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Pop C5: o smartphone de entrada da Alcatel concorrente do Moto E

Por| 12 de Agosto de 2014 às 17h40

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AORAN DRAGANOFI / CANALTECH
AORAN DRAGANOFI / CANALTECH
Alcatel Pop C5

Existem duas formas de analisar o posicionamento de um fabricante de smartphones no mercado: pelo faturamento resultante das vendas (receita e lucro) e pelo número de aparelhos vendidos. Ainda que ambas possam parecer exatamente a mesma coisa, há uma diferença sutil, já que quem vende mais não necessariamente lucra tanto por aparelho. A Alcatel se encaixa no segundo caso, sendo umas das empresas que mais vende smartphones por aqui, mas focando no segmento de entrada, onde a margem de lucro é bem menor do que a de modelos top de linha.

Entender essa matemática é fácil. Basta ver que os tops de linha atuais da LG, Sony e Samsung (G3, Xperia Z2 e Galaxy S5, respectivamente) foram lançados com preços acima de R$ 2200, enquanto o Pop C5 da Alcatel que vamos conhecer agora não chega nem a R$ 500 – e ele é o lançamento mais "avançado" dessa nova geração até o momento (na verdade há um modelo mais avançado, o Pop C7, mas ele ainda não foi anunciado oficialmente). O C5 foi desenvolvido para concorrer diretamente com o Moto E da Motorola, modelo mais recente e básico da norte-americana, então é ele que utilizaremos como comparação de custo-benefício. Como será que o C5 se sai?

Design e tela

Como dissemos em nosso hands-on do Pop C5, ele lembra muito um Galaxy S3. Não queremos de forma nenhuma ignorar o esforço da equipe de design da Alcatel, ou mesmo acreditar que eles tenham utilizado o S3 como inspiração, mas realmente parece. Há tantos smartphones no mercado (e pelo menos metade deles deve ser da Samsung) que há muito pouca margem para criar um modelo "completamente diferente", então essa semelhança não chega a ser um problema.

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O que muda aqui é que não temos o famoso botão Home da Samsung. A Alcatel utiliza controles na parte de baixo da tela assim como o Android puro. Curiosamente, ele só está disponível na cor branca, sem a tradicional opção na cor preta. Ele é um pouco pesadinho com seus 157 gramas, considerando o seu tamanho, e um pouco gordinho com 1,15 cm de espessura, mas isso é compensado pela traseira arredondada, que encaixa bem na palma, sendo possível utilizá-lo com apenas uma das mãos.

A tela é bastante básica, com resolução 480x654 (16:9) e 16 milhões de cores – algo que vale a pena mencionar, já que estamos falando de um modelo de entrada, onde telas com 262 mil cores é bastante comum. Aliás, considerando o preço, é uma tela até razoável, com uma boa qualidade de cores para a categoria, mas que infelizmente peca por ser TFT. O Moto E, como comparação, tem uma tela com cores mais pronunciadas, resolução de 540x960 e tem IPS.

Configuração

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Em nosso hands-on dissemos que o C5 se arrasta na maioria das tarefas, apresentando lentidão mesmo nas transições de tela do Android. Depois de alguns testes mais detalhados, chegamos a uma conclusão mais precisa de que: o C5 se arrasta na maioria das tarefas... Mesmo considerando-o um modelo de entrada, ele nos pareceu mais lento do que o esperado, algo que não deveria ser tão grave com as especificações que ele oferece.

O chip que equipa o C5 é um MediaTek MK6572, com dois núcleos rodando a 1,3 GHz e 512 MB de memória RAM. Como comparação, mesmo o Moto E vem com 1 GB de memória RAM, já que é praticamente suicídio lançar um com 512 MB em pleno segundo semestre de 2014. Este é o mínimo necessário para uma experiência satisfatória com o Android. De todas as plataformas, provavelmente somente o Windows Phone 8 consegue trabalhar bem com 512 MB, e mesmo assim com algumas ressalvas.

Mais do que isso, o C5 vem com a versão 4.2 Jelly Bean do Android, e não a 4.4 Kit Kat, que utiliza compressão de memória e faz o sistema ficar menos sobrecarregado como um todo. Isso é outro ponto que não entendemos, já que a versão 4.2 foi anunciada ainda em 2012, e até a data de fechamento deste artigo não havia nenhuma atualização. Sem falar que o Android L está praticamente lançado, ou seja, em poucos meses será 3 versões desatualizado. Como memória interna temos a receita de smartphone básico: 4 GB com possibilidade de expandir para mais 32 GB com um cartão micro SD.

Câmera

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Um dos pontos que a Alcatel considerou como principais do Pop C5, considerando-o como uma forte opção contra o Moto E, é a presença de uma câmera frontal. De fato, o Moto E não tem essa opção, o que deixa muitos usuários na mão na hora de tirar selfies e fazer alguma chamada de vídeo. Porém, o aparelho da Alcatel oferece apenas resolução VGA e não tem uma qualidade satisfatória, apresentando ruídos mesmo em boas condições de luminosidade.

Já a traseira tem exatamente a mesma qualidade da que equipa o Moto E. Quando dizemos "exatamente", significa que não conseguiríamos diferenciar um Pop C5 e um Moto E em um teste cego com fotos semelhantes. Ela traz os mesmos 5 megapixels e capacidade de gravar vídeos em 480p, ambos com qualidade o suficiente para registrar momentos sem grandes problemas. A diferença fica por conta do flash LED, ausente no Moto E.

Extras

Aqui temos o kit básico presente em praticamente qualquer modelo de entrada:

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  • 3G quadriband, com suporte para dois chips micro SIM com dual stand by
  • Wifi nos padrões B/G/N com Hotspot
  • Bluetooth 4.0 com A2DP
  • GPS com A-GPS (sem GLONASS)
  • Rádio FM com RDS

Recursos semelhantes à versão mais básica do Moto E, que oferece televisão digital em uma segunda versão.

Conclusão

O Alcatel One Touch Pop C5 foi anunciado oficialmente por R$ 499, o que faz dele um concorrente direto do Moto E da Motorola na versão sem televisão digital. Vale a pena? Bom, ainda que a ausência de uma câmera frontal no Moto E seja realmente um problema, algo presente no C5, o usuário sai perdendo em praticamente qualquer outro quesito com o aparelho da Alcatel.

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Começando pela tela, considervalemente melhor no Moto E, assim como a configuração, que embora não seja um espetáculo de desempenho, é consideravelmente superior por não contar com uma interface própria como a que a Alcatel criou para seus aparelhos. A versão do Android é um outro ponto, já que o Moto E foi anunciado já com a versão 4.4 Kit Kat e atualização garantida para o Android L, enquanto o C5 vem com a 4.2 Jelly Bean e "talvez" seja atualizado.

Considerando esses dois principais problemas (baixo desempenho e Android 4.2), não acreditamos de forma nenhuma que o Pop C5 seja um smartphone ruim. Pelo contrário, ele tem um preço acessível para a maioria dos brasileiros e seria até uma boa opção, se tivesse sido lançado há um ano. Afinal, todas as tecnologias presentes nele já estão no mercado há um bom tempo, e pelo menos ele não teria que enfrentar o Moto E, que até agora, junto com o Moto G, continua difícil de ser batido no custo-benefício.