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Parece que as auroras também acontecem em Mercúrio

Por| Editado por Patricia Gnipper | 20 de Julho de 2023 às 10h49

Thibaut Roger/Europlanet
Thibaut Roger/Europlanet
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Parece que Mercúrio conta com auroras brilhantes em raios X. Sae Aiwaza, da Universidade de Pisa, e outros pesquisadores, analisaram dados da sonda BepiColombo coletados em 2021, e descobriram neles medidas de elétrons e íons acelerados no planeta. Para a equipe, a aceleração foi resultado de processos aurorais que envolvem o campo magnético de Mercúrio.

Para uma aurora acontecer em um planeta, são necessários dois ingredientes: um campo magnético e uma atmosfera. As partículas eletricamente carregadas são aceleradas ao longo das linhas do campo magnético e chegam às regiões polares, descendo à atmosfera. Ali, elas interagem com átomos e moléculas e liberam radiação — na Terra, o processo rende belas luzes coloridas, que já foram fotografadas até por astronautas.

Mercúrio até tem campo magnético global, mas ele é fraco. Como está bem próximo do Sol, o planeta é exposto à radiação intensa e ao vento solar, que impedem a formação de uma atmosfera como a da Terra. Mesmo assim, o planeta tem uma exosfera fina, que se mantém ligada ao planeta graças à gravidade.

Esses fatores fazem os cientistas considerarem pouco provável que auroras brilhem em Mercúrio. Apesar disso, eles descobriram que, às vezes, a superfície do planeta brilha em raios X. Com a análise dos dados da BepiColombo, Aizawa e seus colegas descobriram que elétrons de baixa energia, presentes na magnetosfera de Mercúrio, podem ser acelerados para algumas áreas.

Esquema da chuva de elétrons em direção à superfície de Mercúrio, observada pela BepiColombo (Imagem: Reprodução/Sae AIZAWA)
Esquema da chuva de elétrons em direção à superfície de Mercúrio, observada pela BepiColombo (Imagem: Reprodução/Sae AIZAWA)

Depois, eles são direcionados às linhas do campo magnético no lado noturno do planeta. Como a atmosfera de Mercúrio é fina, os elétrons não alcançam o ar e acabam colidindo com a superfície, formando as auroras observadas em raios X. Portanto, mesmo sem atmosfera espessa e com campo magnético fraco, Mercúrio parece ter encontrado um jeito de ter suas próprias auroras.

Aizawa e seus colegas concluíram que, embora os planetas do Sistema Solar tenham diferenças significativas em relação à força de seus campos magnéticos e composição de suas atmosferas, eles parecem ter algo em comum: a forma como os elétrons são acelerados, gerando auroras.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.

Fonte: Nature; Via: ScienceAlert