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Youtubers recebem vírus “disfarçados” de documentos sobre copyright

Por| Editado por Claudio Yuge | 31 de Março de 2023 às 12h15

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Malte Helmhold/Unsplash
Malte Helmhold/Unsplash

Uma nova campanha de ataques contra criadores de conteúdo do YouTube está abusando do Adobe Sign, um sistema digital de assinatura de documentos. Sob a alegação de que o usuário cometeu infrações de direitos autorais, os bandidos se passam por autoridades internacionais de copyright e enviam falsas notificações que contém links para supostos relatórios que, na realidade, baixam malware para roubo de acesso aos canais.

O método aposta na furtividade e no uso legítimo da solução por esse mercado, na assinatura de contratos de confidencialidade e outros documentos digitais, por exemplo. Como os responsáveis pelos envios podem inserir links em meio às comunicações, o clique que leva ao conteúdo malicioso acaba sendo ocultado, enquanto o ataque ganha uma aparência de maior legitimidade e sofisticação.

Além disso, há uma pressão pela ideia de que houve uma violação de direitos autorais, e quem produz conteúdo no YouTube sabe que essa é um temor constante de quem cria na plataforma. De acordo com a empresa de cibersegurança Avast, que alertou sobre a campanha de ataques, eles parecem direcionados, já que um mesmo produtor de conteúdo recebeu duas notificações diferentes com o mesmo link, a partir de serviços de assinatura variados.

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Além do Adobe Sign, os criminosos também estariam explorando o DocHub. Em ambos os casos, eles se passam por um serviço de proteção aos direitos autorais do Reino Unido, enviando uma notificação de remoção de material com copyright. Ao acessar o documento hospedado nos serviços, entretanto, eles não têm acesso a todos os detalhes, devendo acessar um novo link, esse sim, trazendo o vírus que furta cookies de autenticação.

O formato do ataque é comum contra criadores de conteúdo, já que com tais arquivos, os bandidos não precisam das credenciais e, principalmente, dos códigos de autenticação em duas etapas. Ao usar o malware Redline, os criminosos também podem praticar outros tipos de roubos de dados, focados em informações pessoais, financeiras ou criptomoedas.

A Avast chama a atenção, ainda, para o tamanho inflado do arquivo baixado, com mais de 400 MB, indicando uma possível tentativa de burlar mecanismos de proteção antivírus. O ataque também apareceu vinculado a conteúdos do jogo Grand Theft Auto V, com o volume também podendo servir como uma forma de enganar usuários, fazendo com que o malware seja baixado como se fosse material do game.

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Após o furto do canal, a via mais comum de ação é a desfiguração do espaço e a publicação de vídeos que ventilam golpes envolvendo criptomoedas, com os famosos retornos altos após o envio de valores para uma determinada carteira. Os bandidos se aproveitam dos espaços, com muitos seguidores e alcance, para tentar fazer o maior número possível de vítimas antes que o próprio dono, assim como o YouTube, tomem as medidas necessárias para bloqueio e retirada do conteúdo malicioso.

“Os diferentes mecanismos de proteção evoluíram e os indivíduos se tornaram mais experientes em tecnologia, se tornando cada vez mais difícil enganá-los. Entretanto, não podemos subestimar a capacidade dos malfeitores modernos, que são profissionais e investem em seus truques”, aponta Luis Corrons, especialista de segurança da Avast. “Sem remetentes ou URLs suspeitas ou a inclusão de outros sites, são grandes as chances de que esse tipo de e-mail ignore todas as camadas de segurança e também convença o usuário final.”.

Segundo a Avast, não foram detectadas outras campanhas de ataque envolvendo o mesmo método. Porém, segundo a empresa de cibersegurança, essa pode se tornar uma via comum para os cibercriminosos, justamente por evitar filtros contra spam e malware, aumentando a eficácia de golpes disseminados em massa ou direcionados a públicos específicos, neste caso, os criadores de conteúdo no YouTube.

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Ainda que o método seja diferenciado, a atenção ainda é a principal arma para evitar ser vítima. Ao receber documentos do tipo, confira bem quem está o enviando e se a comunicação era esperada, evitando clicar em links que apareçam dentro dos arquivos. Os usuários também não devem baixar anexos e prestar atenção nos remetentes das mensagens, garantindo que elas são legítimas antes de interagir.

Aos criadores de conteúdo, principalmente, é importante prestar atenção em golpes que tentam se passar por marcas oferecendo oportunidades ou agências e serviços que indiquem problemas com a conta. O ideal é sempre verificar as comunicações e ter a certeza que elas são reais antes de realizar qualquer download, acesso ou contato.