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Samsung anuncia memória GDDR6W com dobro de largura de banda e capacidade

Por| Editado por Wallace Moté | 29 de Novembro de 2022 às 14h50

Renan da Silva Dores/Montagem Canaltech
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A Samsung Semiconductor, divisão da gigante sul-coreana responsável pela fabricação de chips, apresentou nesta terça-feira (29) memórias RAM no padrão GDDR6W. Visando atender ao crescimento da demanda por largura de banda e capacidade diante de mercados como o do Metaverso, a solução utiliza uma nova tecnologia de empacotamento que permitiu à companhia dobrar a quantidade de memória e largura de banda de cada chip, ao mesmo tempo em que reduziu sua espessura.

No comunicado de anúncio da GDDR6W, a Samsung destaca como a indústria da tecnologia tem aumentado exponencialmente a quantidade de dados processados, dando foco a dois segmentos: o metaverso e os games. Mais especificamente, a empresa enfatiza os gêmeos digitais — a réplica de ambientes e objetos ultrarrealistas no mundo 3D para desenvolvimento, testes e planejamento —, a ascensão das resoluções 4K e 8K, o aumento da complexidade de objetos 3D nos jogos e o crescimento da adoção de Ray Tracing.

Segundo a gigante, esses tipos de cálculos requerem computação quase simultânea de quantidades substanciais de dados, algo que se estabeleceria ao equivalente "entre 60 e 140 páginas por segundo" em uma cena de game, por exemplo. Isso exige maior capacidade de memória, bem como maior largura de banda — a quantidade de dados transmitida por segundo da memória ao processador, e vice-versa.

Utilizando o novo processo de empacotamento FOWLP, a Samsung conseguiu dobrar a capacidade de memória por chip ao empilhar DRAM (Imagem: Samsung)
Utilizando o novo processo de empacotamento FOWLP, a Samsung conseguiu dobrar a capacidade de memória por chip ao empilhar DRAM (Imagem: Samsung)

Foi pensando nisso que a GDDR6W foi desenvolvida, sendo "a primeira DRAM da próxima geração", que em comparação à GDDR6 tradicional oferece o dobro de capacidade e largura de banda. Para isso, o processo chamado pela empresa de Fan-Out Wafer-Level Packaging, ou apenas FOWLP, foi utilizado. Nele, a Samsung aumenta a capacidade de cada chip de 32 Gb para 64 Gb, empregando um empilhamento 3D de duas camadas de memória DRAM em cada.

Normalmente, quando esse empilhamento é feito, o tamanho total do chip aumenta, e é nesse ponto onde o FOWLP é empregado: em vez de utilizar uma placa de circuitos (PCB) para implementar a DRAM, a gigante instala as memórias diretamente no disco de silício, e adota o que chama de camadas de redistribuição (RDL) para usar fios de cobre mais finos que alimentam a DRAM e transmitem os dados.

O FOWLP também elimina a necessidade de uso de PCB, reduzindo em 36% a espessura em comparação ao GDDR6 (Imagem: Samsung)
O FOWLP também elimina a necessidade de uso de PCB, reduzindo em 36% a espessura em comparação ao GDDR6 (Imagem: Samsung)
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No final, as memórias GDDR6W não apenas mantém a capacidade de dissipação de calor, apesar de haver empilhamento de camadas, como também o tamanho da GDDR6 tradicional, permitindo por exemplo que componentes no novo padrão substituam o antigo em hardware já lançado sem dificuldades. Outro grande benefício é a altura de cada chip, que caiu de 1,1 mm para apenas 0,7 mm de espessura, redução significativa de 36% — algo que deve beneficiar principalmente notebooks e servidores.

Em relação à largura de banda, com a GDDR6W, a Samsung foi capaz de dobrar a quantidade de pinos de IO (popularmente chamada de interface) de 32 para 64, permitindo que as taxas de transferência atingissem o patamar das memórias HBM2E, desenvolvidas especificamente para entregar enorme largura de banda, mas muito mais caras por utilizar um processo de empacotamento de custo elevado.

A GDDR6W permitirá entregar largura de banda próxima da HBM2E custando menos, e com uma quantidade menor de chips frente à GDDR6 (Imagem: Samsung)
A GDDR6W permitirá entregar largura de banda próxima da HBM2E custando menos, e com uma quantidade menor de chips frente à GDDR6 (Imagem: Samsung)

No exemplo divulgado pela Samsung, com memórias GDDR6W operando com velocidade de 22 Gbps em uma interface de 512-bit (512 pinos em um sistema, 8 chips de memória), seria possível atingir largura de banda de 1,4 TB/s. Em comparação, com interface de 4.096-bit e velocidade de 3,2 Gbps, as memórias HBM2E fornecem 1,6 TB/s. Menos chips são usados, mas a maior densidade de pinos exige o uso de microbump, um tipo de solda microscópica responsável por elevar drasticamente o preço.

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Já aprovada pela JEDEC, o consórcio de empresas que regula os padrões de memória, a GDDR6W deverá ser disponibilizada em breve para uso em aceleradores de IA e servidores de computação de alta performance (HPC), e mais interessante, também chegará aos notebooks e soluções de "parceiras de GPU", o que sugere que há chances de vermos laptops gamer com a novidade. A Samsung não anunciou quando demonstraria o lançamento, mas com sorte, aparelhos com RAM GDDR6W podem estar presentes na CES 2023, em janeiro.