DNA do Crime | Conheça a história real da nova série brasileira da Netflix
Por Diandra Guedes | Editado por Durval Ramos | 09 de Novembro de 2023 às 19h00
O mês de novembro chegou trazendo uma boa novidade para os fãs de true crime. Trata-se da produção original da Netflix DNA do Crime, que estreia no dia 14. Com Maeve Jinkings e Thomás Aquino (ambos de Os Outros) no elenco, a série brasileira se debruça sobre um crime de fronteira ocorrido em 2017 e que até hoje é considerado um dos maiores roubos que aconteceu na fronteira entre Brasil e Paraguai.
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No dia 24 de abril daquele ano, aproximadamente 30 assaltantes armados com metralhadoras e granadas participaram de um assalto cinematográfico em Ciudad del Este, no Paraguai, e explodiram a sede da transportadora de valores Prosegur. Eles levaram cerca de R$ 120 milhões, além de incendiarem 15 veículos.
A consequência dessa ação foi a morte de um agente da seguradora, três suspeitos e a destruição de várias casas próximas. Na época, a Polícia Nacional do Paraguai suspeitou que a autoria do crime tivesse sido do PCC (Primeiro Comando da Capital), uma das maiores facções criminosas do Brasil e que comanda boa parte dos presídios de São Paulo.
A suspeita foi levantada devido ao modus operandi do crime ser similar àqueles cometidos pela facção e por ela ter matado o traficante Jorge Rafaat Toumani, considerado o rei da fronteira com o Brasil, poucos meses antes.
Análise de material genético ajudou a polícia a desvendar o crime
Só que naõ é apenas no roubo que o seriado vai se debruçar. Como o próprio nome da série da Netflix entrega, a trama irá mostrar como as polícias do Brasil e do Paraguai conseguiram resolver o crime por meio das análises de materiais genéticos recolhidos no local, uma técnica ainda pouco utilizada por aqui, mas que foi o suficiente para solucionar o caso e identificar os criminosos.
Após testar mais de 450 materiais genéticos diferentes e compará-los com o banco de DNA brasileiro, a polícia comprovou a participação de um dos assaltantes no crime e ainda encontrou uma conexão que relacionava o roubo a outros crimes recentes. Ao todo, oito brasileiros foram condenados por envolvimento ao mega-assalto no Paraguai com penas que variaram entre 24 e 34 anos de reclusão por latrocínio, sequestro, cárcere privado, falsidade ideológica, roubo de veículo e uso de documentos falsos.
Essa investigação rendeu à Polícia Federal brasileira o prêmio DNA Hit of The Year, considerado o Oscar da polícia forense.
DNA do Crime traz egressos do crime como coadjuvantes
Além de trazer a dupla Maeve e Aquino no elenco, DNA do Crime apostou em dar uma segunda chance aos egressos do sistema prisional. Por isso, eles aparecem como coadjuvantes ao lado de outros atores como Rômulo Braga (O Rio do Desejo) e Pedro Caetano (O Diabo Mora Aqui). É o que afirma o diretor Heitor Dhalia.
“Uma grande quantidade de pessoas que fizeram os personagens dos criminosos não eram atores e, sim, pessoas que tiveram passagens”
O diretor, que também é responsável por títulos como Serra Pelada e O Cheiro do Ralo, comentou sobre o que o público pode esperar da obra.
“A série mostra outro lado do crime no Brasil, um crime de fronteira que é muito pouco explorado em histórias audiovisuais de ficção. Usamos um assalto transnacional, que se passa no Paraguai, como nossa referência e inspiração para o início da série, que vai se desenrolando na disputa de duas forças antagônicas, altamente sofisticadas, em um tabuleiro sul-americano com desdobramentos em outros crimes organizados",
E quem gosta de ação não deverá se decepcionar, já que a trama traz efeitos especiais e sequências de tirar o fôlego. Ao todo a equipe usou 1.829 armas e 95 litros de sangue artificial, além de 146 veículos, entre carros, motos, caminhões, barcos e aviões. Já as explosões, foram nove no total.
Lembrando que DNA do Crime terá oito episódios e estreia na Netflix no dia 14 de novembro.