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Reino Unido considera compra da ARM pela NVIDIA uma ameaça à segurança nacional

Por| Editado por Claudio Yuge | 05 de Agosto de 2021 às 23h25

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Divulgação/NVIDIA
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Anunciada em setembro de 2020, a aquisição da ARM pela Nvidia — que envolveu nada menos que US$ 40 bilhões (R$ 208 bilhões) — ainda depende da aprovação de reguladores internacionais. Fontes ouvidas pela Bloomberg afirmam que, se depender do Reino Unido, o negócio pode não ser concluído devido a preocupações com a segurança nacional do país.

Em abril deste ano, o Secretário de Cultura Oliver Dowden pediu à Autoridade de Competição e Mercados (CMA, na sigla em inglês) um relatório sobre o impacto que a aquisição poderia ter sobre a competitividade do mercado, bem como os riscos à segurança que ela poderia trazer. O resultado, entregue em julho, traz conclusões que podem resultar em uma negativa por parte das entidades regulatórias do país.

Até o momento, fontes ligadas ao governo afirmam que uma decisão final ainda não foi tomada. Em vez de simplesmente negar o prosseguimento da aquisição, o país pode aprová-la sob certas condições. Também é possível que Dowden solicite a criação de um relatório adicional para avaliar com mais profundidade as questões que a compra traz.

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Em um comunicado enviado à Bloomberg, um porta-voz da NVIDIA afirmou que a empresa continua a trabalhar para avançar no processo regulatório com o Reino Unido. “Estamos ansiosos por seus questionamentos e esperamos solucionar quaisquer questões que eles possam ter”, declarou a empresa.

Aquisição em risco

Embora as fontes ouvidas pelo veículo não tenham precisado quais são as preocupações do governo, o envolvimento da ARM com a fabricação de processadores usados em sistemas governamentais e corporativos pode ser um dos pontos que gera preocupação. A empresa também é conhecida por definir alguns dos padrões usados na indústria mundial de chips, avaliada em mais de US$ 400 bilhões (R$2,087 trilhões).

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Sob o comando da japonesa SoftBank desde 2016, a ARM manteve a neutralidade em suas operações, fornecendo componentes para fabricantes de todas as partes do mundo. Desde então, a indústria de chips virou alvo de políticos ao redor do mundo — em anos recentes, os Estados Unidos a usaram como parte de sua guerra comercial com a China, com restrições a tecnologias que poderiam ser vendidas ao país.

A aquisição também pode mudar a posição da ARM no mercado, já que a empresa fornece componentes para a Qualcomm, a Intel e a AMD, todas consideradas concorrentes da fabricante de placas de vídeo — algo que a NVIDIA assegurou que não vai acontecer, graças à manutenção da independência da empresa sob sua gestão. Além do Reino Unido, o negócio também depende da aprovação de entidades regulatórias dos Estados Unidos e China para progredir.

Caso a venda não seja concluída, o SoftBank pode realizar a abertura inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da fabricante de chips na tentativa de lucrar sobre seu investimento. O movimento não é desejado pelo CEO da ARM, Simon Segars, que em uma publicação feita em julho deste ano defendeu que a aquisição pela NVIDIA seria um resultado mais positivo.

Fonte: Bloomberg