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COVID: variante encontrada em Manaus já pode estar circulando no Brasil inteiro

Por| 27 de Janeiro de 2021 às 20h40

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Daniel Roberts/Pixabay
Daniel Roberts/Pixabay

No combate ao coronavírus SARS-CoV-2, muitos pesquisadores têm alertado sobre as mutações do vírus da COVID-19, como a nova variante identificada em Manaus, no Amazonas. Na terça-feira (26), o governo de São Paulo confirmou três casos diagnosticados desta variante apelidada de P.1, sendo o primeiro registro oficial de que a mutação teria chegado a outro estado brasileiro.

Segundo nota da Secretaria de Saúde de São Paulo, os três pacientes são considerados como casos "importados", ou seja, pacientes que foram atendidos em São Paulo, mas têm "histórico de viagem ou residência em Manaus". Para confirmar a variante nessas pessoas, amostras do vírus passaram por um sequenciamento genético no Instituto Adolfo Lutz, na capital.

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Além do primeiro caso brasileiro fora de Manaus, vale lembrar que a nova variante do coronavírus foi identificada primeiro no Japão, antes mesmo das autoridades de saúde brasileiras. Ainda neste mês, os Estados Unidos também identificaram pacientes contaminados pela nova cepa em pessoas que viajaram do Brasil para o país.

De acordo com análises preliminares, a nova variante sofreu mutações que a tornam mais infecciosa, como as identificadas tanto no Reino Unido quanto na África do Sul. Além disso, pesquisadores avaliam o impacto dessa linhagem sobre o colapso do sistema de saúde no Amazonas.

Variante de Manaus já chegou em outros estados?

Mesmo que, oficialmente, a nova cepa do coronavírus só tenha sido identificada em Manaus, em São Paulo e em alguns outros países, pesquisadores apostam que ela já tenha se espalhado por todo o país, apenas não foi identificada. Entre eles, está o epidemiologista Jesem Orellana, pesquisador do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia).

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"Com certeza já está circulando por todo o Brasil. Não é possível que tenham achado em outros continentes e não tenha chegado a outros Estados", afirmou Orellana para a BBC Brasil. Além disso, o pesquisador vê indícios de que essa nova variante seja mais infecciosa e mais mortal que muitas linhagens já conhecidas. "Estamos começando a achar que essa variante pode realmente causar danos maiores que as outras", defendeu.

Mutação do coronavírus e Manaus

Em andamento, estão pesquisas para verificar se a situação de colapso do sistema de saúde em Manaus tem alguma relação com a nova variante do coronavírus, surgida entre novembro e dezembro do ano passado. "Há dois fenômenos: um aumento inexplicável na mortalidade, a partir de dezembro, e um aumento das internações novas. Claro, há mortes que ocorreram porque a rede médica hospitalar foi desestabilizada pelo aumento de atendimentos (...). Mas há muitos casos de pessoas que morreram no hospital, mesmo com assistência médica", comentou Orellana sobre a situação do estado.

Nesse cenário, existem depoimentos de médicos que apontam para o fato da variante do vírus da COVID-19 ser mais perigoso. "Um médico que atua em uma das instituições mais conhecidas em Manaus relatou a deterioração de pacientes internados com COVID-19, agora, na segunda onda da pandemia. São pacientes com assistência, [cuja saúde] se deteriora mais rápido. Esse relatos do médico me deixaram impressionado, porque vai ao encontro de uma série de relatos de outros colegas", explicou.

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"O que temos ainda são apenas observações clínicas. Ainda não há uma análise científica", ressaltou o pesquisador. Para se comprovar a maior gravidade da doença causa pela nova variante, mais estudos terão que ser realizados.

Fonte: BBC