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Starlink é obrigada por lei a suspender X no Brasil, explicam advogados

Por  • Editado por Léo Müller | 

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Arte/Eric Mockaitis
Arte/Eric Mockaitis
Elon Musk

Após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), as operadoras brasileiras foram notificadas para bloquear o acesso ao X no Brasil. Contudo, a Starlink, operadora via satélite de Elon Musk, informou à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que não acatará a determinação até que as suas contas bancárias sejam liberadas pela Justiça.

Apesar da recusa, advogados ouvidos pelo Canaltech ressaltam que a operadora deve seguir a determinação judicial. “A Starlink pode contestar a ordem judicial, mas, enquanto a decisão estiver em vigor, ela está legalmente obrigada a cumpri-la”, explica a advogada especializada em Direito Digital e LGPD, Larissa Pigão.

O advogado constitucionalista e criminalista, Adib Abdouni, também reforça que a Starlink “é obrigada [a bloquear a rede social no Brasil], por se tratar de uma empresa operadora de banda larga via satélite, regulada e fiscalizada pela Anatel”.

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Quais são as sanções que a Starlink pode sofrer?

Larissa Pigão, que também é mestranda em Ciências Jurídicas, reforça que o posicionamento da operadora em não obedecer à determinação “pode gerar consequências jurídicas severas, incluindo sanções administrativas e judiciais”, além de multas e até a suspensão da licença para operar no Brasil.

Em entrevista à GloboNews, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, explicou que a sanção máxima prevista para uma empresa de telecomunicações é a cassação da outorga. 

“Uma vez que haja a cassação da outorga, por exemplo, no caso da Starlink, hipoteticamente, ela não poderá mais prestar os serviços de telecomunicações no Brasil”, diz Baigorri.

Caso a operadora insista em oferecer o acesso ao X, o presidente ressalta ainda à emissora que a agência pode ser obrigada a apreender os equipamentos das estações terrenas da Starlink no Brasil.

“No caso mais grave – cassação da outorga –, a atividade [caso mantida] será considerada clandestina, à míngua da competente concessão, permissão ou autorização de serviço de exploração de satélite. O crime está previsto no artigo 183 da Lei 9.472/97, com pena de detenção de dois a quatro anos, tornando certa a obrigação de indenizar os eventuais danos causados pelo crime, assim como a perda, em favor da Agência, dos bens empregados na atividade clandestina”, explica Adib Abdouni.

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Por que as contas da Starlink foram bloqueadas?

Em decisão recente, o ministro do STF Alexandre de Moraes bloqueou as contas da Starlink por entender que tanto a operadora quanto a rede social fazem parte do mesmo grupo econômico. A ação foi realizada para garantir o pagamento de multas ao X.

“Essa medida visa garantir que o grupo como um todo, e não apenas o X, seja responsabilizado financeiramente pelo cumprimento das ordens judiciais”, explica Pigão.

Na sexta-feira (30), a operadora recorreu da decisão. O pedido, no entanto, foi negado pelo ministro Cristiano Zanin.

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