fenix International, empresa que é a dona do OnlyFans. Cinco anos depois, a empresa é responsável por grande parte da fortuna do bilionário, avaliada em US$ 2,1 bilhões e com um crescimento ano a ano que acompanha os números milionários da própria plataforma.

Quem é Leonid Radvinsky?

É curioso notar que o homem diante de uma das principais potências da monetização de material erótico chamou a atenção do mundo, justamente, pela promessa não concretizada de pirataria desse conteúdo. Enquanto ainda era adolescente, o ucraniano ajudou a desenvolver a ferramenta de tráfego pago Cybertania, através da qual também gerenciou diferentes sites que prometiam disponibilizar pornografia paga de graça.

Avesso a aparições públicas mas com um histórico na indústria pornográfica, Leonid Radvinsky comprou o OnlyFans em 2018 (Imagem: Divulgação/Leonid Radvinsky)
Avesso a aparições públicas mas com um histórico na indústria pornográfica, Leonid Radvinsky comprou o OnlyFans em 2018 (Imagem: Divulgação/Leonid Radvinsky)

A promessa era da disponibilização de senhas hackeadas e logins gratuitos para sites de conteúdo adulto, em uma época na qual as produtoras do setor começavam a entender o poder da internet. Na realidade, os redirecionamentos levavam a páginas de disponibilização legais de materiais, com Radvinsky chegando a lucrar mais de US$ 1 milhão ao ano por meio de anúncios, redirecionamentos, programas de afiliados e parcerias.

Ao mesmo tempo, se formava em economia pela Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, de onde veio a segunda metade de seu legado, com o site oficial e uma das poucas presenças públicas efetivas de Radvinsky o descrevendo como um empreendedor do e-commerce e um expert em criar empresas sólidas de tecnologia.

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Em 2004, o ucraniano abriu o MyFreeCams, site de conteúdo adulto focado em transmissões ao vivo. Ali, já apareciam também as raízes do OnlyFans, com Radvinsky dando aos criadores a possibilidade de monetizar o próprio conteúdo por meio da venda de vídeos ou recebimento de doações durante as lives, que liberavam posições, ações específicas ou até mesmo chats privados.

Registro da página inicial do Ultrapasswords, que promovia supostas senhas hackeadas de sites adultos e já fazia menção ao MyFreeCams, outro projeto de Radvinsky (Imagem: Reprodução/The Deep Dive)
Registro da página inicial do Ultrapasswords, que promovia supostas senhas hackeadas de sites adultos e já fazia menção ao MyFreeCams, outro projeto de Radvinsky (Imagem: Reprodução/The Deep Dive)

Já em 2009, ele abriu a Leo, seu fundo próprio de investimentos. Focado no fomento a empresas de tecnologia, principalmente no campo do software, ele aplicou no software de redes sociais Pleroma, que é parte do Fediverso, e na B4X, suíte de ferramentas de desenvolvimento de software multiplataforma.

A compra do OnlyFans

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A aproximação entre o site de conteúdo pago e Radvinsky começou em 2018, com um e-mail enviado pelo investidor a Tim Stokely, que havia criado o OnlyFans dois anos antes. O site já era reconhecido como um portal de conteúdo adulto e monetização para criadores amadores; enquanto os detalhes do contato entre os dois são desconhecidos, a similaridade da plataforma com o MyFreeCams, logicamente, deve ter sido um fator.

Como a Fenix International não tem capital aberto, não é possível saber exatamente quanto Radvinsky pagou pelo OnlyFans. Hoje, o bilionário detém uma fatia de 75% do negócio, mas segundo reportagens da imprensa internacional, não estaria envolvido no dia-a-dia do negócio, que mantém parte de sua equipe original até hoje. Stokely, porém, abandonou o cargo de CEO em 2021 e permanece como consultor.

Cardi B está entre as celebridades que ajudaram a alavancar o número de usuários do OnlyFans, também concentrando um dos maiores ganhos da plataforma (Imagem: Divulgação/Universal Pictures)
Cardi B está entre as celebridades que ajudaram a alavancar o número de usuários do OnlyFans, também concentrando um dos maiores ganhos da plataforma (Imagem: Divulgação/Universal Pictures)

O timing foi perfeito e responsável por muitos dos lucros absurdos que Radvinsky acumulou deste então. Dois anos depois da compra do serviço, a pandemia da covid-19 faria a popularidade do OnlyFans explodir, chegando a bater um recorde de 200 mil novos usuários por dia. A presença de celebridades como Cardi B e Bella Thorne, ainda que não produzindo conteúdo sexual, ajudaram nessa explosão.

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O passado de Radvinsky na indústria pornográfica contrasta também com uma das mais polêmicas decisões da história do serviço. Em outubro de 2021, o OnlyFans anunciou que não aceitaria mais conteúdos de natureza sexual e explícita, supostamente sofrendo pressões de bancos e outros meios de pagamento. A reação da comunidade, amplamente negativa, fez com que a mudança fosse revogada menos de uma semana depois.

Números de maio de 2023 indicam a presença de três milhões de criadores na plataforma, com mais de 220 milhões de usuários registrados para acessar os conteúdos. Ao final de 2021, o OnlyFans anunciou um recorde: a marca de US$ 3 bilhões em pagamentos aos criadores ao longo do ano. Quando se considera que o serviço fica com 20% de todas as assinaturas e gorjetas dos usuários, dá para ter noção do tamanho do negócio.

Além do OnlyFans

Radvinsky é um forte apoiador da causa animal, tendo doado milhões de dólares à causa. Caridades de tratamento ao câncer e institutos de pesquisa em doenças de pele também fazem parte das instituições apoiadas por ele, que também é um apoiador do software livre e financiador de projetos sociais focados em tecnologia junto à população carente.

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O site oficial de Leo Radvinsky é uma das poucas presenças online oficiais do empreendedor, listando instituições às quais ele já doou, gostos pessoais e projetos de tecnologia (Imagem: Captura de tela/Felipe Demartini/Canaltech)
O site oficial de Leo Radvinsky é uma das poucas presenças online oficiais do empreendedor, listando instituições às quais ele já doou, gostos pessoais e projetos de tecnologia (Imagem: Captura de tela/Felipe Demartini/Canaltech)

Em uma de suas mais recentes aparições midiáticas, o bilionário doou US$ 5 milhões a instituições que auxiliam os cidadãos afetados pela invasão russa à Ucrânia. A transferência foi feita em nome do OnlyFans e também envolveu milhões em criptomoedas, com valor total não divulgado à imprensa.

Fora dos negócios, seu principal hobby é pilotar helicópteros. Ele tem mais de 90 horas de voo registrado no Bell Jetranger, um dos helicópteros utilitários mais conhecidos do mundo. Além de temas relacionados à tecnologia, seu site oficial cita entre seus gostos assuntos relacionados à psicologia, principalmente voltados aos estudos dos sonhos, consciência e da socialização entre os indivíduos.