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O que acontece se um asteroide cair na Terra?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 30 de Junho de 2023 às 16h35

NASA/Don Davis
NASA/Don Davis
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Há milhares de asteroides potencialmente perigosos conhecidos e, felizmente, nenhum deles deve atingir nosso planeta nos próximos 100 anos. Mas, afinal, o que aconteceria se um asteroide atingisse a Terra? Nesta matéria, reunimos algumas simulações para mostrar quais seriam as consequências disso.

Todos que já leram algo sobre dinossauros têm na memória a imagem de um grande meteoro, ou muitos, caindo e causando a extinção em massa de várias espécies. Não só isso, mas também formando tsunamis colossais e afetando o clima da Terra por décadas.

Aquele evento ocorreu há 66 milhões de anos, no final do período Cretáceo, deixando a famosa cratera de Chicxulub. Ainda hoje, a história nos deixa um pouco apreensivos por saber que esses “pedregulhos” estão orbitando relativamente perto, como se estivessem à espreita esperando o melhor momento para nos atacar.

As diferenças entre asteroide, meteoro, meteoróide, meteorito e cometa (Imagem: Reprodução/Science Notes)
As diferenças entre asteroide, meteoro, meteoróide, meteorito e cometa (Imagem: Reprodução/Science Notes)

Não há nenhum perigo previsto para os próximos 100 anos, ao menos no que diz respeito aos asteroides já identificados próximos à órbita terrestre. Ainda assim, é importante manter os olhos e os telescópios sempre atentos, pois algumas rochas ainda não detectadas podem estar bem mais perto da Terra.

O que acontece se um asteroide cair na Terra?

Vários fatores influenciam nos resultados do choque de um asteroide com nosso planeta. Claro, o tamanho do objeto é importante, mas também é preciso considerar sua composição, já que alguns são feitos de rocha relativamente macia e outros de ferro, por exemplo.

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Além disso, a velocidade e o ângulo da queda são fundamentais para determinar o tamanho do estrago que o asteroide causaria. No caso do evento que dizimou os dinossauros, por exemplo, os cientistas calculam que a rocha caiu no ângulo mais letal possível.

O simulador Asteroid Launcher, desenvolvido por Neal Agarwal, mostra o que aconteceria se uma rocha espacial caísse na Terra. Você pode escolher o tipo, tamanho e velocidade do objeto, além do ângulo da queda e, por fim, o local do planeta onde você deseja arremessar seu asteroide.

Alguns bairros de São Paulo se transformariam em uma cratera gigante (Imagem: Reprodução/Asteroid Launcher/Neal Agarwal)
Alguns bairros de São Paulo se transformariam em uma cratera gigante (Imagem: Reprodução/Asteroid Launcher/Neal Agarwal)

Note que o impacto em si não é capaz de destruir o mundo, como alguns brincam. A catástrofe do Cretáceo eliminou cerca de 26% das famílias do reino animal e pelo menos 75% das espécies, mas não porque um asteroide caiu exatamente sobre eles, e sim devido aos efeitos em cascata após a colisão. Alguns foram imediatos, e outros, de médio prazo.

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Nos mapas, observamos que a cratera é minúscula se comparada aos efeitos colaterais do asteroide, como a destruição por ondas de choque, terremotos, incêndios, vento, entre outros. O grande mérito do simulador é justamente calcular o impacto de cada um desses fatores.

Como usar

Para "brincar" de jogar asteroides nas cidades, basta selecionar os parâmetros principais e deixar a magia do desastre acontecer. Confira.

Janela de parâmetros do simulador (Imagem: Reprodução/Asteroid Launcher/Neal Agarwal)
Janela de parâmetros do simulador (Imagem: Reprodução/Asteroid Launcher/Neal Agarwal)
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1. Crie seu asteroide

Selecione a composição do seu impactador (rocha, carbono, ferro, ouro ou cometa) e, em seguida, seu diâmetro. Infelizmente, o tamanho é limitado a 1,5km, o que nos impede de criar uma catástrofe das proporções do asteroide de Chicxulub — a "pedrinha" daquele evento tinha quase 15 km de diâmetro. Se quiser o tipo mais comum, escolha a opção carbono".

2. Escolha a velocidade

A velocidade da queda é importante, mas talvez seja mais interessante escolher algo mais realista. Claro, eles podem cair em alta velocidade, mas algo entre 12 km/s (a velocidade do asteroide de Chicxulub) e 40 km/s parece conveniente.

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3. Determine o ângulo

Por fim, escolha o ângulo da queda. Como já vimos, esse fator também é importante e o ângulo de 60° é considerado o mais letal. Experimente este!

4. Aponte para o alvo

Com seu asteroide "em mãos", é hora de arremessá-lo em algum lugar. Escolha seu alvo e clique em "launch asteroid".

