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Review Moto G10 | Um celular básico com um pouco de charme

Por| Editado por Léo Müller | 22 de Julho de 2021 às 12h00

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Ivo/ Canaltech
Ivo/ Canaltech

O Moto G10 chegou às lojas em março de 2021 mas, ao contrário do que o nome sugere, o celular não é um sucessor de nenhum dos Moto G9. E pior: é um aparelho com especificações um pouco mais modestas, igualando-se, na verdade, ao Moto E7 Plus.

É que a Motorola rebatizou toda a linha, e agora usa uma letra e dois dígitos para cada modelo. Aqui no Brasil, temos o Moto G20, Moto G30, Moto G60 e Moto G100, além do objeto desta análise, o Moto G10. O smartphone mais simples de toda a décima geração de Moto G fica um pouco abaixo do G30 e também do Moto G9 Play, mas tem seu charme, como vou mostrar a seguir.

Nesta análise, além de explicar melhor a proposta do Moto G10, vou contar como foi minha experiência com o smartphone. Assim, você poderá ver se ele serve para o seu tipo de uso nos quesitos tela, desempenho, bateria e câmeras.

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Prós

  • Ótima autonomia de bateria;
  • Memória boa para uso básico;

Contras

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Design e Construção

O visual do Moto G10 é bastante parecido com o do Moto G30. O módulo de câmeras fica bem encostado na parte superior esquerda, com três câmeras em fila vertical próximas à borda. Ao lado tem um flash LED e, abaixo, o quarto sensor, ambos em tamanho menor que as outras lentes. O leitor de impressão digital fica atrás, um pouco abaixo do conjunto fotográfico.

As dimensões e peso são iguais às especificações tanto do Moto G9 Play quanto do Moto G30. A única diferença é que o Moto G10 tem 0,1 mm a mais de espessura, mas isso pode ser por conta de um arredondamento — ou seja, a diferença pode ser ainda menor.

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  • Dimensões (A x L x P): 165,2 x 75,7 x 9,2 mm
  • Peso: 200 g

Só por curiosidade, eu coloquei o Moto G10 na capinha do Moto G30 e vice-versa, e coube direitinho. O mesmo vale para o Moto G9 Play, mas nele as câmeras e leitor de impressão digital ficam em posição diferente, e aí o encaixe não é perfeito. Um detalhe que reparei nessa brincadeira: o G10 não tem o microfone de redução de ruídos localizado ao lado do conector P2 dos outros dois modelos.

O celular possui acabamento em plástico, com vidro apenas na parte frontal, que protege a tela. Você encontra este aparelho em duas opções de cores, Branco Floral ou Cinza Aurora, ambos com efeitos de cores que mudam a depender da reflexão da luz e linhas onduladas em toda a parte traseira. Testei o modelo branco, cuja traseira pode variar na verdade entre o azul e o rosa.

O visor ocupa quase toda parte da frente — 82,2% de aproveitamento —, com um recorte em formato de gota para a câmera frontal e bordas pequenas. Todos os botões ficam no lado direito, com o Assistente do Google, diminuir e aumentar volume, e energia, na ordem de cima para baixo. E na parte inferior tem a entrada USB-C, enquanto o conector de fone de ouvido fica na parte superior. A gaveta de chips fica à esquerda, com dois slots, sendo um híbrido (cartão de operadora ou micro SD).

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Tela

O Moto G10 tem o mesmo painel do Moto G30, mas não repete a taxa de atualização aumentada. Ou seja, a tela é igual à do Moto G9 Play, com 6,5 polegadas e resolução HD+ (720 x 1600 pixels), resultando em uma densidade de aproximadamente 269 pixels por polegada. O display ainda tem proporção 20:9 e usa tecnologia IPS LCD, que entrega cores naturais, porém com brilho baixo para usar na rua e contraste que fica devendo um pouco aos visores OLED.

No geral, é um bom visor para um celular de baixo custo. Se o Moto G30 já é um intermediário baratinho, o G10 tem a proposta de entregar experiência ainda mais modesta e, por isso, não poderia ter vantagem em tela. Sempre lembrando o fato de que pode haver vantagem na resolução 720p, visto que, apesar de entregar menos nitidez, também força menos o hardware, o que garante mais fluidez e tempo de uso.

