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Estudo em humanos para vacina contra HIV é descontinuado; entenda

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Janeiro de 2023 às 14h16

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Twenty20photos/Envato Elements
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O sonho de uma vacina eficaz e segura contra o HIV foi temporariamente adiado, após o anúncio de que o estudo Mosaico será descontinuado. Em testes com humanos, o potencial imunizante contra o vírus da Aids foi desenvolvido pela Janssen — o braço farmacêutico da Johnson & Johnson. Segundo análises, a fórmula não obteve a eficácia esperada.

Iniciado ainda em 2019, o ensaio clínico de Fase 3 era, oficialmente, conhecido como HPX3002/HVTN 706. No total, a pesquisa Mosaico envolvida cerca de 3,9 mil voluntários, com idades entre 18 e 60 anos, espalhados por inúmeros países, como o Brasil — inclusive, o Canaltech chegou a entrevistar os cientistas responsáveis pela pesquisa.

Neste momento, os participantes do estudo para a vacina contra o HIV são notificados sobre a interrupção antecipada dos testes. Durante os testes, questões de segurança não foram destacadas, como efeitos adversos graves.

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Interrompido por falta de eficácia

A decisão de descontinuar o estudo para uma vacina contra o HIV foi tomada, após relatório do painel independente de monitoramento de dados e segurança (DSMB). Revisando os dados da pesquisa, o grupo identificou que o número de infecções por HIV foi equivalente entre as pessoas que receberam o imunizante e o placebo. No entanto, nenhuma questão relacionada com a segurança foi identificada.

Vale explicar que, para imunizar, a fórmula continha fragmentos de uma ampla variedade de cepas do HIV — por isso, o nome Mosaico. Para entregar essas informações, a vacina usava um vírus do resfriado comum (Ad26) editado geneticamente. Apesar do conceito, o imunizante não conseguiu obter a eficácia necessária para que os estudos continuassem e a fórmula chegasse ao mercado.

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Por que é tão difícil criar uma vacina contra o vírus da Aids?

"Ciência é assim", comenta o médico e infectologista Vinícius Borges, nas redes sociais, sobre o desfecho. "Nem sempre temos o resultado desejado, mas o conhecimento se acumula", acrescenta sobre as descobertas fornecidas pelos testes.

"Desenvolver uma vacina contra HIV é extremamente desafiador", explica o médico. Inclusive, diferentes opções consideradas promissoras não conseguiram demonstrar a eficácia durante os estudos clínicos. Isso porque, segundo Borges, "o vírus é extremamente mutável, se esconde e consegue escapar do sistema imune".

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Hoje, para evitar novas infecções contra o HIV que ocorrem através do sexo, existem três principais caminhos: o uso de preservativos durante a relação, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP). Também cabe destacar que pessoas que convivem com o vírus e tratam a infecção de forma contínua — estão indetectáveis — não transmitem o agente infeccioso.

No futuro, é possível que uma tão sonhada vacina se junte a este leque de opções preventivas, já que outras pesquisas ainda estão em andamento. Este é o caso da fórmula da mRNA (RNA mensageiro) da Moderna.

Fonte: NIH