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Quem é o Gladiador Dourado, o novo herói do DCU

Por| Editado por Jones Oliveira | 07 de Fevereiro de 2023 às 18h00

DC Comics
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Uma das principais surpresas entre os anúncios do novo Universo Cinematográfico da DC (DCU, na sigla em inglês) foi a série do Gladiador Dourado. O personagem foi criado em 1986, teve participações em diferentes sagas da editora e até foi membro da Liga da Justiça, mas é um ilustre desconhecido para o grande público. E, ainda assim, vai fazer sua estreia no DCU em breve.

O curioso é que, mesmo não sendo tão popular quanto Batman e Superman, o personagem era uma das principais apostas para aparecer nessa retomada da DC no cinema e na TV. A personalidade pouco convencional do herói, que faz dele um misto de malandro e perdedor, é o tipo de coisa que James Gunn adora e, por isso mesmo, parecia uma escolha natural. E foi o que aconteceu.

E embora o novo chefe do DC Studios não tenha dado muitos detalhes sobre o tipo de história que podemos esperar do Gladiador Dourado nas telas, seu passado nos quadrinhos dá uma boa dica de que deve vir por aí.

Gladiador Dourado tem cara de herói clássico, mas é só um malandro bem intencionado (Imagem: Reprodução/DC Comics)
Gladiador Dourado tem cara de herói clássico, mas é só um malandro bem intencionado (Imagem: Reprodução/DC Comics)

O canalha do futuro

É dessa forma bastante direta que a própria DC resume o personagem. Durante a apresentação da série, Gunn disse que o herói será a personificação da Síndrome do Impostor, então é quase certo de que a trama deve puxar para o tom mais cômico que o herói adotou ao longo dos anos.

Contudo, o Gladiador Dourado não nasceu como essa piada ambulante — ainda que sua origem nunca tenha escondido o fato de que ele era um malandro. Criado nas páginas de Booster Gold #1 (1986), Mike Carter é um promissor jogador universitário do século 25 que decide se dar bem de um jeito escuso: usa tecnologia de viagem no tempo para apostar nos resultados dos seus próprios jogos.

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Só que é óbvio que o plano não dá certo e o caso vira um escândalo, fazendo com que a sua reputação e carreira esportiva sejam arruinadas. Assim, ele acaba se tornando um segurança no Museu Espacial de Metropolis — onde tem outra ideia brilhante para dar a volta por cima.

Gladiador Dourado vem para o passado para fugir dos próprios problemas no futuro (Imagem: Reprodução/DC Comics)
Gladiador Dourado vem para o passado para fugir dos próprios problemas no futuro (Imagem: Reprodução/DC Comics)

O museu guarda várias relíquias tecnológicas e alienígenas, além de contar com um belo acervo sobre os heróis do passado. Assim, o que Carter faz é estudar sobre esses figurões e usar a mesma tecnologia que arruinou sua vida para resolver seus problemas. Assim, ele volta para o século 20 para fingir ser um herói e, assim, criar uma nova reputação para si. E lucrar com isso tudo, é claro.

Heróico, mas nem tanto

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Apesar de ter entrado na vida de super-herói de um jeito completamente torto, o Gladiador Dourado não demora a encontrar nesse meio sua verdadeira vocação. Tanto que, mesmo buscando sempre tirar vantagem, lucrar ou mesmo receber as honras por alguma grande ação, ele é bem intencionado e age buscando esse bem comum. Caso consiga tirar proveito disso, melhor ainda.

Tanto que ele trabalhou em conjunto algumas vezes com os grandes medalhões da DC, como Superman e Batman, além de já ter feito parte da Liga da Justiça em alguns momentos.

Gladiador fez parte de uma formação bem incomum da Liga da Justiça (Imagem: Reprodução/DC Comics)
Gladiador fez parte de uma formação bem incomum da Liga da Justiça (Imagem: Reprodução/DC Comics)

Aliás, sua fase mais icônica nos quadrinhos é justamente quando ele está na equipe — embora não aquela que você imagina. Ele fez parte da formação da chamada Liga da Justiça Internacional durante o período em que Keith Giffen e J. M DeMatteis assumiram a revista. Esse é um período muito lembrado pelos leitores por trazer um tom bem mais cômico para as histórias — o que faz com que a fase seja comumente chamada de Liga Cômica ou mesmo Liguinha.

