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Dados do rover Zhurong indicam que paisagem em Marte foi moldada pelos ventos

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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CNSA
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Os dados iniciais do rover chinês Zhurong, que pousou em Utopia Planitia em Marte no ano passado, indicam que a paisagem experimentou longos períodos de intemperismo pela ação dos ventos e, talvez, até da água. As informações foram coletadas nos primeiros 60 sóis (dias marcianos) da missão ao norte do Planeta Vermelho.

Em seus primeiros 60 sóis nas planícies ao norte de Marte, o rover Zhurong percorreu 450,9 metros da paisagem repleta de pedras. Enquanto isso, ele coletou uma série de dados, incluindo amostras de solo e poeira, para estudar a geologia e composição da superfície marciana.

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A câmera NaTeCam do rover foi fundamental para observar os detalhes da superfície. Uma equipe de cientistas do Harbin Institute of Technology, então, analisou esses dados. Muitas rochas próximas ao local de pouso tinham pequenas marcas em um dos lados, indicando a erosão pelo vento.

Além disso, algumas dessas rochas possuíam uma textura escamosa que, segundo os pesquisadores, normalmente surge a partir de interações com a água. Zhurong também encontrou diversas megaondulações, estruturas esculpidas pelos ventos marcianos feitas de sedimentos.

Utopia Planitia

As rochas de Utopia Planitia foram observadas pela primeira vez em 1976 pela sonda Viking 2 da NASA. Àquela época, os cientistas acreditavam que elas fossem fragmentos de material basáltico, mas os dados do Zhurong sugerem uma evolução geológica mais complexa.

Em vez de um grande pedaço de basalto com alguns canais de inundação, as evidências do rover sugerem que a região foi formada por sedimentos. Inclusive, amostras de solo coletadas pelo Zhurong indicaram uma composição semelhante às coletadas em outros lugares de Marte por outras missões.

De qualquer maneira, esses dados reforçam o grande potencial que a região tem de revelar parte da história geológica do planeta e de sua superfície. Muitos cientistas acreditam que Utopia Planitia tenha abrigado um oceano de água líquida, há bilhões de anos, e o Zhurong pode ajudar a resolver essa questão.

Os resultados da pesquisa foram apresentados na Nature Geoscience.

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Fonte: Nature Geoscience, Via New Scientist