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Campanha de conscientização sobre deepfakes forja vídeos com políticos ingleses

Por| 18 de Novembro de 2019 às 09h54

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(Imagem: Reprodução/RenovaMídia)
(Imagem: Reprodução/RenovaMídia)

Na última terça-feira (12) dois vídeos bem estranhos surgiram nas redes sociais da Inglaterra: em um deles, o atual primeiro-ministro Boris Johnson aparece apoiando a candidatura de Jeremy Corbin, seu maior adversário político, para a posição de primeiro-ministro. E o segundo deles é o contrário, com Corbyn apoiando que Johnson mantenha a posição.

Ambos os vídeos parecem muito absurdos para serem verdade e, logicamente, não são. Ambos são vídeos do tipo deepfakes, onde o rosto dos candidatos foram inseridos digitalmente em imitadores desses políticos. Mas a ideia do vídeo não é criar fake news, muito pelo contrário: é conscientizar as pessoas sobre a existência dessa tecnologia e evitar que elas se tornem vítimas de montagens durante as próximas eleições para o cargo de primeiro-ministro.

De acordo com Areeq Chowdhury, diretor da Future Advocacy, responsável pela criação, a ideia é usar o humor e o absurdo para levantar a questão dos deepfakes entre o público, pois essa tecnologia pode se tornar um enorme problema durante as eleições. Ele afirma que esse é um problema que não deverá afetar somente a Inglaterra, mas o mundo todo, e que empresas, veículos de mídia e setores da sociedade civil precisam se juntar para garantir que a proliferação desses vídeos não gere um colapso na sociedade - uma aliança que até o momento ainda não aconteceu.

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De acordo com o Dr. Richard Forno, especialista de cibersegurança da Universidade de Maryland (EUA), o que mais preocupa é o fenômeno chamado de “liar’s dividend”, que é quando se confunde tanto a sociedade com deepfakes e campanhas de desinformação que até mesmo vídeos reais que comprovem que alguma notícia é falsa são desacreditados pelo público.

Em um comunicado oficial enviado para a imprensa, a Future Advocacy pede para que todos os partidos políticos se unam para educar o público comum sobre a existência dos deepfakes, afirmando que a responsabilidade sobre o assunto não é apenas das empresas de tecnologia desenvolver métodos para identificar um deepfake e avisar para os usuários de suas plataformas sociais que se trata de um conteúdo falso, mas também dos governos de todo o mundo em criar leis e decretos para proibir o uso desse artifício em campanhas políticas e educar as pessoas sobre a existência da tecnologia.

Na terceira parte de nosso especial sobre deepfakes, nós já falamos sobre a importância de se conscientizar a população para a existência desse tipo de tecnologia que permite criar vídeos falsos, mas extremamente realistas com qualquer pessoa, além de sobre as ameaças que esses vídeos podem proporcionar para as democracias em todo o mundo.

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Fonte: Digital Trends