Senna: Diretor da série explica por que o piloto faz tanta falta ao Brasil
Por Daniel Vila Nova |
30 anos após a sua morte, Ayrton Senna ainda é lembrado como um ícone da Fórmula 1 e um dos maiores pilotos de todos os tempos. Suas vitórias e títulos, suas brigas e rivalidades e sua ligação com o povo brasileiro marcaram sua trajetória e foram eternizadas nas manhãs de domingo da década de 1980 e 1990.
Agora, a Netflix transforma a história de Senna em uma minissérie de seis capítulos que conta a vida (e a morte) do tricampeão mundial. Com Gabriel Leone no papel principal, a produção nacional estreia nesta sexta-feira (29) e conta com a direção de Vicente Amorim. Em entrevista à BBC Brasil, o diretor destacou a importância de Senna para o Brasil e relembrou os principais momentos da carreira do piloto.
Em 1984, Ayrton ingressou na Fórmula 1 pela Toleman e fez boas aparições ao longo da temporada, conquistando três pódios ao longo do campeonato. No ano seguinte, transferiu-se para a Lotus e conquistou suas primeiras vitórias na categoria. Apesar do carro competitivo, Senna ainda não tinha o equipamento necessário para se sagrar campeão.
Sua velocidade, no entanto, chamou a atenção da McLaren e o brasileiro passou a integrar a equipe britânica em 1987. Encontrou no time o francês Alain Prost, companheiro de equipe com quem protagonizou uma das maiores rivalidades da história da Fórmula 1. Entre batidas (algumas propositais, outras não), brigas e muita politicagem, sagrou-se tricampeão mundial conquistando os títulos de 1988, 1990 e 1991.
Em 1994, se mudou para Williams em busca do tetracampeonato, mas nunca teve a chance de vencê-lo. Em Ímola, na Itália, se acidentou durante o GP de San Marino e acabou não resistindo aos ferimentos. Ayrton Senna morreu aos 34 anos e foi velado no Brasil como um herói nacional.
Diretor da série destaca a importância de Senna
Para Amorim, a grande contribuição de Senna para o povo brasileiro foi dar um herói em comum para todos. "Algo que faz essa série ser tão importante é ela demonstrar que existe a possibilidade de haver uma figura que una o Brasil para além da polarização política, institucional e que seja uma figura transversal para o brasileiro de classes sociais, origens socioeconômicas e opiniões políticas diferentes", afirmou.
As estatísticas apontam outros pilotos como os maiores da história — Michael Schumacher, Lewis Hamilton, Juan Manuel Fangio, Alain Prost, Sebastian Vettel e Max Verstappen têm mais títulos que o brasileiro —, mas há algo de especial em Senna que o torna extremamente relevante mesmo após três décadas da sua morte.
"O que fez o Senna ser diferente de muitos dos outros pilotos — fez ele se transformar num herói que ele foi — é que ele era um cara o qual pessoas comuns podiam se identificar. O que não é uma coisa que acontece com ídolos esportivos sempre", diz Amorim.
No atual grid da Fórmula 1, pilotos como Charles Leclerc, Pierre Gasly e Lewis Hamilton tem Senna como ídolo, mesmo que os dois primeiros tenham nascido após a morte do brasileiro.
"Na maior parte das vezes, eles parecem ídolos quase inatingíveis. Já o Senna era um cara que você olhava para ele e falava: 'eu posso ser como esse cara'. E isso é que eu acho que serve como inspiração para a vida de qualquer um mesmo hoje em dia."
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