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Além do desenho da cratera no mapa, o simulador mostra informações como diâmetro da cratera, quantas pessoas seriam dizimadas dentro da cratera, a profundidade em relação ao nível do mar, entre outros dados (Imagem: Reprodução/Asteroid Launcher/Neal Agarwal)
Além do desenho da cratera no mapa, o simulador mostra informações como diâmetro da cratera, quantas pessoas seriam dizimadas dentro da cratera, a profundidade em relação ao nível do mar, entre outros dados (Imagem: Reprodução/Asteroid Launcher/Neal Agarwal)

A primeira coisa que você vai ver é o tamanho da cratera. Dependendo das suas escolhas, ela vai ter dezenas de quilômetros de diâmetro, dentro do qual toda forma de vida seria vaporizada instantaneamente. Mas isso é só o começo: se você optou por asteroide de carbono, por exemplo, em ângulo de 60°, vai ver efeitos devastadores com alcance muito maior.

Além de mostrar o alcance do desastre, o simulador também calcula quantas pessoas morreriam por cada um desses efeitos com base na população estimada de cada região do mapa. Para observar, basta rolar o scroll do mouse para afastar o mapa.

A bola de foto gigantesca e seus efeitos alcançariam até outros estados, como Rio de Janeiro e Paraná (Imagem: Reproduçã/Asteroid Launcher/Neal Agarwal)
A bola de foto gigantesca e seus efeitos alcançariam até outros estados, como Rio de Janeiro e Paraná (Imagem: Reproduçã/Asteroid Launcher/Neal Agarwal)
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As ondas de choque vitimaria 10 milhões de pessoas e derrubaria casas e prédios (Imagem: Reprodução/Asteroid Launcher/Neal Agarwal)
As ondas de choque vitimaria 10 milhões de pessoas e derrubaria casas e prédios (Imagem: Reprodução/Asteroid Launcher/Neal Agarwal)
O vento também seria responsável por milhares de mortes (Imagem: Reprodução/Asteroid Launcher/Neal Agarwal)
O vento também seria responsável por milhares de mortes (Imagem: Reprodução/Asteroid Launcher/Neal Agarwal)
Terremotos de magnitude 6.5 sacudiriam boa parte do estado de São Paulo (Imagem: Reprodução/Asteroid Launcher/Neal Agarwal)
Terremotos de magnitude 6.5 sacudiriam boa parte do estado de São Paulo (Imagem: Reprodução/Asteroid Launcher/Neal Agarwal)

O Asteroid Launcher foi baseado em cinco artigos científicos publicados pelo Dr. Gareth Collins, professor do Imperial College London e cientista de modelagem de impactos, e Dr. Clemens Rumpf, engenheiro e pesquisador de asteroides.

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Onde os asteroides já caíram?

Se você quiser observar onde estão as crateras de impacto em nosso planeta, o Impact Crater Database pode ajudar. Nele, você vai encontrar não apenas os locais, como também informações sobre as crateras já identificadas pelos cientistas com riqueza de detalhes.

As regiões onde crateras de impacto foram identificadas (Imagem: Reprodução/Impact Earth)
As regiões onde crateras de impacto foram identificadas (Imagem: Reprodução/Impact Earth)

Veja como usar:

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1. Selecione uma cratera no mapa-múndi

Você pode deslizar por todos os continentes e observar onde existem crateras através dos ícones de meteoro.

2. Clique na cratera desejada

Uma janela pop-up se abrirá contendo algumas informações básicas, como tipo e diâmetro da cratera.

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3. Saiba mais

Ao clicar em View Details, uma nova página abrirá trazendo informações detalhadas do asteroide que formou a cratera em questão, período em que ele atingiu a Terra, e dados mais técnicos retirados de estudos científicos.

A cratera de Cangalha, Tocantins, é uma das mais bonitas de observar, com suas características bem conservadas (Imagem: Reprodução/Impact Earth)
A cratera de Cangalha, Tocantins, é uma das mais bonitas de observar, com suas características bem conservadas (Imagem: Reprodução/Impact Earth)

Você pode explorar as sete grandes crateras brasileiras. São elas:

  • Araguainha – Goiás e Mato Grosso – 40 quilômetros de diâmetro
  • São Miguel do Tapuio – Piauí – 20 quilômetros de diâmetro
  • Vargeão – Santa Catarina – 12 quilômetros de diâmetro
  • Piratininga – São Paulo – 12 quilômetros de diâmetro
  • Serra da Cangalha – Tocantins – 12 quilômetros de diâmetro
  • Riachão – Maranhão – 4 quilômetros de diâmetro
  • Colônia – São Paulo – 3,6 quilômetros de diâmetro

Quantos asteroides estão perto da Terra?

Segundo a NASA, já foram detectados 1.298.210 asteroides no Cinturão Principal, que fica entre as órbitas de Marte e Júpiter. As rochas consideradas próximas à Terra (conhecidas como Near-Earth Asteroids, ou NEAs) também são catalogadas e já somam a quantidade de 32.273 objetos.

Visualização dos asteroides já identificados e alguns cometas próximos (Imagem: Reprodução/NASA)
Visualização dos asteroides já identificados e alguns cometas próximos (Imagem: Reprodução/NASA)

Você pode acompanhar a órbita de cada um deles no simulador Eyes on Asteroids, da NASA, que também inclui os cometas e até mesmo as missões espaciais destinadas ao estudo de asteroides. Ao acelerar a passagem de tempo na barra deslizante abaixo da tela, você acompanha a trajetória dos objetos e confere se algum deles vai colidir com a Terra.