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Por trazer hardware ainda mais modesto, o Moto G10 ficou com a taxa de atualização de 60 Hz, ou seja, a fluidez na navegação de internet e entre aplicativos do sistema vai ser mais ou menos a mesma dos Moto G9.

Configuração e Desempenho

As semelhanças com outros Moto G terminam nas configurações de hardware. Afinal, como já destacado aqui neste texto, o Moto G10 traz a plataforma que já vimos no Moto E7 Plus, ou seja, Snapdragon 460. Ao menos ele tem 4 GB de memória RAM e 64 GB de armazenamento interno, considerados o mínimo para um bom celular atualmente.

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O problema é que a potência de processador e GPU não é lá grandes coisas. O dispositivo apresentou alguns travamentos leves e bastante demora na resposta ao toque durante os meus testes. Ok, eu forcei o aparelho consideravelmente além do que a maioria dos usuários que vão comprar este modelo exigirá, mas é sempre bom saber que o celular tem uma sobra em desempenho para aguentar dois a três anos sem dar problemas.

“Não acho que o Moto G10 seja um bom dispositivo para comprar pensando em um longo prazo, mesmo para tarefas mais básicas como WhatsApp, Facebook e afins. O hardware dele é muito modesto mesmo para 2021, e pode ser que você sinta travamentos ainda no primeiro ano de uso."

Os resultados em benchmarks mostram que o smartphone da Motorola tem potência consideravelmente distante à do Moto G30, que já é um aparelho bem modesto. A meu ver, o Moto G10 pode ser no máximo um celular reserva, mesmo para quem não é muito exigente. WhatsApp e Facebook podem até rodar bem nos primeiros meses, mas conforme o espaço interno começar a ser ocupado, é capaz que o smartphone não dê mais conta.

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Quer jogar? Até dá, se for um título muito básico. Foi difícil jogar Asphalt 9 de maneira satisfatória durante os testes. Só Angry Birds teve um desempenho razoável, mas, de novo, em alguns meses a coisa pode começar a desandar.

E para o caso de você se interessar pelas especificações técnicas completas, o System-on-a-Chip do Moto G10 é fabricado com litografia de 11 nanômetros. Ele tem processador de oito núcleos, sendo que os quatro mais potentes têm arquitetura Kryo 240 com velocidade de 1,8 GHz, e os quatro mais eficientes repetem a arquitetura Kryo 240, mas com 1,6 GHz. A GPU Adreno 610, que não tem potência gráfica muito alta.

Interface e conectividade

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O Moto G10 já sai da caixa com o Android 11 e não deve receber nenhuma atualização de sistema operacional. Ou seja, nada de Android 12 para este aparelho: a Motorola só garante dois anos de atualizações de segurança para o dispositivo. Esse período começa a contar no lançamento do smartphone, então deve ir até março de 2023.

A interface da Motorola é bastante limpa, com experiência intuitiva e que garante fluidez ao celular. Entre os recursos incluídos pela fabricante estão os gestos – agitar para ligar a lanterna ou girar o pulso para abrir a câmera e outros — e opções de notificações com a tela apagada e personalização da interface. Quanto a esta última, é possível mudar fontes, ícones e cor do sistema, além do papel de parede, pelo app Moto.

Com relação à conectividade, temos 4G, Wi-Fi dual-band (2,4 GHz e 5 GHz) e Bluetooth 5.0. O smartphone ainda pode espelhar a tela ou transmitir conteúdo para TVs ou monitores via Chromecast e, assim como praticamente qualquer celular moderno, funciona como roteador Wi-Fi.

Câmera

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Assim como os dois modelos logo acima dele, o Moto G10 tem quatro câmeras na parte traseira. É praticamente a mesma configuração do Moto G30, mudando apenas a resolução do sensor principal, que é de 48 MP. De resto, fica mantido o super grande-angular de 8 MP, macro de 2 MP e profundidade de 2 MP, enquanto as selfies têm 8 MP.

Apesar da riqueza em recursos fotográficos, este celular não foi desenvolvido para entregar boas fotos ou vídeos. Isso fica claro em pouco tempo de uso do aplicativo de câmera, que é consideravelmente mais lento do que no Moto G30. Você toca no botão de captura e o aparelho ainda demora para de fato registrar a foto — e é suficiente para você perceber o atraso.

