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Wi-Fi 7 | 4 desafios à implantação e popularização no Brasil

Por| Editado por Jones Oliveira | 14 de Dezembro de 2023 às 17h50

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TP Link
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Toda nova tecnologia depende de diversos fatores para uma introdução efetiva no mercado, e alguns desses pontos podem variar dependendo do país. Prova disso é que até hoje o Wi-Fi 6 ainda é pouco comum no Brasil, principalmente em espaços públicos, mas o Wi-Fi 7 já está vindo aí.

Para entender exatamente quais são esses desafios de implantação e popularização do Wi-Fi 7, o Canaltech conversou com Ayrton Neves, Diretor de Canais da TP-Link Brasil. Também falamos sobre como funciona a certificação para comercializar no Brasil aparelhos que operam com frequência de rádio e possíveis soluções para minimizar alguns dos entraves comerciais e de infraestrutura.

"Para comercialização de um produto, é necessário a avaliação de um OCD (organismo de certificação designado) que por meio dos laboratórios acreditados certificam que o produto atende todos os requisitos da legislação brasileira", explica Ayrton Neves.
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1. Regulamentação e homologação com a Anatel

Todo aparelho eletrônico que utiliza qualquer componente de frequência de rádio precisa ter homologação da Anatel. A lista dos dispositivos é gigantesca e inclui smartphones, televisores, qualquer componente sem fio (mouse, teclado, headset), consoles e, naturalmente, roteadores.

De maneira geral, este é um dos pontos que faz com que alguns produtos demorem um pouco mais para serem lançados no Brasil. Isto porque existe uma série de normas de segurança e qualidade que precisam ser atendidas para garantir que os equipamentos não emitem radiações nocivas.

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“Neste sentido, o Brasil está avançado com relação a outros países, isso porque a nova faixa de frequências do Wi-Fi 7 já está regulamentada para uso. Por outro lado, a obrigatoriedade da homologação encarece o processo e afeta diretamente a janela de lançamento dos produtos.”

2. Tecnologias exclusivas

Outro ponto que pode representar dificuldades na implementação é, justamente, a principal vantagem do Wi-Fi 7. Diferente das gerações anteriores, o novo padrão traz uma série de tecnologias novas embarcadas que são exclusivas da geração, como a Operação Multi-Link e modulação 4KQAM.

Isto significa que apenas aparelhos também certificados para Wi-Fi 7 podem tirar máximo proveito dessas redes. Por essa razão, investir no novo padrão pode não fazer sentido para a maioria dos usuários em um primeiro momento, uma vez que, salvo pelos iPhone 15, os primeiros dispositivos compatíveis com Wi-Fi 7 começam a chegar ao mercado apenas em 2024.

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“A nova faixa de frequência de 6GHz é compatível com equipamentos Wi-Fi 6E (geração anterior), porém os novos recursos, como MLO e 4KQAM, em sua maioria funcionam somente com equipamentos Wi-Fi 7, apesar disso é importante ressaltar que estes dispositivos da nova geração ainda mantém a compatibilidade com as versões anteriores do protocolo”

3. Cobertura reduzida em frequências mais rápidas

Uma das desvantagens de trabalhar com frequências de onda mais altas é a maior degradação do sinal conforme a distância. Essa queda gradativa afeta a velocidade de redes Wi-Fi na banda de 6GHz, que mesmo sendo teoricamente muito rápida, só opera a 100% muito próximo dos pontos de acesso.

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A vantagem é que, tanto por se tratar de uma tecnologia nova, quanto pela própria área efetiva do sinal, as frequências de 6GHz são bem menos poluídas, sofrendo menos com interferência de dispositivos vizinhos. Contudo, como um dos diferenciais do Wi-Fi 7 é sua taxa de transferência até cinco vezes maior que do Wi-Fi 6/6E, para atingir essas taxas a cobertura de rede sem fio precisa ser mais ampla, exigindo mais pontos de acesso.

“No curto prazo é um problema a cobertura relativamente menor da nova faixa de frequência de 6GHz, todavia, por serem canais novos, não há interferência dos dispositivos vizinhos, o que pode melhorar sensivelmente o desempenho dessa conexão. Vale ressaltar que diversas outras operações, como a introdução de um segundo ponto de acesso via rede Mesh e o MLO, podem resolver facilmente a 'baixa' cobertura da nova faixa”, comenta o especialista da TP-Link.

4. Custo elevado a curto e médio prazo

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A combinação dessas questões somada ao “preço Brasil” gera um quarto, e possivelmente maior, desafio para uma adoção efetiva do Wi-Fi 7: o custo em cascata. Toda nova tecnologia exige um alto investimento em P&D, e isso fatalmente acaba repassado ao consumidor final até certo ponto.

Com equipamentos mais modernos e mais tecnologias embarcadas, a implantação inicial da rede Wi-Fi 7 é naturalmente mais cara. Além disso, como a base de usuários que irá se beneficiar de fato do novo padrão ainda não está estabelecida, o retorno do investimento em infraestrutura é reduzido.

“A ampla adoção de uma tecnologia exige tempo e esforço conjunto público-privado nesse sentido, ações como, por exemplo, diminuição de barreiras alfandegária e uma boa regulação. Assim como a maioria das novas tecnologias, a ideia do Wi-Fi 7 é atingir inicialmente segmentos corporativos e casas de alto padrão devido ao elevado custo dos dispositivos compatíveis com o novo padrão.”
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É preciso reforçar também que mesmo para os aparelhos montados em território nacional, a maioria de seus componentes é importada. Dessa forma, ainda existe uma série de barreiras alfandegárias que pode impactar no preço final dos produtos.

Como favorecer a ampla adoção do Wi-Fi 7?

O Wi-Fi 7 é um padrão sem-fio que traz uma série de benefícios até bastante claros sobre as versões anteriores, principalmente nos quesitos estabilidade, segurança de rede e volume de dados. Este último ponto, por si só, já pode impulsionar uma adoção acelerada do novo padrão de rede sem fio, uma vez que estamos caminhando para a era das cidades inteligentes, com a computação de borda e a Internet das Coisas presentes em cada vez mais espaços, especialmente no setor de serviços e infraestrutura.

Sendo assim, garantir redes mais consistentes e rápidas será cada vez mais necessário. Com essa urgência, a tendência é que as conversas entre setores públicos e privados avance mais rapidamente, reduzindo ao menos alguns dos entraves atuais para tornar o Wi-Fi 7 acessível em poucos anos.

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