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Afinal, o que a Apple pretende com um iPhone de dois chips?

Por| 29 de Agosto de 2018 às 17h49

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Várias fontes de credibilidade considerável têm apontado que a Apple deve introduzir pelo menos um modelo dual chip com a próxima geração do iPhone. Seria a primeira vez que a fabricante incluiria dois cartões SIM em um mesmo aparelho, afinal – um formato em franca dissonância em relação ao modelo de negócios mantido pela Maçã desde os primórdios dos celulares inteligentes.

Isso faz surgir uma questão inevitável: afinal, o que a Apple pretende ao incorporar uma arquitetura de dois chips? Celulares com dois SIMs não são nem de longe novidade, e a fabricante parece mesmo disposta a prescindir do modelo tradicional de chips – preferindo, antes, utilizar um cartão próprio sem associação com qualquer operadora, o Apple SIM. Bem, é possível fazer algumas apostas.

Tecnologia de país em desenvolvimento

A popularidade dos celulares dual chip é algo inegável. Desde que deram as caras pela primeira vez – pelo menos com produção em larga escala – no início dos anos 2000, aparelhos capazes de acomodar simultaneamente dois cartões SIM se tornaram menos uma “moda” do que uma necessidade para muita gente.

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Entre outros motivos, manter dois chips em um mesmo aparelho pode ser uma mão na roda para evitar gastos adicionais por deslocamento (roaming). Também pode ser particularmente útil quando duas operadoras distintas mantêm vantagens em serviços diferentes – de forma que é possível obter o melhor de cada uma simplesmente seleconando o chip antes de utilizar um pacote de dados, de enviar um SMS ou de fazer uma ligação. Por fim, não é raro que se usem dois SIMs para garantir cobertura em áreas de cobertura precária.

O que há de comum em parte dessas necessidades, entretanto, é que elas são mais usuais em países em desenvolvimento, como a Índia ou o Brasil. Conforme apontou o site The Verge, a estrutura dual chip é utilizada com bem menos frequência em países como EUA ou os membros da União Europeia, locais em que a renda per capita é mais adequada aos valores praticados pela Maçã.

Ainda que aparelhos chineses dual chip de médio ou baixo custo não sejam propriamente raros em regiões mais desenvolvidas, é de se imaginar que um iPhone com semelhante característica pudesse causar estranheza entre o público típico da Apple – além de provavelmente irritar algumas provedoras. Afinal, trata-se de locais com infraestrutura mais consolidade e de consumidores menos sensíveis a variações poucos expressivas de preço entre operadoras.

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Exclusivo para o mercado chinês?

Em suma, as redes mais bem desenvolvidas e a renda média relativamente maior de países mais ricos provavelmente tornariam um iPhone dual chip pelo menos desnecessário – enquanto que as condições mais precárias de países como a Índia e várias nações africanas tornam um novo iPhone praticamente inacessível ao grosso da população. Mas há pelo menos um ponto de interssecção entre esses dois conjuntos: a China.

“A China é um mercado mais imediatamente vantajoso para a Apple, e é também o único no mundo em que o suporte a dois cartões SIM é um padrão esperado mesmo em celulares topo de linha”, conorme colocou Sam Byford em texto ao The Verge. De fato, a China traz a combinação perfeita para um iPhone dual chip: uma infraestrutura ainda relativamente precária e uma população com poder aquisitivo médio suficiente para formar um mercado atraente à Apple.

Prova disso é que mesmo os flagships de marcas como Huawei, Xiaomi e OPPO incluem entradas para dois cartões. Enquanto isso, fabricantes de fora, como a Samsung, são praticamente “obrigadas” a lançar versões dual chip em território chinês – o que ocorre com o Galaxy S9, por exemplo.

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iPhone de entrada com LCD

A possibilidade real de um iPhone dual chip sem dúvida faz olhar novamente para os aparelhos que devem integrar a linha 2018 da Maçã. Em termos, seria o tal modelo de entrada – com tela LCD de 6,1 polegadas – uma versão a ser lançada exclusivamente no mercado chinês, com o diferencial de uma estrutura dual chip? Há quem aposte nisso.

“Seria realmente surpreendente se a Apple vendesse um modelo desses nos EUA ou em outros lugares”, conforme colocou Byford. “O que fica claro no momento é que a Apple quer abordar as preocupações de pelo menos alguns consumidores que gostariam de ter maior controle sobre as operadoras que utilizam – e, por ora, isso provavelmente significa a China”.

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Naturalmente, tratando-se da Apple, é difícil traçar qualquer prognóstico mais preciso – ou pelo menos algum que não caia do cavalo assim que Tim Cook subir ao palco. De maneira que o melhor deve ser ficar de olho no evento planejado pela companhia dentro de aproximadamente duas semanas.

Fonte: The Verge