“É altamente recomendado um cuidado ao captar imagens com o Moto G10, pois a pressa pode acabar rendendo nada mais do que um borrão. Faça o enquadramento com calma, toque o botão de captura e aguarde a tela do aparelho piscar para indicar que a foto foi registrada. Só então você pode voltar a se mexer.”
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Sensor principal | 48 MP

A câmera principal do Moto G10 segue a tendência da indústria de dispositivos móveis ao unir alguns pixels menores em um só de tamanho maior, ampliando a sensibilidade à luz para reduzir ruídos na foto. Assim, as imagens finais ficam com 12 MP, e não com 48 MP — e, diferente dos outros Moto G com fotos de alta resolução, este não tem a opção ultra-res para tirar fotos com o tamanho máximo.

Mas é o que eu sempre destaco: resolução em fotografia não é tudo. Uma imagem de 12 MP tem várias vantagens, principalmente em um dispositivo sem muita potência: a gravação não demora muito mais do que seria razoável e o arquivo final fica em um tamanho aceitável para compartilhar na internet.

Falando em qualidade da foto, não espere grande coisa aqui. O Moto G10 entrega cores mais naturais em seu sensor principal, que ainda precisa de habilidade do fotógrafo para usar bem a luz a seu favor. Fotos com áreas muito claras e muito escuras podem perder detalhes em algum desses pontos. Ao menos o modo noturno trabalha razoavelmente bem, e com um bom treino dá para registrar imagens legais com o celular.

Super grande-angular | 8 MP

A ultra wide tem qualidade bastante próxima do sensor principal, e curiosamente entrega cores mais vibrantes. A desvantagem da lente super grande-angular para a principal é a abertura menor da lente, que capta menos luz e, portanto, entrega imagens mais escuras. O Night Vision (modo noturno) só está disponível para a câmera de 48 MP.

Aqui, é bom ficar de olho em objetos muito próximos, já que o campo de visão ampliado pode gerar algumas distorções principalmente nas bordas do quadro.

Macro | 2 MP

Câmeras macro raramente entregam bons resultados, e com o Moto G10 não é diferente. A imagem fica granulada mesmo em ambientes bem iluminados, o que atrapalha bastante o nível de detalhes da foto, que fica muito comprometida. Além disso, acertar o foco não é fácil.

Com muita paciência e sabendo usar a luz a seu favor, até dá para tirar uma ou outra fotografia bacana para as redes sociais. Mas na maior parte das vezes a imagem não fica boa mesmo em ambientes favoráveis.

Modo retrato e outros recursos

O sensor de profundidade é aquele que ajuda a câmera principal a desfocar o fundo de fotos no modo retrato, algo que poderia ser feito com um bom algoritmo de inteligência artificial. E mesmo com a lente auxiliar, as fotos nem sempre ficam boas, apesar de o recorte geralmente ficar satisfatório, se considerarmos a categoria e preço do aparelho.

A câmera do Moto G10 ainda tem os recursos de recorte de fundo, cor em destaque, Cinemagraph (espécie de GIFs movimentados apenas em áreas selecionadas pelo usuário), panorama, selfie em grupo, filtro interativo e modo profissional.

Selfies | 8 MP

As selfies também ficam em uma qualidade satisfatória para um celular com a proposta do Moto G10. O nível de detalhes não é grande coisa, mas não chega a tornar as fotos ruins. O problema aqui é conseguir usar bem a luz a seu favor, já que qualquer área mais clara pode deixar a imagem toda com qualidade ruim.

Vídeos

A estabilização dos vídeos, tanto da frontal quanto da principal, é muito boa para um celular de baixo custo. Isso vale para a qualidade geral da gravação, mesmo com pouca luz. Se você quer gravar vídeos para redes sociais, este modelo pode ser uma boa opção barata.

Os vídeos estão limitados à resolução Full HD, também chamada de 1080p. É possível gravar com 60 quadros por segundo na câmera principal inclusive na resolução Full HD+, aproveitando a mesma proporção da tela próxima à de cinema. A frontal também grava em 1080p, com opção da proporção 16:9 e 20:9.

“O conjunto fotográfico do Moto G10 não é grande coisa, mas está de bom tamanho para um celular cuja proposta é oferecer uma experiência mais básica a preço (teoricamente) mais baixo. A exigência nesta análise é bem baixa, pois considero que o público-alvo do aparelho não vai exigir tanta qualidade.”

