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Godzilla vs. Kong | A cronologia e os filmes que nos trouxeram a este confronto

Por| Editado por Jones Oliveira | 24 de Março de 2021 às 20h00

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Warner Bros.
Warner Bros.

*Colaborou na matéria Gianfranco Marchi

O quarto filme do MonsterVerse está chegando! A franquia foi iniciada com Godzilla em 2014 e, depois, teve continuidade com o lançamento de Kong: A Ilha da Caveira (2017) e Godzilla II: Rei dos Monstros (2019). Com a chegada de Godzilla vs. Kong, muitas dúvidas e especulações começaram a ser levantadas, sobretudo porque os personagens têm uma longa história, que precede o surgimento do MonsterVerse.

Godzilla tem seu nascimento em 1954 na Toho Company, uma produtora e distribuidora japonesa que fez mais de 30 filmes com o monstrengo. Já o gorila Kong é ainda mais antigo. Apesar de ter aparições em diversas mídias, a obra que marca o surgimento do monstro no cinema é o filme King Kong de 1933.

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Fora do atual MonsterVerse, tivemos algumas versões bastante icônicas de ambos. Hoje, os títulos recentes mais lembrados são Godzilla (1998), de Roland Emmerich; e King Kong (2005), de Peter Jackson, mas nenhum deles traz os mechas que a franquia Godzilla da Toho propõe. Com o MonsterVerse, no entanto, essa realidade começa a mudar: em Godzilla vs. Kong veremos o surgimento contemporâneo do Mechagodzilla, o que pode ser um pouco estranho para quem acha que a história tem nada a ver com robôs gigantes.

Cronologia

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Os filmes do MonsterVerse, no entanto, não foram lançados em ordem cronológica e há um espaço de tempo considerável entre os acontecimentos de um filme e os de outro. Para quem se perdeu um pouco e não entende como os dois monstros podem se encontrar no novo filme, vale lembrar que a ordem cronológica de acontecimentos é iniciada pelos eventos do filme do gorila e não do kaiju japonês.

Lançado em 2017, Kong: A Ilha da Caveira é um filme de época, ambientado em 1973, o que faz dessa uma história anterior aos eventos do primeiro filme lançado, Godzilla, que ambienta os eventos em 2014. A sequência, que mostra Godzilla chutando a bunda de outros monstros, é ambientada em 2019.

A franquia MonsterVerse, no entanto, não se restringe ao cinema. Ambos os personagens ganharam histórias em quadrinhos que podem ampliar nossos conhecimentos sobre os dois universos. Com Godzilla, há três graphic novels que detalham outros aparecimentos do lagarto gigante pelo mundo. Já Kong ganhou uma sequência do filme Kong: Ilha da Caveira, uma série em quadrinhos de quatro partes que nos mostra um pouco mais do universo do personagem após os eventos que vimos no filme, além de trazer algumas histórias que funcionam como prequela.

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De onde vem os monstros?

Os filmes do MonsterVerse apresentam os monstros para o público contemporâneo no formato de um reboot: nenhum conhecimento prévio é exigido do espectador, que está livre para tomar conhecimento dos detalhes junto à humanidade que, no contexto do filme, também está tentando entender se Godzilla e Kong são monstros terríveis, protetores do equilíbrio do planeta ou simplesmente criaturas que existem e de tempos em tempos aparecem para causar destruição.

O MonsterVerse é sustentando pela antiga e invalidada teoria da Terra Oca, segundo a qual o nosso planeta teria seu centro oco, com seu próprio ecossistema, bastante diferente daquele que conhecemos como habitantes da superfície. No MonsterVerse, no entanto, a teoria sustenta a existência de uma rede de túneis sob a superfície da Terra, o que permitiria que os Titãs viajassem tranquilamente por todo o planeta.

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O embate que vimos nos novos filmes também não é novidade no MonsterVerse, cuja história de origem remonta há milhões de anos. Nesse universo, as obras apontam a existência de pinturas rupestres, registros ancestrais de outras batalhas titânicas. Os filmes e o site da Monarch apresentam “provas” de que os humanos já haviam tido contato com Godzilla, Rodan, Mothra e Ghidorah desde o princípio da nossa história. Com as informações reveladas até o momento pelas obras do MonsterVerse, é possível montar uma cronologia da história.

