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Entenda para que serve cada uma das lentes na câmera de seu smartphone

Por| 28 de Março de 2019 às 21h40

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Divulgação/Nokia
Divulgação/Nokia

Uma das tendências atuais do mercado de smartphone é a presença de um número cada vez maior de lentes na câmera principal dos aparelhos. Dispositivos com três, quatro e até mesmo cinco lentes na traseira estão chegando ao mercado, mas será que tudo isso faz alguma diferença no fim das contas?

A resposta mais curta para essa pergunta é: sim. Cada uma dessas lentes possui funções diferentes que afetam diretamente a qualidade da foto final, e possuir uma maior quantidade de lentes é uma das formas de fazer com que o resultado final (a foto) tenha maior chance de sair perfeito, com ares de câmera profissional, só que com a facilidade da fotografia via smartphone.

De qualquer maneira, isso não quer dizer que essas lentes a mais são "mágicas" — elas apenas possuem funções que podem ajudar as pessoas a tirar fotos mais legais. Por isso, é importante saber o que cada tipo de lente proporciona, até para se decidir melhor se vale mesmo a pena comprar um smartphone com 5 câmeras ou se um modelo com apenas um é o suficiente para o que você precisa.

Lentes grande-angular (wide angle)

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O que essas lentes fazem é “encaixar” mais elementos dentro da foto — o equivalente a dar alguns passos para trás para fazer caber a família toda na foto da ceia de Natal. Assim, lentes que possuem os prefixos “super” ou “ultra” permitem que mais “passos” hipotéticos para trás sejam dados, ou seja, que mais elementos do cenário ou mais pessoas sejam encaixados na mesma imagem.

Por conta do efeito desta lente, ela acaba por criar um pequena distorção nas bordas das imagens, mas os smartphones atuais já possuem softwares que fazem os ajustes necessários para que essa distorção provocada pela lente seja imperceptível, tornando a foto com a aparência mais natural possível.

Para descobrir o quanto a sua lente grande-angular permite “enfiar” mais coisas no enquadramento, é só procurar nas especificações da câmera por “distância focal” (que é medida em milímetros) e por “campo de visão” (que é medido em graus). Quanto maior o campo de visão e menor a distância focal, maior a quantidade de elementos que poderão ser “encaixados” no mesmo quadro.

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Atualmente, praticamente todos os smartphones mais avançados possuem uma grande-angular no aparelho (como o Galaxy S10 e o iPhone XS Max), e alguns modelos (como o Pixel 3 da Google) possuem esse tipo de lente até mesmo na câmera frontal, permitindo que se tire selfies em grupo com um maior número de pessoas ao mesmo tempo.

Lentes teleobjetivas (telephoto)

Outro tipo de lente muito comum em grande parte dos smartphones são as teleobjetivas. Essas lentes funcionam de modo contrário à grande angular: ao invés permitir uma maior quantidade de elementos no quadro, as teleobjetivas são as responsáveis pela função de zoom, permitindo o usuário se aproximar de uma pessoa ou objeto para tirar a foto sem precisar fazer isso fisicamente. Em câmeras comuns, essas lentes se “projetam” para a frente conforme o usuário usa a função delas para focar no objeto, mas o modo como essas lentes são montadas nos smartphones permite a utilização de zoom óptico (a aproximação feita pela própria lente e não por software) sem que haja um movimento de “projeção” das lentes no aparelho.

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Além de permitir a aproximação de objetos, essas lentes também são usadas para criar alguns efeitos, como tirar fotos em modo retrato com o fundo borrado. Ao combinar as informações disponibilizadas pelas diversas lentes, o smartphone consegue calcular a distância dos objetos e, usando a teleobjetiva, borrar o fundo e deixar em foco apenas aquilo que está no plano mais à frente (seja uma pessoa ou objeto).

Hoje, o máximo que um smartphone consegue atingir com zoom óptico é o que acontece com o P30 Pro da Huawei, que consegue aproximar até 5x apenas com a lente, mas existem diversos aparelhos que conseguem uma aproximação ainda maior utilizando um sistema híbrido entre zoom óptico (aproximação com a lente) e digital (uso de software).