Sistema de Som

Não dá para cobrar nada muito espetacular em qualidade sonora. O Moto G10 tem alto-falante mono com foco nos médios e uma pequena perda de graves e agudos, que pode resultar em um som um pouco abafado. Dá para usar um fone de ouvido ou caixas de som P2 ou USB-C nele, além de opções sem fio.

Um problema é que o celular tem apenas um microfone, o que atrapalha a redução de ruído em chamadas telefônicas ou em vídeo. Sendo assim, é possível que você tenha problemas para videoconferências e afins.

Bateria e Carregamento

Tela com resolução HD e taxa de atualização de 60 Hz e processador e GPU de frequência não muito alta são uma combinação perfeita para garantir um bom tempo de uso. E a bateria com 5.000 mAh de capacidade de carga garante um período longe da tomada realmente incrível.

Curiosamente, nosso teste padrão de reprodução de vídeo na Netflix não indicou que a autonomia seria muito boa. O Moto G10 ficou um pouco atrás de outros Moto G mais potentes e com taxa de atualização maior, como o Moto G30 e G9 Plus. O consumo total foi de 14% da bateria em 3 horas com o brilho em 50%, uma autonomia estimada de 21,4 horas.

Já no meu teste de uso real, o celular da Motorola aguentou pouco mais de 12 horas de uso relativamente intenso com 58% de carga restante. Foram 5h50 de tela, com jogos como PUBG Mobile, Asphalt 9 e Angry Birds, além de vídeos na Netflix e no YouTube, e reprodução de músicas no YouTube Music. Também foram usadas redes sociais e mensageiros instantâneos, além de navegação na internet, além de algumas fotos tiradas no período.

Ou seja, dá para dizer que o Moto G10 aguenta mais de dois dias longe da tomada. E, considerando que o uso recomendado nele é mais básico, existe até uma possibilidade de ele chegar a três dias sem precisar de uma recarga. É um celular ótimo para quem quer algo básico, que vai entregar experiência razoável principalmente em vida de bateria por mais de dois anos.

Mas é bom ter em mente que falar em autonomia de bateria é sempre uma estimativa. O uso varia de pessoa para pessoa e depende de muitas variantes, que vão desde a potência do sinal de rede móvel — não utilizada em nossos testes, para termos uma comparação melhor entre cada modelo — até brilho da tela e quantidade de apps rodando em segundo plano.

E é bom mesmo que o celular aguente bastante tempo longe da tomada, porque quando for para o carregador, vai ficar bastante tempo ali. O adaptador de parede de apenas 10 W demora quase três horas para fazer a recarga completa, de 0% até 100%.

Concorrentes Diretos

Não é fácil pensar nos concorrentes diretos do Moto G10, que está em uma categoria um pouco acima de modelos como Philco HIT P10 e afins, e abaixo do Moto G30. Mesmo o Galaxy A12 fica um pouco abaixo do celular da Motorola em termos de desempenho. O A21s pode ser mais interessante, mas já fica em um patamar um pouco acima em preço.

O jeito é partir para modelos da própria Motorola. E aí você pode economizar um pouco e levar o Moto G9 Play, que é mais potente, apesar de ter câmeras com resultados um pouco inferiores. O Moto E7 Plus é muito semelhante e bem mais barato que o Moto G10 e pode ser uma alternativa bem mais interessante para quem quer economizar.

Conclusão

Em resumo, o Moto G10 é um Moto E dentro da linha mais popular da Motorola. Não deixa de ser uma boa opção para quem vai ter um uso muito básico, mas fica devendo muito em atualização de sistema e pode acabar faltando potência ainda no primeiro ano de uso. Ao menos é um celular que entrega qualidade satisfatória para o que propõe — por isso um "básico com um pouco de charme".

Ao menos por enquanto é mais interessante apostar no Moto G9 Play, que é mais potente, com hardware que fica no mesmo patamar do Moto G30. E esperar mais alguns meses para o preço do G10 ficar mais próximo do E7 Plus, quando finalmente pode ser considerado uma alternativa barata interessante para quem quer um smartphone simples.

O dispositivo pode ser encontrado na faixa de R$ 1.000 até R$ 1.200 no momento de produção desta análise. Por menos de R$ 1.000 seria uma opção interessante. Veja o preço atual do Moto G10 aqui.

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