Origens do MonsterVerse

A história começa longe, em 252.902 milhões a.C. A queda de um meteorito na superfície da Terra elimina a radiação que podia ser encontrada no ar e que servia como fonte de energia para os Titãs. Sem esse combustível e visando a própria sobrevivência, alguns titãs hibernam enquanto outros se adaptam em busca de novas fontes de radiação, como é o caso de Godzilla, que vive nas profundezas do oceano.

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Daí para frente, a história é interrompida por enormes vazios, com os próximos registros importantes datando a partir do século XX. Em 1943, o navio U.S.S. Lawton é atacado por uma criatura desconhecida e todos os tripulantes são mortos, exceto William Randa, único sobrevivente do incidente que acabou sendo encoberto pelo governo.

Em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, um combate entre os pilotos Hank Marlow, dos EUA, e Gunpei Ikari, do Japão, faz com que ambos caiam na Ilha da Caveira. Para sobreviver, eles se tornam amigos. Essa história nós vimos em Kong: Ilha da Caveira.

Em 6 de agosto de 1945, a bomba atômica lançada em Hiroshima libera radiação suficiente para despertar os monstros mais próximos, Shinomura e Godzilla, que são atraídos para as cidades. É nesse evento, descrito em uma das graphic novels, que morre a esposa de Eiji Serizawa, testemunha ocular da existência dos Titãs. Seu filho mais novo é o Dr. Ishiro Serizawa, interpretado por Ken Watanabe nos filmes.

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Os filmes nos mostram alguns vislumbres de outros momentos em que os titãs passaram a ser vistos desde que a humanidade começou a “brincar” com radiação, mas algumas dessas histórias ainda não foram ampliadas ou exploradas, mesmo em outras mídias. Com isso, o MonsterVerse deixa uma série de espaços em aberto para o surgimento de novos filmes não apenas nos limites da atual franquia, mas também para as próximas gerações de produções focadas nesses personagens.

Monarch

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O MonsterVerse, no entanto, não é apenas sobre os monstros. A franquia também acompanha a Monarch, que tem influência direta nas ações que parte da humanidade decide tomar diante da chegada massiva dos gigantes. Os filmes ainda não deixaram muito clara a natureza da Monarch, porque, até então, a franquia estava introduzindo seus personagens. Em Godzilla vs. Kong, a influência da Monarch deve ser ainda mais notável, sobretudo enquanto uma poderosa coalisão multinacional.

A Monarch é fundada pouco após o final da Segunda Guerra Mundial, em 1946, como uma das consequências do incidente envolvendo o U.S.S. Lawton. Estadunidense, a organização tem como objetivo estudar essa categoria específica de seres sobre os quais a humanidade tinha pouco ou nenhum conhecimento.

Entre 1946 e 1950, Shinomura e Godzilla travam intensas batalhas, sendo vistos na Rússia, nas Filipinas, no oeste da Austrália, na fictícia Ilha Moansta, na Nova Zelândia e em duas das Ilhas Carolinas. Esses avistamentos têm uma importância: toda vez que o monstro voador atacava, Godzilla aparecia para combatê-lo, o que ajudou a cultivar a ideia do Godzilla muito mais como um salvador do que como um monstro inimigo.

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Em 1952, a Monarch recruta William Randa (interpretado por John Goodman em Kong: Ilha da Caveira), que passa os próximos 30 anos como pesquisador e professor de Criptozoologia enquanto tenta provar a existência dos Titãs. No ano seguinte, em 1953, uma célula Shinomura é encontrada nas Filipinas e estudos da Monarch indicam que uma única célula da criatura é capaz de se regenerar e gerar uma nova criatura.

As duas ameaças aladas acabam se fundindo na Ilha Monsta, onde travam uma batalha com Godzilla, que usa seu bafão atômico para separar a dupla de inimigos (em deles morre e o outro foge). Nessa ocasião, que aconteceu em 1954, a Monarch tentou eliminar os dois titãs no que ficou conhecido como Bombardeio do Atol de Bikini. A Castle Bravo, que existiu de verdade, foi a maior bomba termonuclear já detonada pelos EUA e, no contexto do MonsterVerse, a ocasião marcou a tentativa da Monarch de acabar com os titãs. Mas algo deu errado: embora a Castle Bravo tenha exterminado Shinomura, ela foi completamente ineficaz contra Godzilla.

