Estoque de chips para o Mate 40 é baixo e deve complicar a Huawei, diz rumor
Por Rubens Eishima | •
Coração do novo celular Mate 40, o processador HiSilicon Kirin 9000 não deve ter estoque suficiente para dar conta do novo lançamento da Huawei. Segundo um informante chinês, a fabricante deve contar com cerca de 8,8 milhões de unidades do componente, apesar de encomendas na casa de 15 milhões.
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O motivo para o baixo estoque é, claro, o bloqueio imposto pelos Estados Unidos à fabricante taiwanesa TSMC, responsável pelo novo chip premium. Um decreto de maio do presidente Donald Trump estabeleceu um prazo até a última terça-feira (15) para a entrega de processadores encomendados pela Huawei.
O perfil Mobile Chip Master na rede social Weibo publicou que a Huawei recebeu o equivalente a 22.000 placas de silício (wafers, na terminologia das fabricantes), cada uma com aproximadamente 400 núcleos utilizáveis — defeitos de fabricação e limitações de desempenho fazem com que alguns chips sejam descartados ou remarcados. Uma conta rápida chega ao número de 8,8 milhões de processadores.
Novo chip topo de linha da HiSilicon, o Kirin 9000 é fabricado no novo processo N5 da TSMC (5 nm), o mesmo usado pelo novo chip Apple A14 usado no iPad Air 2020 (e esperado no iPhone 12). Rumores indicam que o novo Kirin conta com modem 5G integrado, o que o tornaria a primeira CPU 5 nm com tal recurso (os processadores da Apple utilizam um modem externo, Intel ou Qualcomm nos iPhones mais recentes).
Rumores indicam que o Mate 40 será oferecido em um primeiro momento apenas na China, em virtude dos baixos estoques de componentes, com lançamento previsto para outubro. Acredita-se que o modelo chegará à Europa apenas em 2021, e não se descarta que tenha especificações diferentes, por exemplo com um processador MediaTek.
AMD liberada para negócios
Enquanto a divisão de celulares da gigante chinesa fica cada vez mais encurralada, a linha MateBook parece ter perspectivas mais otimistas. Em conferência com investidores, o vice-presidente da AMD, Forrest Norrod, confirmou que a empresa obteve uma licença especial junto ao governo dos Estados Unidos para fazer negócios com empresas na “lista de entidades”, na qual se enquadra a Huawei.
Apesar de não mencionar o nome da fabricante chinesa, Norrod afirmou que a AMD está gerenciando as interações com clientes (atuais e potenciais) que estão na lista. Atualmente, a AMD fornece à Huawei os processadores Ryzen utilizados na linha de laptops MateBook.
Norrod declarou ainda que, “baseado nas licenças obtidas pela AMD”, ele não espera que haja um impacto significativo nos negócios, dando a entender que a fabricante de processadores continuará a fornecer seus chips à Huawei.
Fonte: Weibo