Samsung inicia fusão das divisões de celulares e eletrônicos
Por Lupa Charleaux | Editado por Wallace Moté | 07 de Dezembro de 2021 às 11h33
A Samsung anunciou, nesta terça-feira (7), a fusão das divisões de dispositivos móveis e eletrônicos. Com a intenção de simplificar a estrutura e dar foco para a área de semicondutores, essa será a maior reformulação interna desde 2017.
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A empresa sul-coreana terá dois co-presidentes executivos: um responsável pelo setor de semicondutores e outro por dispositivos de consumo. Essa última área inclui a divisão de smartphones, essencial para a próxima fase de crescimento da marca.
A reorganização também é um sinal das mudanças centralizadas após o antigo vice-presidente Jay Y. Lee ter a liberdade condicional concedida em agosto deste ano. Acusado de tráfico de influências, o executivo ficou preso por cerca de um ano e meio.
Os novos líderes da Samsung
Conforme a nota publicada pela Samsung, Jong-Hee Han será o novo vice-presidente e CEO. O executivo vai liderar a recém-criada divisão que abrange dispositivos móveis e eletrônicos, enquanto se mantém como líder da divisão de televisão.
O atual presidente Kyehyun Kyung também será nomeado CEO e assumirá a divisão de Soluções de Dispositivos. O executivo tem a missão de comandar projetos de inovação e manter a empresa na liderança da fabricação de semicondutores.
Outra mudança significativa é a indicação do vice-presidente Chung Hyung-Ho para a liderança de uma “força tarefa” que analisará as decisões da Samsung Electronics e a afiliadas. Anteriormente, o executivo trabalhou diretamente com Jay Y. Lee.
Criação de um ecossistema de celulares e eletrodomésticos
Segundo os analistas, a união da divisão de dispositivos móveis e eletrônicos deve criar novas oportunidades para a Samsung. Em especial, a marca poderá oferecer serviços amplamente conectados entre smartphones e eletrodomésticos.
“No longo prazo, o maior desafio é criar uma plataforma própria da Samsung. As big techs precisam continuar aumentando a conectividade entre os dispositivos, mas ainda não conseguiram criar uma plataforma com presença duradoura”, opina Lee Jae-yun, analista da Yuanta Securities Korea, à Reuters.
Antes disso, a marca precisa lidar com problemas mais imediatos, como a escassez de chips, o aumento dos preços dos componentes e dificuldades logísticas. Isso sem contar as ações para superar a forte concorrência da Apple e das fabricantes chinesas no mercado de eletrônicos.