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Crítica | Os Irregulares de Baker Street deixa Sherlock Holmes em segundo plano

Por| Editado por Jones Oliveira | 26 de Março de 2021 às 05h01

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Quem gosta de assistir a filmes e séries que desvendam mistérios acaba de ganhar um novo presente da Netflix. Em Os Irregulares de Baker Street, trama original da plataforma de streaming, o espectador vai assistir a oito episódios com muito suspense, investigação e fantasia, focando em um grupo de adolescentes da era vitoriana de Londres sem família.

A vida do grupo, então, muda por completo quando eles são abordados por um homem misterioso, nada menos que John Watson, parceiro de Sherlock Holmes, que pede a ajuda deles para desvendar alguns crimes que estão acontecendo na cidade. Os Irregulares de Baker Street é o segundo lançamento da Netflix, em menos de um ano, a trazer o tão famoso detetive fictício para as telas em diferentes histórias, sendo a trama anterior o filme Enola Holmes, sobre a irmã do investigador.

Crítica | Os Irregulares de Baker Street deixa Sherlock Holmes em segundo plano
Imagem: Divulgação/Netflix

Atenção: esta crítica contém spoilers de Os Irregulares de Baker Street!

O primeiro detalhe que chama a atenção em Os Irregulares de Baker Street é a estética vitoriana, principalmente nas vestimentas, o que automaticamente ambienta o espectador em relação à época em que a história está acontecendo. A trama também nos apresenta rapidamente aos jovens protagonistas da produção, Bea (Thaddea Graham), Jessie (Darci Shaw), Billy (Jojo Macari) e Spike (McKell David), que pelas suas histórias de vida já se mostram pessoas destemidas e que irão trazer muita ação à série.

Com a apresentação de Jessie, irmã mais nova de Bea, descobrimos ainda que os mistérios prometidos da trama são sobrenaturais, uma vez que ela tem pesadelos constantes que parecem reais e, depois, são provados que realmente aconteceram de uma forma paranormal. Então, a trama assume de vez que a história será bastante distante da realidade, se tornando uma produção nichada ao público que gosta de histórias de fantasia. Uma ideia bem interessante da série foi trazer o personagem Leopold (Harrison Osterfield), que se junta ao grupo posteriormente, que se apresenta como um jovem rico. Depois, descobre-se que ele é filho da Rainha da Inglaterra, abordando questões da monarquia antiga que existem até hoje.

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Imagem: Divulgação/Netflix

Os Irregulares de Baker Street não demora para desenvolver o fato de que os crimes que eles começam a solucionar são parte de um problema ainda maior, que coloca toda a cidade de Londres em risco, se não também toda a Inglaterra e o mundo. Além disso, o desenvolvimento dos personagens constrói o fato de que eles não foram escolhidos por John Watson (Royce Pierreson) e Sherlock Holmes (Henry Lloyd-Hughes) por acaso ou simplesmente por terem talentos. Na verdade, a dupla Bea e Jessie são as mais importantes para a construção da trama, fazendo com que a série ganhe o mérito de ter escolhido protagonistas femininas para isso, cada uma desempenhando os papéis mais importantes nas investigações.

Toda a fantasia trazida à série também pode ser classificada como pequenas histórias de horror, já que as investigações envolvem pessoas conquistando poderes assustadores para fazer o mal. Então, vemos diversas cenas sangrentas, com membros, peles e olhos arrancados, entre outros crimes grotescos que precisam ser impedidos o quanto antes. Quando o motivo do surgimento desses poderes é descoberto, os personagens partem para a saga de fazer com que essa possibilidade chegue ao fim, se tornando o enredo central da história.

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Imagem: Divulgação/Netflix

A produção, no geral, mira em um público juvenil, tanto pelo formato aventureiro do grupo como por não apelar para cenas classificadas como impróprias, mas não deixa de ser interessante para um público mais velho e que cresceu acompanhando outros clássicos de fantasia, até mesmo como Harry Potter. Os Irregulares de Baker Street traz, na medida certa, histórias de amizade, relacionamentos, ego, ganância e diferenças de classes, que ainda seguem se aproximando da realidade atual. Outras questões também são modernizadas na trama, abordando assuntos que no passado eram mantidos escondidos devido ao preconceito, e ainda assim os roteiristas escolheram que tais casos não fossem uma questão, sendo mais um ponto positivo para a série.

Quem for assistir esperando um grande protagonismo de Sherlock Holmes e seu parceiro John Watson, pode se decepcionar. As grandes estrelas da série são o grupo de jovens, e sem eles as investigações não teriam o mesmo andamento. A produção, então, traz mistério, drama, investigação e fantasia na medida certa, trazendo uma história linear e de fácil entendimento, que entretém pela originalidade escolhida para falar sobre a era vitoriana, e com personagens carismáticos.

Crítica | Os Irregulares de Baker Street deixa Sherlock Holmes em segundo plano
Imagem: Divulgação/Netflix
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Os Irregulares de Baker Street já está disponível na Netflix em oito episódios.