Normalmente, smartphones que possuem apenas uma câmera possuem apenas zoom digital (aproximação apenas por software), o que reduzindo mudando bastante a qualidade da imagem. Mas já existem alguns aparelhos de uma única câmera que utilizam uma IA avançada para fazer com que o zoom digital “imite” o óptico, garantindo uma aproximação praticamente sem perda de qualidade — como acontece com o Pixel 3.

Sensor monocromático (monochrome)

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Apesar de ser um tanto raro (usado em apenas alguns poucos aparelhos da Huawei, Honor, Motorola e Nokia), os sensores monocromáticos são encontrados apenas naqueles smartphones voltados especificamente para a prática fotográfica. Isso porque a função deles não é tão interessante para o usuário comum, já que o que permitem é a captura de uma foto em preto e branco.

Mas se você está pensando “ah, mas o meu celular basicão também tira fotos em preto e branco”, vamos explicar melhor: o que a maioria dos celulares fazem é tirar fotos coloridas e, a partir de um filtro via software, transformá-las em preto e branco. Mas, ainda que bom o suficiente para fazer com que as fotos com vestido de formatura fiquem parecendo novelas de época, esse processo não garante a mesma qualidade de imagem de uma foto que já é tirada ignorando todo o espectro de cores.

Quem normalmente utiliza essa função são fotógrafos profissionais, já que essas fotos costumam ter um contraste, teoricamente, muito melhor entre os elementos do quadro do que nas fotos coloridas, mas se o seu aparelho for uma dos raros que têm essa função e você quiser testá-la, você pode encontrá-la nas configurações do app da câmera.

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Sensor de profundidade (depth)

Como o próprio nome já deixa claro, esse é um sensor criado especialmente para detectar e calcular a profundidade nas fotos, o que permite usar efeitos de “fundo borrado” mais profissionais e renderizar melhor as imagens em aplicativos de realidade aumentada (como Pokémon Go) — isso tanto para a câmera traseira quanto para a frontal.

Esse tipo de sensor é bastante comum em aparelhos mais simples (como a linha Moto G7), pois permite a criação de efeitos de profundidade sem a necessidade de se utilizar lentes especiais. Já os smartphones topo de linha estão deixando de usar esses sensores, substituindo-os pela incorporação do processo em outros tipos de lentes que também possuem uma ideia de profundidade, como as grande-angulares e as tele-objetivas.

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Bom, mas não mágico

Isso quer dizer que ter um smartphone com 20 câmeras vai garantir que as minhas fotos saiam perfeitas? Não exatamente.

O que o maior número de lentes em um smartphone faz é garantir que o usuário tenha uma maior quantidade de ferramentas e opções para tirar suas fotos, mas a qualidade dela ainda depende muito de como o próprio fotógrafo irá utilizar essas opções, pois ao mesmo tempo em aque elas podem garantir as ferramentas para uma imagem profissional, não saber utilizá-las pode acabar arruinando o resultado final.

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Além disso, ainda que seja uma tendência recente o uso de diversas lentes de câmeras nos celulares, existe uma outra tendência que pode ajudar a garantir que nenhum smartphone precise ter mais do que uma única câmera: a evolução das IAs.

É possível ver os primeiros passos dessa evolução no Pixel 3 da Google, que possui apenas uma única câmera traseira e, a partir de um software de câmera bem robusto, consegue resultados bem parecidos com o das fotos tiradas por um Galaxy A9 da Samsung, que possui além da lente padrão também uma ultra grande-angular, uma teleobjetiva e um sensor de profundidade —p as fotos do Galaxy ainda são melhores, mas a diferença para o público geral a é mínima.

Além disso, o software do Pixel 3 também permite que o aparelho tenha uma performance em ambientes de pouca luz bem melhor do que a de qualquer aparelho com diversas câmeras, e faz com que pensemos que a evolução das IAs talvez seja mais importante para o futuro da fotografia em smartphones do que o acúmulo de lentes e sensores fotográficos.

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Fonte: Popular Science