Cientistas sugerem lançar vários foguetes para desviar asteroides da Terra
Por Wyllian Torres | Editado por Patricia Gnipper | 12 de Julho de 2021 às 09h49
Em uma nova pesquisa, publicada pelo Centro Nacional de Ciência Espacial (NSSC, na sigla em inglês) da China, cientistas sugerem o lançamento de dezenas de foguetes em direção a asteroides que apresentem algum potencial de risco à Terra. No estudo, o alvo principal da missão é o asteroide Bennu, recentemente visitado pela sonda OSIRIS-REx, da NASA, e que, entre os anos de 2175 e 2199, passará a uma distância de 7,5 milhões de quilômetros da órbita terrestre — representando uma chance de colisão calculada de 1 em 2.700.
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Através de modelos computacionais, o grupo de cientistas chineses simulou o envio de uma frota de foguetes em direção a Bennu, com cerca de 490 km de diâmetro, para desviá-lo de sua órbita original, diminuindo as chances de uma colisão com a Terra em um futuro distante. Na simulação, o asteroide foi atingido por 23 veículos de lançamento Long March 5, com 900 toneladas cada, desviando Bennu para 9 km além de sua rota. Essa distância equivale a 1,4 vez o raio do nosso planeta e pode ser a diferença entre uma colisão ou não.
De acordo com o artigo, os impactos de asteroides representam uma grande ameaça para toda a vida na Terra; por isso, o desvio desses grandes objetos é fundamental para mitigar possíveis ameaças. "Um impactador cinético continua sendo o método de deflexão de asteroide mais viável", afirma o grupo. O problema é que uma missão como esta demandaria uma grande quantidade de energia cinética e isso pode dividir um asteroide em vários pedaços menores, que ainda poderiam colidir com nosso planeta.
Apesar disso, os cientistas afirmam que a proposta seria capaz de desviar asteroides de tamanhos semelhantes ao de Bennu ao longo de 10 anos. Só um único foguete Long March 5 seria capaz de alterar a rota de um asteroide, o que, de acordo com o estudo, já representa uma melhoria na confiabilidade e eficiência das missões deste tipo. Mas, para atingir o desvio necessário da rota, é preciso que vários foguetes atinjam a superfície do corpo celeste em questão.
Para isto, a equipe prevê pequenas alterações no foguete Long March 5 para ser aproveitado em missões de desvio de asteroides, com o acréscimo de propulsores de manobra. No momento, não existe nenhuma ameaça de asteroide em rota de colisão com a Terra, mas isso não impede que cientistas trabalhem desde já em projetos como este, que buscam proteger o planeta.
Fonte: Space Daily, NSSC