Variante Delta faz disparar número de casos de COVID "nunca visto" no Japão
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 05 de Agosto de 2021 às 13h30
Com a Olimpíada de Tóquio em andamento e milhares de estrangeiros, o Japão enfrenta um crescimento acentuado de casos do coronavírus SARS-CoV-2. Na quarta-feira (4), a capital Tóquio registrou um novo recorde de casos da COVID-19. Foram notificados 4.166 casos. Agora, autoridades de saúde adotam novas medidas para conter o avanço da doença.
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Descoberta pela primeira vez na Índia, a variante Delta (B.1.671.2) do coronavírus desencadeou uma proliferação de novas infecções "nunca vista no passado", segundo o ministro da Saúde, Norihisa Tamura. Diante desse novo cenário, o ministro estabeleceu uma nova diretriz para a saúde pública: casos brandos da COVID-19 devem ficar em casa, sem ir para o hospital.
"A pandemia entra em uma nova fase... a menos que tenhamos leitos suficientes, não podemos levar as pessoas ao hospital. Estamos agindo preventivamente nesta frente", afirmou Tamura para o parlamento japonês. No entanto, a medida gerou controvérsia e as autoridades do Partido Liberal Democrata concordaram em buscar a revogação.
Questão das Olimpíadas
Na segunda-feira (2), o primeiro-ministro Yoshihide Suga também ressaltou que apenas pacientes graves da COVID-19 ou que correm risco de agravamento da doença devem ser hospitalizados. Enquanto isso, pacientes com casos leves deverão permanecer isolados em casa. O receio é que a medida possa elevar o número de óbitos no país.
Atualmente, pesquisas apontam que muitos japoneses se opõem à Olimpíada de Tóquio, enquanto o país não conseguiu conter a pandemia da COVID-19 e nem avançar com a vacinação da população. Segundo a plataforma Our World in Data, apenas 32,2% dos japoneses estão totalmente imunizados contra o coronavírus.
No entanto, tanto o premiê quanto os organizadores olímpicos dizem não haver relação direta entre os Jogos Olímpicos de Verão e o aumento acentuado de casos da COVID-19. Por outro lado, Shigeru Omi, um dos principais conselheiros médicos do país, defende que sediar os Jogos pode ter afetado o sentimento público e prejudicado o impacto dos pedidos do governo para que as pessoas fiquem em casa.
Fonte: Agência Brasil