Google TV "respirando por aparelhos" segundo site; entenda o que pode acontecer
Por Bruno Bertonzin • Editado por Léo Müller | •

A plataforma Google TV enfrenta dificuldades financeiras que colocam seu futuro em dúvida, segundo reportagem do site The Verge. A empresa sofre para gerar receita suficiente com publicidade na plataforma de TV inteligente, apesar de ter investido milhões de dólares no projeto.
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Vale destacar que o Google tem um histórico conhecido de descontinuar produtos ao primeiro sinal de problemas de rentabilidade.
Serviços como Google Reader, Google+, Stadia e diversos outros foram encerrados prematuramente quando não atingiram as expectativas da empresa.
Assim, não seria surpresa se o Google TV, apesar de sua dimensão, também seguir este caminho e ser descontinuado.
Anunciantes preferem o YouTube
As dificuldades da plataforma são agravadas pelo fato de a receita publicitária do Google TV estar sendo canibalizada pelo YouTube.
As visualizações do YouTube em smart TVs como um todo aumentaram consistentemente ao longo dos anos e, atualmente, representam 25% das visualizações que todos os serviços de streaming recebem nos EUA.
Como resultado, as equipes de vendas do Google são forçadas a priorizar o YouTube em detrimento da plataforma Google TV. Isso também desencadeou cortes no orçamento e demissões na equipe do Google TV, conforme relatado em junho.
Milhões pelo ralo
De acordo com o The Verge, o Google gastou milhões para tornar a plataforma atrativa para anunciantes, mas ainda não conseguiu lucro com os investimentos. Com "custos explodindo", a empresa foi forçada a reavaliar quanto mais quer investir no projeto.
Em uma tentativa desesperada de gerar mais dinheiro, o Google está renunciando ao controle dos espaços publicitários.
A empresa agora oferece livremente esses slots para provedores de streaming que publicam aplicativos na plataforma, em troca de uma comissão.
Essa abordagem vai contra o que outras marcas como Roku fazem. Essas empresas reservam alguns dos espaços publicitários, incluindo aqueles dentro dos aplicativos, e ficam com a totalidade da comissão.
Participação de mercado limitada nos EUA
O nervosismo do Google pode ser explicado pela sua participação discreta no mercado norte-americano de TVs inteligentes.
Embora mais de dois terços dos lares americanos possuam uma smart TV, apenas cerca de 10% deles usam Android ou Google TV.
O percentual é maior mundialmente, onde cerca de um quarto das novas TVs são enviadas com uma das interfaces do Google. No entanto, isso inclui um "nível operacional" altamente customizado por fabricantes, o que reduz significativamente a receita do Google.
Nos Estados Unidos, onde o Google pode exercer mais controle, o mercado de smart TV é dominado por Samsung, LG e Roku. A Amazon, que atualmente representa cerca de 5%, aumenta a pressão sobre o Google por meio de colocações agressivas no varejo.
O The Verge destaca que a gigante do varejo firmou parceria com a Hisense para lançar smart TVs com o sistema Fire TV OS, em vez do Google TV, como era na linha anterior. A Amazon também oferece “recompensas” de até US$ 50 por TV ativada para parceiros de varejo venderem suas os modelos Hisense com Fire OS.
Futuro incerto para a plataforma
Diferentemente do Android, o Google TV não deu à gigante de tecnologia o monopólio que esperava. O Google busca parcerias de prazo mais curto com fabricantes de TV, e a incerteza paira sobre o futuro do Google TV.
Embora o encerramento da plataforma não esteja certo, a situação ecoa o padrão histórico do Google de abandonar produtos que não atendem às expectativas financeiras. A empresa pode reduzir seus esforços e priorizar outras áreas mais lucrativas.
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Fonte: The Verge