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Criminosos vendem "contas-pirata" da Netflix após fim do compartilhamento

Por| Editado por Wallace Moté | 25 de Maio de 2023 às 15h18

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Divulgação/Check Point
Divulgação/Check Point
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Antes visto como uma possível resposta para o problema da pirataria, a Netflix pode se ver sofrendo com esse problema pelas mãos de cibercriminosos. Desde o anúncio de que o serviço de streaming passaria a restringir o compartilhamento de contas entre usuários de residências diferentes, que começou a ser implementado nesta semana, aumentou o fluxo de venda de perfis fraudados ou "contas-pirata" da plataforma na deep web.

Em fóruns dedicados ao cibercrime e grupos no Telegram, o acesso é vendido por valores que partem dos R$ 10. O foco está justamente nos principais mercados em que a Netflix atua e onde, também, o fim do compartilhamento vai doer mais; contas americanas e indianas aparecem no alerta divulgado pela Check Point Software, especializada em segurança digital.

A promessa é de acesso completo a perfil Premium, que entregam resolução 4K HDR e permitem acesso em até quatro telas simultaneamente, a partir de 190 rúpias indianas, um valor equivalente a R$ 11,50. O total está abaixo até mesmo do preço extra cobrado no Brasil pela Netflix para contas compartilhadas, que é de R$ 12,90.

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Assinaturas trimestrais ou anuais também são oferecidas por preços mais em conta pela fidelidade, enquanto os bandidos prometem até suporte completo, com a substituição da conta em caso de bloqueio. O pagamento acontece por meio do PayPal e outros aplicativos de transferência de dinheiro, enquanto os criminosos alegam já contarem com anos de “serviços prestados”.

O que é uma "conta-pirata" da Netflix?

Uma conta-pirata nada mais é do que o acesso de uma pessoa pagante que, por uma razão ou outra, teve seus dados roubados.

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Segundo a Check Point, o segredo para valores tão baixos é a utilização dessas contas furtadas, a partir de senhas vazadas ou ataques envolvendo vírus que roubam credenciais dos PCs ou smartphones dos usuários. A tendência, afirmam os especialistas em segurança, é que a busca por esse tipo de acesso indevido apenas aumente agora que a Netflix vai fechar o cerco sobre os perfis compartilhados.

“Os cibercriminosos geralmente exploram as necessidades e desejos dos usuários, alinhando seus ataques com as tendências atuais", explica Fernando de Falchi, gerente de engenharia de segurança da Check Point Software Brasil. Por isso, a recomendação é de olho vivo nessa nova etapa de atuação da plataforma de streaming e a tomada de medidas preventivas para garantir somente usos legítimos.

Usuários devem proteger contas e evitar meios não-oficiais de acesso

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Sendo assim, o momento é ideal para proteger o perfil na Netflix, seja limitando o compartilhamento de senhas apenas com pessoas da mesma residência e realizando a troca das credenciais caso elas tenham sido passadas adiante. A palavra-chave usada no serviço, também, não deve ser a mesma de outras plataformas compartilhadas, já que tendo acesso a uma, terceiros também podem assumir o controle das restantes.

De acordo com o alerta da Check Point, também é importante checar acessos indevidos e prestar atenção a indícios de atividades suspeitas, como a reprodução de conteúdo incomum ou o surgimento de novos perfis de usuário. Caso isso aconteça, o ideal é trocar senhas e fazer uma checagem de segurança, de forma a garantir que não existiram mais comprometimentos.

"Como em qualquer outro domínio, é importante lembrar que, se uma oferta parece boa demais para ser verdade, provavelmente é uma oferta falsa ou fraudulenta”, conclui de Falchi. No relatório da Check Point, já aparecem relatos de usuários que adquiriram o acesso irregular à Netflix, mas ficaram sem as contas adquiridas apenas semanas depois de acertarem o pagamento.

Não há garantia alguma de que os cibercriminosos cumprirão o prometido, enquanto a compra de perfis na deep web ou em grupos suspeitos acaba financiando o crime e motivando ataques contra outros usuários. “Reduzir a demanda é uma maneira eficaz de combater as vendas ilegítimas e interromper os fluxos de receita destes serviços ilegais.”