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Variante genética controla a evolução do HIV no organismo

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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iLexx/Envato
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Sem uma vacina disponível, o controle de infecções pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é feito exclusivamente com o uso de medicamentos antivirais. Para além da terapia padrão, uma equipe internacional de cientistas, incluindo membros da Universidade de Cambridge, descobriu que alguns indivíduos têm uma mutação genética que reduz, de forma natural, a evolução dos sintomas.

Publicado na revista científica Nature, o estudo revelou que as pessoas com a variante genética no gene CHD1L têm cargas virais de HIV naturalmente mais baixas no organismo, o que reduz o risco de transmissão do vírus da Aids e retarda o avanço da doença. É provável que a descoberta implique em novos tratamentos futuros.

Gene que retarda o avanço do HIV

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A recente pesquisa tem um diferencial importante em relação aos estudos anteriores sobre o HIV. Esta é uma das primeiras a se concentrar exclusivamente em populações que vivem no continente africano, onde mais de 25 milhões de pessoas convivem com o vírus. De forma geral, a maior parte das investigações é feita em populações europeias.

Para entender como o DNA desses indivíduos impacta a evolução do HIV, os pesquisadores analisaram o genoma de quase 4 mil pessoas com ascendência africana. Em comum, todos os pacientes analisados já tinham sido diagnosticados com a infecção pelo HIV.

Analisando os dados, a equipe observou, pela primeira vez, a importância da mutação do gene CDD1L na evolução da doença. Segundo os autores, é estimado que entre 4% e 13% das pessoas de origem africana sejam portadoras dessa variante específica, associada com cargas virais mais baixas do HIV.

Até então, sabia-se que o gene CHD1L era conhecido por desempenhar um papel importante na reparação do DNA danificado, mas os pesquisadores ainda não descobriram o porquê dele conferir maior resistência contra o HIV. O mecanismo por trás de sua ação deve ser melhor investigado em estudos futuros.

Mais genes que impactam o HIV

Anteriormente, a ciência já conhecia a proteção natural provocada por uma outra mutação em relação ao HIV, só que esta mutação ocorre exclusivamente no gene CCR5. Neste caso, as pessoas são naturalmente imunes do HIV e, por causa dessa habilidade quase única, permitiram os primeiros casos de cura da infecção no mundo, através da doação de medula óssea em terapias experimentais. É o caso do paciente City of Hope, por exemplo.

Fonte: Nature e Universidade de Cambridge  

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