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Missões da China reforçam hipótese que Marte teve um oceano no passado

Por| Editado por Patricia Gnipper | 20 de Setembro de 2022 às 18h00

NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech
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A agência espacial chinesa CNSA anunciou que os dados de Marte coletados pelo orbitador Tianwen-1 e pelo rover Zhurong apoiam a hipótese de que um antigo oceano já existiu em Utopia Planitia, a região onde o veículo pousou e segue explorando. A sonda Tianwen-1 já soma mais de 800 dias de operação, e o rover já se deslocou por mais de 1,9 km. Segundo a CNSA, ambos coletaram 1,4 gigabytes de dados.

Ao analisar os dados, os cientistas chineses descobriram a existência de minerais hidratados na chamada “crosta dura”, uma camada rígida de minerais que costuma ser formada pela evaporação da água subterrânea. Eles acreditam que a descoberta prova que houve atividade significativa de água líquida na região em algum ponto ao longo dos últimos bilhões de anos.

Características geológicas do local de pouso do rover Zhurong (Imagem: Reprodução/CMG)
Características geológicas do local de pouso do rover Zhurong (Imagem: Reprodução/CMG)

Eles descobriram também que o solo marciano tem alta tolerância à força e baixa fricção, o que indica que o lugar onde o rover pousou deve ter experimentado a ação erosiva do vento e da água no passado. Assim, eles consideram que o impacto do vento e da água na evolução geológica e ambiental do planeta também apoiam a hipótese da existência de um oceano em Utopia Planitia.

Não é a primeira vez que cientistas levantam a hipótese de que um oceano de água líquida já existiu em Marte. Algumas simulações recentes sugerem que um oceano pode ter existido há bilhões de anos, e antes mesmo de o rover Zhurong chegar a Marte, um grande depósito de gelo foi encontrado sob Utopia Planitia. Na época, os pesquisadores descreveram que o depósito “era provavelmente mais acessível que a maior parte do gelo em Marte”.

A CNSA acrescentou ainda que os cientistas do país conseguiram resultados da relação entre a densidade das rochas na superfície de Marte e o nível da erosão na superfície, a distribuição de íons e partículas neutras do ambiente próximo do espaço. Segundo a agência, missões futuras vão continuar coletando dados da região por meio de levantamentos de sensoriamento remoto.

Artigos produzidos com base nos dados foram publicados nas revistas Nature Astronomy, Nature Geoscience e Science Advances.

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Fonte: Nature Astronomy, Nature Geoscience e Science Advances; Via: CNSA