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Variante Delta no Brasil: o que sabemos até agora

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Agosto de 2021 às 15h56

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Fernando Zhiminaicela/Pixabay
Fernando Zhiminaicela/Pixabay

Em meio à pandemia que nos assola, a variante Delta (B.1.671.2) do coronavírus SARS-CoV-2, identificada pela primeira vez na Índia, preocupa diversos países. E no Brasil, a situação não é diferente. Por isso, o Canaltech traz um compilado de tudo o que se sabe até agora sobre a variante por aqui. Atualmente, o Brasil conta com 287 casos da Delta, tendo chegado, até agora, a 21 mortes. Nos últimos cinco dias, 40 novos casos foram registrados. Ou seja: a cepa está avançando no território nacional.

O que é variante Delta

Essa variante do coronavírus é considerada uma cepa mais transmissível e foi responsável pela segunda onda da COVID-19 na Índia. No total, a variante B.1.617.2 se espalhou para mais de 60 países. 

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Dentre os sintomas relatados pelos especialistas, há perda de audição, diarreia e até mesmo casos de gangrena. Alguns pacientes também já chegaram a apresentar quadros com dor de estômago, náuseas, vômitos, perda de apetite e dores nas articulações. Especialistas também apontaram o desenvolvimento pequenos coágulos sanguíneos que levam o tecido afetado a morrer e desenvolver gangrena.

Cientistas já apontaram que a variante se espalhou até mesmo em países onde boa parte da população já está vacinada. Outro fator preocupante é que a primeira dose de um imunizante pode não ser suficiente para lidar com essa variante. Estima-se que ela seja até 70% mais letal e mais resistente às vacinas.

Situação da variante Delta no Brasil

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De acordo com o Ministério da Saúde, o avanço da vacinação é essencial para reduzir o caráter pandêmico da COVID-19. No entanto, até o momento, pouco mais de 20% da população possui imunização contra a doença no país.

Riscos para idosos e crianças

Na última terça (3), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou um estudo que identificou um novo aumento no número de internações por COVID-19 entre idosos por conta da variante. “A elevação do número de casos ocorre após cerca de quatro meses mostrando queda. A análise indica que, ainda assim, as faixas de 60-69 e 70-79 anos continuam em uma situação bem melhor do que a apresentada em picos anteriores. A preocupação maior é com a população de 80 anos ou mais”, aponta o estudo.

O estudo alerta também que a população de crianças de 0 a 9 anos encontra-se no pior momento dentro do cenário pandêmico. "Aponta ainda que a faixa de 30 a 39 anos, apesar de ter registrado uma melhora, está em uma situação mais grave do que no pico do final do ano passado”, consta na pesquisa da Vigilância Epidemiológica da Fiocruz (Mave/Fiocruz) e do Observatório COVID-19.

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Variante Delta nos estados brasileiros

Vários estados brasileiros já registram casos da variante Delta:

  • Ceará, com quatro casos;
  • Distrito Federal, com 54;
  • Goiás, com cinco;
  • Maranhão, com sete;
  • Minas Gerais, com quatro;
  • Paraná, com 29;
  • Pernambuco, com três;
  • Rio de Janeiro, com 101;
  • Rio Grande do Sul, com 45;
  • Santa Catarina, com oito;
  • São Paulo, com 50
  • Pará, com o primeiro caso divulgado na última quinta (5)

Enquanto isso, as 21 mortes pela variante, por sua vez, foram registradas em cinco Estados: Maranhão (1), Paraná (12), Rio de Janeiro (4) e Distrito Federal (4).

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No que diz respeito ao Pará, o mais recente a entrar para a lista, o primeiro caso da variante veio dos Estados Unidos. A confirmação foi feita pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão ligado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS). O IEC recebeu amostras suspeitas de infecção pela variante delta, coletadas no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do Pará para realização do sequenciamento genômico.

Na quarta (4), a Fiocruz recebeu 40 amostras de pacientes que podem ter sido infectados pela variante Delta. Os casos envolvem viajantes que estiveram recentemente no Rio de Janeiro e em São Paulo, e as infecções foram confirmadas pelo Centro de Testagem do Aeroporto Internacional de Fortaleza, que monitora diariamente a chegada de passageiros de regiões onde já há casos confirmados da variante.

No Estado do Rio de Janeiro, a variante já representa 45% das amostras analisadas. Os dados foram divulgados pela Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (Svaps), da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e a estimativa foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Em São Paulo, o Instituto Butantan chegou a confirmar 28 novos casos da cepa na capital, que estão sob investigação pelas respectivas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da rede municipal. 

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Governadores pedem apoio

Frente a isso, o Fórum de Governadores enviou na quinta (5), um ofício ao ministro da Saúde Marcelo Queiroga solicitando apoio ao combate à variante Delta. Os administradores estaduais colocam no documento uma preocupação com uma terceira onda da COVID-19, impulsionada por essa variante.

No documento, os governantes solicitam vacinas adicionais ao Rio de Janeiro, um dos epicentros da disseminação da Delta.  No ofício, os governadores apontam “expectativa de que ações imediatas levadas a cabo por esse ministério sejam neste momento destinadas ao referido Estado, de modo a evitar uma catástrofe de proporções ainda mais graves no futuro próximo, caso o atual ritmo de transmissibilidade da variante Delta não seja contido em tempo hábil”.

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Segundo os governadores, inclusive, estudos indicam que a variante Delta tem taxas de transmissibilidade 100% maiores do que o vírus original e 30% acima da variante Gama (primeiramente conhecida como P1, identificada em Manaus da primeira vez).

Ponta do iceberg?

No entanto, veja só: nesta sexta-feira (6), o vice-diretor-geral da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, fez um alerta de que o número de casos confirmados da variante Delta no Brasil é apenas “a ponta do iceberg”.

A estimativa é que o número vá crescer, e que a grande maioria dos casos da variante seja de assintomáticos ou leves, que não percebem e não são testados. Na ocasião, Barbosa  destacou que todas as vacinas aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) aplicadas no Brasil são eficazes contra a variante.

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"A combinação da variante delta com decisões sobre a reabertura da economia que não levam em conta a gradualidade, podem proporcionar novos picos. Se ao invés de 100 casos, ela causa 1.000 e 5% deles forem precisar de UTI, teremos 10 vezes mais casos graves, o que pode comprometer os serviços de saúde", disse Barbosa à CNN.

Fonte: Com informações de Estadão, UOL, Rede Brasil Atual, G1, Agência Brasil, CNN