Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Governo alemão quer barrar nova política de privacidade do WhatsApp

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 13 de Abril de 2021 às 15h40

Diego Cervo/Unsplash
Diego Cervo/Unsplash
WhatsApp
Tudo sobre WhatsApp
Continua após a publicidade

A nova política de privacidade do WhatsApp chamou a atenção das autoridades alemãs. Órgãos reguladores do país estudam barrar o lançamento das medidas por meio de uma ordem judicial, visto que mudanças significativas no mensageiro afetam milhões de pessoas no mundo.

“O WhatsApp é utilizado por quase 60 milhões de pessoas na Alemanha e é de longe uma das plataformas sociais mais utilizadas, até mais que o Facebook”, registra o comissário da Proteção de Dados e Liberdade de Informação de Hamburgo, Johannes Caspar. Dada a sua dimensão, o especialista acredita ser importante assegurar que os detentores da rede (no caso, o Facebook) não usem seus dados descriminadamente para gerar lucro ou impor políticas potencialmente nocivas.

A nota lançada pela autoridade alemã foi recebida pela rede social, que afirma estar avaliando o comunicado para logo se manifestar, “resolver os maus entendidos” e esclarecer o “real efeito da atualização”. A companhia se diz comprometida em proporcionar “diálogos seguros e privados para todos”.

“Para ser mais claro, ao aceitar os termos de uso do WhatsApp, os usuários não estão concordando com qualquer ampliação na capacidade de extração de dados do Facebook, e a atualização não impacta a privacidade das conversas entre amigos e familiares em qualquer lugar do mundo”, se defende a empresa de Mark Zuckerberg.

Para o Caspar, entretanto, a introdução das políticas de privacidade é um “divisor de águas” na relação do mensageiro com os órgãos da Alemanha. “Até agora, não temos ciência de qualquer supervisão sobre as operações entre o WhatsApp e o Facebook”, comentou. Ele diz que “há razões para acreditar” que as recentes normas irão ampliar o compartilhamento de dados entre a plataforma e seu detentor, por isso a obrigatoriedade também configuraria uma ilegalidade.

Finalizando, Caspar diz que o caso foi aberto para tentar "prevenir o compartilhamento ilegal de dados e, se necessário, dar fim a essa cobrança ilegal sobre milhões de pessoas".

Está pronto para aceitar os novos termos do WhatsApp?

Continua após a publicidade

Este assunto já foi discutido e apresentado inúmeras vezes aqui no Canaltech. Para quem não se lembra, as políticas foram primeiramente estabelecidas para 8 de fevereiro deste ano, mas logo foram adiadas para maio. O Facebook decidiu tomar esse tempo para apresentar devidamente as normas de segurança e quais seriam os pilares seguidos no próximo contrato.

Mensagens com outros contatos — por conversas privadas ou grupo — serão sempre privadas e protegidas com criptografia de ponta a ponta, garante a companhia. O WhatsApp afirma ainda que: não manterá histórico de ligações, a agenda não será compartilhada com o Facebook e a sua localização, quando compartilhada, será secreta. Contudo, ainda há “o pulo do gato”: a comunicação com as empresas.

Os termos de uso que tanto causaram barulho para o mensageiro preparam a base de usuários para introduzir ferramentas avançadas para contas comerciais. Além disso, também há a ampliação da infraestrutura da rede social para o WhatsApp, como Facebook Pay, para futuramente adicionar recursos mais robustos ao app — e isso implica no compartilhamento de dados com a gigante de Mark Zuckerberg, fato que desagrada algumas autoridades pelo mundo.

Continua após a publicidade

Aceite ou deixe-o

Desde quando o novo termo de uso foi apresentado, o que mais chamou a atenção das autoridades regulatórias estava no aspecto obrigatório do contrato. Os usuários devem aceitar o acordo e o compartilhamento de dados com o Facebook, caso contrário, não poderão utilizar o aplicativo.

Isso foi reforçado nas mais recentes notificações lançadas através do mensageiro, informando quais seriam as consequências de deixar o contrato para depois: mensagens não poderiam mais ser lidas ou enviadas, tampouco ligações estariam acessíveis. Depois do dia 15 de maio, o usuário poderá apenas receber chamadas, ler notificações ou aceitar o contrato no app.

Continua após a publicidade

Até agora, o prazo para aceitar os termos segue inalterado, assim como as limitações em caso de rejeição dos termos. O WhatsApp e o Facebook devem persistir nessa mudança, a não ser que sejam impedidos por órgãos regulatórios por alguma razão. Neste caso, resta aguardar pelos próximos capítulos dessa novela e ler atentamente os termos já disponibilizados no mensageiro.

Fonte: Bloomberg