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Criptografia para iniciantes: o que é e por que é importante?

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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United States Cybersecurity Institute
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Criptografia: essa palavra, não tão comum, pode definir conceitos muito complicados, mas saiba que não é o caso. Caso esteja lendo este texto em um navegador, olhe para a esquerda da barra de endereço: vê o ícone de cadeado? Isso significa que sua conexão com o Canaltech é criptografada, ou seja, só você e o site sabem o que você visitou.

Neste artigo, vamos explorar o funcionamento dessa tecnologia e porque ela é essencial para o seu dia-a-dia.

Afinal, o que é criptografia?

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Em termos simples, a criptografia é a ciência de codificar e decodificar informações, garantindo que só pessoas autorizadas as acessem. É como quando, na escola, você criava um alfabeto próprio que só você e seu melhor amigo conheciam, para que ninguém mais soubesse as fofocas escritas no papel.

É um código secreto composto de três componentes básicos:

  • Texto simples (plaintext): a mensagem original;
  • Texto cifrado (ciphertext): a mensagem codificada, ilegível;
  • Chave (key): informação secreta usada para codificar, ou cifrar, o texto original, bem como para decifrá-lo.

Origens da criptografia

Embora a palavra “criptografia” só tenha surgido no século XIX, ela é usada há milhares de anos, desde métodos simples, como embaralhar as letras de uma palavra, aos mais complexos, como a clássica Cifra de César. Nela, substitui-se cada letra por outra um número fixo de vezes à frente: numa troca de três posições, por exemplo, A vira D e B vira E. Seu nome vem do fato de que o romano Júlio César usava a técnica para se comunicar com seus generais.

Outro exemplo importante da criptografia é a máquina Enigma, usada pelo exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945). Ela usava uma combinação de sistemas elétricos e mecânicos para embaralhar palavras escritas em uma máquina de escrever de maneira aleatória, mudando a cada letra pressionada — com isso, as combinações dificilmente se repetiam e o texto só poderia ser decifrado com posse da chave de criptografia.

Com muito esforço, no entanto, os exércitos Aliados usaram teorias matemáticas e chaves capturadas para descriptografar as mensagens alemãs, trabalho que rendeu fama ao cientista da computação Alan Turing. Segundo alguns historiadores, a quebra do Enigma pode ter acelerado o fim da guerra em até dois anos, mostrando a importância da criptografia.

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Pilares da criptografia: tipos e princípios

Entrando numa seara mais técnica, vamos falar sobre o funcionamento da criptografia nos dias atuais: muitos teóricos e especialistas aplicam teorias e conceitos para o bom funcionamento da encriptação. Vamos explicar termos como Criptografia Simétrica, Criptografia assimétrica e Funções de Hash.

Para começar, na Criptografia Simétrica, a mesma chave é usada para criptografar e descriptografar o texto. É como a chave da sua casa: ela tranca e destranca a mesma porta, sendo uma técnica rápida e ideal para encriptar grandes volumes de dados. Um exemplo é o algoritmo AES.

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Já na Criptografia Assimétrica, é usado um par de chaves: uma pública e uma privada. Pense na caixa de correio — todos podem enviar mensagens para o endereço, depositando cartas, como a chave pública da criptografia. Só você, no entanto, o dono da casa, possui acesso à chave privada para abrir a caixa e ler o conteúdo. Essa é a base do famoso HTTPS, o cadeado da barra de endereços, e das assinaturas digitais. Um bom exemplo é o algoritmo RSA.

Já as Funções de Hash são processos de mão única que criam uma espécie de impressão digital para cada dado. É como um liquidificador: é possível colocar os ingredientes e batê-los, mas não há como pegar o resultado e separar os ingredientes novamente, estando todos embaralhados. É o método usado para verificar a integridade de arquivos e armazenar senhas de forma segura, como as tecnologias SHA-256 e MD5.

Por que a criptografia é essencial hoje

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A criptografia, como já deve estar ficando claro, é importantíssima no mundo de hoje, ajudando você, usuário, a ter um dia-a-dia mais seguro nas comunicações e atividades online quanto empresas, indo das conversas internas à segurança de dados confidenciais.

Aos internautas comuns, um aspecto garantido pela criptografia é a privacidade: suas conversas não podem ser acessadas e lidas por qualquer um graças a ela. Sua segurança na hora de fazer compras online e transações bancárias, como o PIX, também passa pela criptografia dos dados.

Quando você perde ou tem um aparelho roubado, também é ela que mantém seus arquivos seguros, neste caso, com a criptografia de disco. A navegação segura na internet, por fim, também passa por esse aspecto, já que o HTTPS garante que sua atividade nos sites não seja interceptada: pode parecer bobo, mas no mundo atual, informação é tudo.

Para as empresas, a criptografia está presente na proteção de dados dos clientes: leis como a LGPD exigem que informações pessoais e privadas sejam mantidas seguras, e evita-se o vazamento de tais dados com a tecnologia criptográfica. Só você e a companhia que presta serviço podem acessar isso. E-mails corporativos e comunicações internas também passam por encriptação, já que trata-se de informações sensíveis.

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Outra vantagem da técnica é que ela dificulta a alteração dos seus dados uma vez que são armazenados nos servidores, ajudando as empresas a construírem uma relação de confiança com os clientes. Companhias que usam técnicas avançadas de criptografia podem até mesmo demonstrar sua segurança como um diferencial no mercado.

Glossário rápido da criptografia

Para que alguns termos criptográficos que você com certeza já viu e vai continuar vendo por aí façam mais sentido, separamos uma lista rápida para te deixar ciente da área:

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  • SSL/TLS: sigla do protocolo que usa a criptografia para “criar o cadeado” do navegador, garantindo sua navegação segura;
  • Criptografia de Ponta a Ponta (E2EE): tipo de encriptação onde só o remetente e o destinatário podem ler a mensagem — no WhatsApp, por exemplo, nem mesmo funcionários da empresa sabem o que você escreve;
  • VPN (Rede Privada Virtual): a já conhecida tecnologia para navegação segura e anônima usa, é claro, criptografia para que você navega com segurança adicional;
  • Certificado Digital: é como o “RG” de um site, comprovando sua autenticidade e permitindo a comunicação segura através de, você adivinhou, criptografia.

Depois dessas explicações, ficou claro que a criptografia não é um bicho de sete cabeças, não é? Essa tecnologia, apesar de usar métodos complexos e difíceis de decifrar, parte de conceitos simples para melhorar a privacidade e a segurança de todos os usuários da internet.

Quando você notar que algum serviço usado no mundo virtual usa criptografia, vai lembrar dos conceitos aprendidos aqui — e valorizar quem se preocupa com a proteção dos seus dados.

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