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A ideia dos autores era mostrar a Liga da Justiça como um grupo disfuncional de heróis. Depois da equipe ser desfeita, o Batman e Ajax reúnem novos heróis para compor o time e, sem qualquer exagero, pegam a raspa do tacho da DC, reunindo figuras com personalidades bem distintas e motivações ainda mais duvidosas.

É o caso do próprio Gladiador Dourado, que passou a ficar ainda mais malandro e ganancioso do que antes — e também um pouco mais burro. Além disso, é nessa fase que ele forma sua grande amizade com outro novo membro da Liga, o Besouro Azul.

Ao lado do Besouro Azul, o Gladiador viveu suas melhores histórias (Imagem: Reprodução/DC Comics)
Ao lado do Besouro Azul, o Gladiador viveu suas melhores histórias (Imagem: Reprodução/DC Comics)

Só para ter uma ideia do tipo de situação que a falta de inteligência e a vontade de lucrar levam o herói, há uma história dessa fase da Liga Cômica em que o Gladiador e o Besouro pegam todo o dinheiro da equipe para investir em um negócio imperdível: eles compram uma ilha para poder abrir um grande cassino. A ideia era que pudessem ter uma base em um local tropical onde pudessem descansar ao mesmo tempo em que geram receita para o time.

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Só que, como era de se esperar, o plano não dá nada certo e eles descobrem que a ilha é viva e precisam dar um jeito de resolver a encrenca que eles mesmos criaram.

Encaixando no DCU

É claro que esse tipo de coisa é bem fruto desse período mais humorístico da Liga da Justiça e que leva o Gladiador Dourado para um lado até mais caricato e exagerado. Fora desse contexto, o herói tem algumas histórias mais sérias. Exemplo disso é quando ele é confrontado por um policial temporal do século 25 que vem ao passado para condená-lo por crimes contra a humanidade.

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Além disso, a DC também percebeu que não poderia tratá-lo para sempre como esse malandro irremediável e tratou de fazê-lo crescer em alguns sentidos. Em histórias mais recentes, ele passou a ser uma espécie de herói temporal, viajando entre passado e futuro para resolver eventuais problemas que possam surgir nas diferentes cronologias — mas sem nunca abrir mão de uma boa biscoitagem.

O herói perdedor é o favorito de James Gunn (Imagem: Reprodução/DC Comics)
O herói perdedor é o favorito de James Gunn (Imagem: Reprodução/DC Comics)

E essa abordagem deve ser adotada no DCU. Pelo que James Gunn e Peter Safran apontaram, veremos a origem do Gladiador Dourado manter toda essa malandragem que lhe é característica, tanto que falam que ele é um perdedor que vem tentar a sorte no passado. Só que esse é só o ponto de partida do personagem e é bem provável que o vejamos crescer ao longo da temporada até entender o tamanho do poder que tem em mãos.

O mais interessante é notar como a série se encaixa no que filmes como Superman: Legado e Authority devem apresentar. Ainda que os chefes do DC Studios não tenham comentado nada sobre o teor das novas histórias, parece natural imaginar que vamos ver o Gladiador Dourado vindo para o presente para se dar bem e não dando muita atenção para o que é ser um herói, mas entendendo o real significado disso a partir do exemplo do Homem de Aço. Enquanto isso, o Authority é o contraste do perigo que poderes sem controle podem oferecer.

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Tudo isso é especulativo, é claro, mas uma coisa é certa. Esse jeito perdedor e malandro do personagem combina perfeitamente com aquilo que James Gunn adora fazer. Do seu Senhor das Estrelas a Pacificador, já vimos essa estrutura ser aproveitada pelo cineasta — o que nos leva a crer que o Gladiador Dourado pode ser outro favorito dos fãs no futuro.