Surface Book e Surface Pro 4 tiveram altas taxas de devolução, revela memorando
Por Giovanni Santa Rosa | 14 de Agosto de 2017 às 11h33
Semana passada, a Consumer Reports retirou os selos de recomendação da linha Surface — e isso continua dando o que falar. Apesar de a Microsoft ter rebatido as acusações em um primeiro momento, o vazamento de um memorando interno revela que os produtos de 2015 tiveram um índice de trocas e devoluções maior do que a média os modelos anteriores, o que teve influência nas métricas da entidade americana que testa a confiabilidade e durabilidade dos itens.
Trazido à tona pelo blogueiro Paul Thurrott, que acompanha a Microsoft de perto, o documento revela que a empresa teve muitos problemas com o Surface Pro 4 e o Surface Book, ambos lançados em 2015. Os drivers e o firmware customizados pela companhia apresentaram muitos bugs ao trabalhar em conjunto com o processador Skylake, da Intel.
Outras fabricantes enfrentaram problemas com o gerenciamento de energia do chip, mas conseguiram resolvê-los rapidamente — tanto que, quando Satya Nadella, CEO da Microsoft, procurou a Lenovo para saber como eles estavam lidando com a questão, a empresa chinesa ficou confusa, já que estava tudo solucionado.
O memorando revela o tamanho do problema do Surface Book e do Surface Pro 4. O Surface Book teve uma taxa de devolução e troca de 17% durante o lançamento. Esse número ainda permaneceu acima dos 10% por mais seis meses. Já o Surface Pro 4 também teve uma quantidade considerável de trocas e devoluções: 16% durante o lançamento, mas caiu para menos de 10% em um mês.
A título de comparação, os modelos anteriores dificilmente passavam da casa dos 10%, mesmo no primeiro mês após o lançamento. Portanto, pode-se dizer que a decisão da Consumer Reports de retirar o selo de recomendação foi largamente impactada pelos problemas desses dois modelos.
O documento — que é assinado por Panos Panay, vice-presidente da Microsoft e responsável por liderar o desenvolvimento do Surface — ainda revela que a empresa está preparando um grande material com dados sobre a confiabilidade de seus produtos para ser distribuído a parceiros comerciais e de marketing. Parece que a gigante de Redmond sentiu o golpe e vai precisar correr atrás do prejuízo.