Pouco explorado até então pelo MonsterVerse cinematográfico, Kong surge agora como um Titã adulto, já que o filme anterior havia nos mostrado um jovem Kong não tão grande e ainda sofrendo a morte do seu bando. Nos trailers, pudemos ver que Godzilla será entendido como uma ameaça e que a Monarch utilizará Kong como uma arma para combatê-lo, daí o embate que dá nome ao filme.

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As tentativas frustradas de matar Godzilla nos anos 1950 e ao longo de todo o MonsterVerse, somadas ao modo como a Monarch tem sido mostrada nos novos filmes, apontam ainda para novidades que, até então, não foram amplamente divulgadas, como o surgimento dos mechas. Mas serão eles alienígenas ou produzidos pelos humanos?

Especulações

Produzido pela parceria Warner Bros. e Legendary Entertainment, Godzilla vs. Kong oferece o primeiro encontro dos dois ícones na nova franquia. O primeiro trailer provocou um enorme hype na internet, com fãs se dividindo entre time Godzilla e time Kong. Ao longo dos anos, no entanto, sempre tivemos Godzilla e Kong em alta estima, o que impossibilita um pouco a transformação dos Titãs em simples monstros cujo único intuito é destruir grandes cidades.

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A inserção de personagens que formam conexões com esses Titãs também nos ajuda a criar laços afetivos com Godzilla e Kong, sobretudo porque, agora, não são pessoas adultas que criam essas conexões, mas sim crianças/adolescentes que não estão visando adquirir poder ou lucro com suas ações. Essas personagens, interpretadas por Millie Bobby Brown e Kaylee Hottle, nos deixam dicas de que Godzilla e Kong irão se enfrentar sim, mas que o verdadeiro inimigo ainda está por vir.

O Mechagodzilla foi visto pela primeira vez em 1974, no filme Godzilla vs. Mechagodzilla, no qual aparece como um vilão extraterrestre. No MonsterVerse, entretanto, ainda não é possível dizer qual será a origem do vilão, mas a introdução de robôs no universo é bastante interessante e pode significar uma futura fusão com outra franquia Warner-Legendary.

Nem vimos o Mechagodzilla ainda e rumores já apontam que seu cadáver servirá para a criação do Mecha-King Ghidorah em um futuro filme. Antes, utilizei a palavra “kaiju” para me referir aos Titãs e isso já serve como uma dica sobre qual franquia poderá se juntar ao MonterVerse. De origem japonesa, a palavra “kaiju” é comumente traduzida como “monstro” e, em si, não quer dizer nada de mais. Porém, para os fãs desse tipo de ficção, “kaiju” faz referência específica aos monstros de produções do gênero tokusatsu, cujos principais representantes, séries como Changeman e Flashman, inspiraram a popular franquia estadunidense Power Rangers.

Contra kaijus, nada mais justo que robôs gigantes, o que pode ser fabricado e controlado por humanos. Em 2013, Guillermo del Toro lançou Círculo de Fogo, sua homenagem a esses ícones da ficção japonesa, fazendo referência não apenas aos tokusatsus, mas também a animes como Evangelion. Também produzido pela Warner Bros. e pela Legendary Entertainment, é possível que o MonsterVerse acabe englobando também essa história de invasão de kaijus de outra dimensão.

Godzilla vs. Kong

Godzilla vs. Kong é dirigido por Adam Wingard (Você é o Próximo) a partir de um roteiro de Eric Pearson, de Thor: Ragnarok e Viúva Negra, e Max Borenstein. Max foi quem deu início ao MonsterVerse, além de assinar a graphic novelGodzilla: Awakening ao lado de Greg Borenstein.

Com um elenco de peso que ostenta nomes como Alexander Skarsgård, Millie Bobby Brown, Rebecca Hall, Brian Tyree Henry, Eiza González, Kyle Chandler e Demián Bichir, Godzilla vs. Kong foi adiado no Brasil e só chega por aqui no dia 8 de abril. Nos Estados Unidos, o lançamento está mantido para o dia 31 de março nos cinemas e no HBO Max.

*Com informações: CBR, ScreenRant e DigitalSpy