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COVID: variante de Manaus é duas vezes mais transmissível, segundo estudos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 02 de Março de 2021 às 17h00

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tang/rawpixel
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Desde o início do ano, pesquisadores levantam alerta para uma nova variante do coronavírus SARS-CoV-2 descoberta em Manaus. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) já apontou que essa variante tem mais potencial de transmissão e reinfecção. Agora, dois novos estudos alertam que ela aumenta em dez vezes a carga viral no corpo e é duas vezes mais transmissível.

O primeiro estudo foi publicado na sexta-feira (26) no site Research Square, e foi feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Basicamente, eles analisaram o material genético de 250 amostras do SARS-CoV-2 de pacientes infectados no Estado do Amazonas entre março de 2020 e janeiro de 2021, e perceberam que na segunda onda da pandemia no estado, houve o surgimento da P.1 (como foi nomeada a variante), que rapidamente tornou-se predominante na capital amazonense.

No entanto, quando os cientistas compararam as amostras, descobriram uma carga viral dez vezes maior entre as infecções pela nova variante, especialmente em pessoas de 18 a 59 anos e em mulheres idosas. Por outro lado, o estudo não aponta diferença significativa de carga viral em homens com mais de 60 anos.

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Enquanto isso, o segundo estudo, feito pelo Centro Brasil-Reino Unido de Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (grupo Cadde), usou dados genômicos e epidemiológicos para analisar as características da P.1.

Segundo esses estudos, a variante é até 2,2 vezes mais contagiosa, com chance até 61% maior de escapar da imunidade protetora conferida por uma infecção prévia.

“A comparação dos pacientes mostra claramente que a infecção por P.1 gera maior carga viral em adultos. Em idosos, a significância foi pequena ou nenhuma. Talvez porque nossa amostragem era menor nesse grupo ou porque esses indivíduos são igualmente vulneráveis a todas linhagens”, escreveu um dos responsáveis pela pesquisa, Tiago Gräf, em uma de suas redes sociais.

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“A falta de distanciamento social eficiente e outras medidas de mitigação provavelmente aceleraram a transmissão precoce da P.1, enquanto a alta transmissibilidade desta variante alimentou ainda mais o rápido aumento de casos de SARS-CoV-2 e hospitalizações observados em Manaus após seu surgimento”, consta no estudo. “A fraca adoção de intervenções não farmacêuticas, como ocorreu no Amazonas e em outros Estados brasileiros, representa um risco significativo para o contínuo surgimento e disseminação de novas variantes”, a pesquisa ainda conclui.

Fonte: Research Square, GitHub via Estadão