O que é o ECG do Apple Watch?
Por Vinícius Moschen | Editado por Wallace Moté | 02 de Outubro de 2022 às 13h00
O ECG é um dos recursos mais avançados nos relógios inteligentes atuais, e isso também inclui o Apple Watch. Ele serve para realizar medições relacionadas aos batimentos cardíacos, o que pode auxiliar em uma série de situações, inclusive de emergência.
O que é ECG e para que ele serve
O eletrocardiograma é um procedimento comumente utilizado para diagnosticar problemas de coração, inclusive alguns bastante graves. Entre as condições que podem ser detectadas por ele estão as artérias bloqueadas/estreitadas, descompassos e outras formas de arritmia, que levam a morte em situações extremas.
Em geral, médicos especialistas costumam recomendar eletrocardiogramas quando identificam os seguintes sintomas: dor no peito, tontura, palpitações do coração, pulso rápido, falta de ar, fraqueza, entre outros.
Como funciona o ECG do Apple Watch
O Apple Watch, assim como diversos outros relógios do tipo, possui sensores que entram em contato com a pele, na parte de trás da tela. Com isso, além da própria frequência cardíaca, o produto também identifica outros aspectos como o ritmo e força dos batimentos.
Para fazer um eletrocardiograma no Apple Watch, basta abrir o aplicativo ECG, disponível no Watch Series 4 ou modelos mais recentes. Antes do início do teste, é importante ter certeza de que o relógio está firme no pulso, e que o braço está posicionado em uma mesa ou no colo.
Depois de abrir o app ECG no Apple Watch, o dispositivo pedirá que o usuário coloque o dedo na coroa lateral por alguns instantes, mas não é necessário durante todo o teste. O processo demora 20 segundos, e na sequência será possível tocar em adicionar sintomas, para dar mais detalhes da condição de saúde.
Após o término do registro, o usuário receberá uma classificação correspondente:
Ritmo Sinusal: significa que o coração bateu de maneira regular durante o teste, com a sincronia que se espera. Vale lembrar que o resultado representa apenas o período de realização do ECG, e uma visita ao médico é recomendada sob quaisquer sintomas percebidos, mesmo que o teste tenha dado como normal.
Fibrilação Atrial: representa que os batimentos cardíacos estão em um ritmo irregular, e por isso uma visita ao médico deve ser feita imediatamente.
Batimentos baixos ou altos: como o nome indica, indica que o ritmo cardíaco está mais lento ou mais rápido que o normal. Esta condição pode requerer uma visita ao médico, mas também pode ser causada por fatores mais comuns, como a prática de exercícios, ou o consumo de determinados medicamentos.
Inconclusivo: Significa que o registro foi feito normalmente, mas não chegou a um resultado objetivo. Isso pode acontecer por causa de sinais que o relógio não reconhece, pelo uso de um marca-passo, ou outras condições fisiológicas.
Gravação ruim: aponta que algo deu errado durante o teste, talvez por causa de problemas no posicionamento do braço ou na fixação do relógio no pulso.
Para visualizar informações mais detalhadas sobre os registros, o usuário pode usar o app Saúde no iPhone. Com ele também é possível compartilhar os resultados diretamente com o médico, para que o controle possa ser feito de forma mais frequente.
Mas afinal, ECG do iPhone é confiável?
De acordo com informações publicadas pela própria Apple, o ECG do Apple Watch utiliza um padrão de derivação única, enquanto os consultórios usam padrões de 12 derivações — em outras palavras, é registrado o sinal elétrico de diferentes ângulos no coração.
É possível afirmar que o relógio possui uma proporção de acerto bastante alta em seus registros. Porém, ele não é capaz de identificar todos os possíveis problemas que um equipamento médico dedicado poderia — como ataques cardíacos, por exemplo —, e por isso o resultado do Apple Watch não pode ser considerado como um diagnóstico definitivo.
Mesmo assim, o produto é aprovado por diversos órgãos da área de saúde, como o FDA nos Estados Unidos. Na prática, isso significa que ele passou por rigorosos testes de confiabilidade, em comparação direta com os dispositivos profissionais.
Já existem diversos casos de pessoas que foram salvas pelo ECG do Apple Watch, inclusive em situações sem quaisquer sintomas claros de que algo estava errado com o coração. Por isso, se o relógio detectar alguma irregularidade, uma visita ao médico é altamente recomendada em qualquer condição.
Quais relógios possuem ECG?
O ECG está disponível desde o Apple Watch Series 4, e em todos os modelos mais recentes de relógios da marca, com exceção do Apple Watch SE. Porém, o recurso também aparece em smartwatches mais avançados de outras empresas:
Galaxy Watch 5 e 5 Pro: os relógios da Samsung são os mais populares do planeta com o sistema operacional WearOS, derivado do Android. Seu ECG também conta com a aprovação do FDA, e por isso apresenta alta precisão de resultados — porém, assim como no caso do Apple Watch, ele não substitui um equipamento profissional.
Fitbit Sense: a opção da marca adquirida pelo Google é mais barata que alguns concorrentes, mas mantendo um alto foco nos recursos de saúde. O funcionamento do ECG é bastante semelhante, em um processo que demora poucos segundos e com resultados que podem ser vistos em aplicativo de smartphone.
Huawei Watch GT3 Pro: neste caso, há uma distinção importante, afinal o ECG da marca chinesa não tem aprovação do FDA. Porém, mesmo assim é possível obter resultados bastante válidos, mesmo que ainda não seja tão eficiente quanto uma visita ao médico.
Além disso, outros modelos de marcas menos conhecidas também trazem o ECG. É o caso do Withings ScanWatch, ScanWatch Horizon e Move ECG. Ao longo dos próximos anos, é provável que cada vez mais modelos cheguem ao mercado, com tecnologias mais sofisticadas e precisas.
Fonte: Apple, Mayo Clinic, Healthline, Pocketnow