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Variante Epsilon do coronavírus reduz proteção de vacinas e imunidade natural

Por| Editado por Luciana Zaramela | 05 de Julho de 2021 às 12h10

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Freepik/tawatchai07
Freepik/tawatchai07

As novas variantes do coronavírus SARS-CoV-2 são motivo de preocupação para o controle da pandemia, afinal pode ser mais transmissíveis, por exemplo. Agora, uma pesquisa norte-americana identificou que a variante Epsilon (B.1.427/B.1.429 ou CAL.20C) — encontrada primeiro no sul da Califórnia — pode reduzir tanto a proteção de pacientes já infectados quanto a desencadeada pelas vacinas de mRNA (RNA mensageiro).

Publicado na revista científica Science, o estudo sobre a eficácia das defesas avaliou a capacidade dos anticorpos neutralizantes produzidos após infecção e após imunização com as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna. Em ambos os casos, foi identificada diminuição no caráter protetor contra o coronavírus. Até o momento, nenhum caso desta variante foi confirmado no Brasil.

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O que a pesquisa descobriu?

A variante Epsilon pode impactar, de forma negativa, a capacidade de ligação dos anticorpos, o que dificulta a neutralização do agente infeccioso. Para avaliar essa atividade, os cientistas testaram os soros de 30 indivíduos vacinados com as duas doses das vacinas de mRNA, sendo 15 de cada imunizante, e os colocaram em contato com uma variante sintética, em laboratório.

O mesmo procedimento foi realizado com amostras daqueles que se recuperaram da doença. Os soros obtidos de pessoas que se recuperaram de COVID-19 após serem infectadas pela cepa original do coronavírus — aquela encontrada primeiro em Wuhan, na China — demonstraram uma redução de cerca de 5 vezes na neutralização da variante Epsilon.

Agora, as respostas de anticorpos induzidas pela vacinação se saíram um pouco melhores do que os anticorpos neutralizantes gerados pela infecção natural. Neste caso, a redução foi de 2 a 3 vezes. Segundo os autores, essa redução está ligada diretamente à mutação L452R, presente na variante em questão.

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VOI ou VOC: como definir a variante epsilon coronavírus?

No momento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a variante Epsilon como de interesse (VOI). De acordo com esse parâmetro, ela deve ser monitorada, mas ainda não representa um perigo significativo. Isso porque carrega mutações já conhecidas ou suspeitas de "melhorarem" o coronavírus, mas não foi responsável por grandes surtos e nem se espalhou por inúmeros países.

No entanto, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano já a classificou como variante de preocupação (VOC), ou seja, uma preocupação para a saúde pública global. Os autores do artigo também adotam a mesma nomenclatura após a descoberta. "Uma nova variante de preocupação (VOC) chamada CAL.20C (B.1.427 / B.1.429), originalmente detectada na Califórnia, carrega mutações de glicoproteína de pico S13I no peptídeo sinal, W152C no domínio N-terminal (NTD) e L452R no domínio de ligação ao receptor (RBD)", afirmam.

Para acessar o artigo sobre a variante, publicado na revista Science, clique aqui.