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Smartphones Xiaomi de 2020 podem não ter bom custo-benefício; entenda

Por| 10 de Dezembro de 2019 às 09h15

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Smartphones Xiaomi de 2020 podem não ter bom custo-benefício; entenda
Smartphones Xiaomi de 2020 podem não ter bom custo-benefício; entenda
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No dia 3 de dezembro, a Qualcomm revelou oficialmente ao mundo o novo processador topo de linha da empresa para smartphones: o Snapdragon 865. Além das diversas melhorias em processamentos de dados gráficos e de algoritmos de IA, uma das principais mudanças do componente é o fato de que, pela primeira vez em anos, ele não virá com um modem integrado - esse item só será vendido em conjunto com o X55, o modem 5G de última geração da Qualcomm.

Mas, ainda que essa aparente ser uma mudança sem tanta importância, ela deverá influenciar bastante em toda as linhas de smartphones a serem lançados em 2020. Primeiro, porque invariavelmente haverá um aumento do preço: ainda que a Qualcomm ofereça condições especiais para a compra em conjunto, as fabricantes precisarão comprar dois componentes de última geração ao invés de apenas um, o que por si só já tornará essa aquisição mais cara.

Isso quer dizer que, se compararmos com a quantidade de smartphones lançados este ano que utilizam o Snapdragon 855 (que é o atual processador mais avançado da Qualcomm), haverá uma quantidade menor de aparelhos lançados em 2020 que utilizarão o Snapdragon 865, que será o processador de ponta do ano que vem.

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Assim, os chamados “flagships” das grandes empresas (como os sucessores do Galaxy S10) continuarão utilizando o processador mais avançado da Qualcomm, mas os aparelhos medianos que hoje se aproveitam do Snapdragon 855 (como o Redmi K20 Pro) serão obrigados a utilizar opções menos potentes de processador, pois o investimento em um componente de última geração + um modem impediria que esses aparelhos pudessem ser lançados no mercado na faixa de US$ 400, que é o preço no qual costumam ser lançados.

E a possível solução para esses aparelhos já foi apontada pela Xiaomi, já que a empresa confirmou que os aparelhos da série Redmi K30 não usarão o Snapdragon 865 como processador, mas o Snapdragon 765. Apesar de ser um pouco menos potente, a vantagem deste modelo de processador é que ele já vem com um modem 5G embutido no próprio chip (ainda que ele suporte menos frequências do que o X55), o que permite baratear os custos do aparelho. Mesmo assim, há uma problema existente nessa troca: um dos principais argumentos de venda desses modelos era oferecer um hardware equivalente aos dos “flagship” por um preço mais em conta, e a Xiaomi será obrigada a mudar toda essa estratégia de marketing.

E, exatamente por isso, talvez a empresa mais afetada por essa mudança nas arquitetura do novo processador da Qualcomm seja a OnePlus. Isso porque toda a estratégia de vendas da empresa está baseada na ideia de custo/benefício, de oferecer o que há de mais potente em hardware mas sem alguns itens cosméticos dos aparelhos mais caros para suprir as necessidades daqueles que querem performance de ponta mas que também querem pagar um preço justo por isso.

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O maior problema para a OnePlus é que, como o Snapdragon 865 não possui nenhum tipo de modem embutido, não há nem a opção da empresa lançar no mercado um aparelho sem 5G (como foi o OnePlus 7T lançado este ano), já que independente de usar 5G ou não a empresa precisará investir em um chip de modem para utilizar o novo processador da Qualcomm. E, mesmo que ela tente subir o preço médio de seus aparelhos por causa da presença de 5G, isso também não é interessante, atualmente, para a empresa. O motivo é que a maior parte dos consumidores dela estão na Índia, um país que ainda deve demorar cerca de três anos até toda a infraestrutura de 5G ser instalada. Então, oferecer um aparelho um pouco mais caro por causa do 5G é apenas aumentar o preço do produto sem motivo nenhum, já que a presença ou não da tecnologia ainda não funcionará como argumento de venda na região por alguns anos.

Assim, a maior aposta é que, pela primeira vez, a OnePlus entre no mercado de aparelhos medianos usando o Snapdragon 765 como opção, enquanto ela reserva o 865 para um aparelho mais caro do que costumava lançar. E, como este ano a empresa já começou a lançar uma versão “Pro” de seus aparelhos, é bem possível que seja a geração de 2020 a usar o novo processador da topo de linha da Qualcomm.

Fonte: Android Central