Detido por tráfico de influência, herdeiro da Samsung sai da prisão nesta semana
Por Felipe Demartini | Editado por Claudio Yuge | 10 de Agosto de 2021 às 16h10
O herdeiro e vice-diretor da Samsung, Lee Jae-yong, será libertado nesta sexta-feira (13) depois de ter passado um ano e meio na prisão. Ele teve liberdade condicional concedida pela justiça da Coreia do Sul após pedidos políticos e de grandes empresários do país, para que ele pudesse ajudar nos esforços da multinacional em acordos relacionados à fabricação e distribuição de vacinas contra a COVID-19, bem como atuar na crise global de semicondutores que ainda afeta amplamente a indústria da tecnologia.
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O pedido de liberdade foi concedido pelo Ministério da Justiça do país e faz parte das tradições do Dia da Liberação. Em 15 de agosto, o país comemora o fim do domínio colonial japonês com um feriado, festivais, cerimônias e a concessão de perdões especiais a presos, de acordo com seu comportamento, o tempo que passaram encarcerados e eventuais benefícios à sociedade que eles possam ter ao serem soltos.
Foi o caso de Lee, que de acordo com o ministro da justiça Park Beom-kye, pode ter papel fundamental na recuperação econômica do país, que ainda sofre os efeitos da crise causada pela pandemia. A ordem foi contestada por partidos de oposição do país, mas acabou sendo assinada pelo governo, o que vai permitir que o herdeiro do fundador da Samsung siga cumprindo pena e respondendo a outros processos criminais em liberdade.
O vice-diretor da Samsung foi uma das peças envolvidas em um escândalo que também levou à deposição da então presidenta da Coreia do Sul, Park Geun-hye. A primeira mulher a ser eleita para o cargo no país estava envolvida em um esquema de tráfico de influência envolvendo, também, a líder xamanista Coi Soon-Sil, que teria influência em decisões governamentais e fazia acordos com empresários e líderes políticos. Até mesmo os discursos da líder eram escritos pela religiosa.
Em 2017, Lee foi condenado a cinco anos de prisão, mas teve sua pena reduzida pela metade. Ele chegou a ser preso e libertado por duas vezes, antes, e estava detido desde janeiro deste ano em uma prisão da capital, Seul. Devido ao escândalo, em maio de 2020, ele anunciou o fim da sucessão familiar na Samsung, se comprometendo a não transferir o controle da empresa a seus filhos e afirmando que trabalharia para garantir uma gestão plural, com executivos de diferentes nacionalidades e gêneros.
Além do escândalo de tráfico de influência, o herdeiro também foi condenado por tentativas de minar a sindicalização de trabalhadores da Samsung. Ele responde, ainda, por um terceiro processo, no qual é acusado de subornar acionistas e manipular resultados de ações da companhia como forma de consolidar a própria posição de poder, ao lado de políticos e grandes executivos da fabricante. As condenações já assinadas também envolvem a devolução de US$ 10,8 bilhões em impostos devidos aos cofres da Coreia do Sul.
Fonte: DW